.

.

.

.

domingo, 14 de julho de 2013

Especialista diz que todos saem a perder com adição de fosfatos no bacalhau

A aprovação da introdução dos fosfatos no bacalhau por parte da Comissão Europeia, no final da semana passada, não traz vantagens para o consumidor português e constitui uma ameaça à indústria transformadora.

Na opinião da coordenadora da unidade de valorização dos produtos da pesca e aquicultura do Instituto de Investigação das Pescas e do Mar (IPIMAR), Maria Leonor Nunes, “o consumidor não vai ganhar. Vai ter um produto mais caro e com características sensoriais um pouco diferentes dos produtos tradicionais.”
“A questão mais importante”, considera a engenheira, “é que os industriais vão ter de fazer um maior esforço económico para produzir o produto como no passado”. Em altura de crise económica, “o rendimento das empresas vai seguramente ser menor”, aponta Maria Leonor Nunes. “A indústria vai necessariamente gastar mais energia na seca do bacalhau e os consumidores vão ter de se adaptar a estes produtos mais brancos e com cheiro e sabor mais neutros”, completa.
Fosfatos existem em vários produtos alimentares
Quanto a possíveis riscos para a saúde, a responsável assegura que “se tudo for feito de acordo com os valores que estão estabelecidos pelos regulamentos europeus, não existe nenhum problema para saúde”. E são usados em “quase todos” os produtos alimentares.
“Os fosfatos são usados em vários produtos alimentares, fundamentalmente para aumentar a capacidade de retenção da água. Reduzem a oxidação da gordura e contribuem para um produto mais claro e com sabor menos intenso”, explica Maria Leonor Nunes. 
A Secretaria de Estado da Alimentação garantiu na semana passada em comunicadoque está “contemplado o fornecimento à indústria portuguesa de bacalhau sem fosfatos e a possibilidade de confirmação da presença da mesma”, mas o sector já expressou as suas dúvidas e a própria a coordenadora do IPIMAR considera que os industriais portugueses “vão comprar bacalhau salgado que provavelmente já tem esses aditivos”. 
Resta, segundo o comunicado do Governo “o compromisso da Comissão [Europeia] de durante três anos acompanhar esta questão”.
«RR»

Sem comentários: