O PCP alertou ontem para a "quebra brutal" no rendimento dos
reformados e pensionistas, sublinhando que a austeridade está "a atirar
muitos e muitos milhares" para a "pobreza extrema".
"O PCP está muitíssimo preocupado por, em virtude do Pacto de
Agressão e do Orçamento do Estado para 2013, que foi indevidamente
promulgado pelo Presidente da República, os reformados, pensionistas e
idosos estarem a ser alvo de um novo e mais grave ataque aos seus
rendimentos", disse à Lusa a dirigente comunista Fernanda Mateus, que
pertence ao Comité Central do partido.
Fernanda Mateus destacou que, apesar da "propaganda" e da "demagogia"
do ministro da Segurança Social, Mota Soares, "a grande maioria dos
pensionistas com pensões mínimas" da Segurança Social e da Caixa Geral
de Aposentações com mais de 15 anos de descontos "pura e simplesmente"
terão as pensões congeladas pelo terceiro ano consecutivo.
Por outro lado, acrescentou, mesmo aquelas que foram aumentadas
constituem "uma parte pequena, muito pequena" das pensões da segurança
social e os aumentos traduziram-se em "míseros cêntimos por dia".
A dirigente do PCP referiu que a isto se somam os diversos cortes de
2012 e 2013 nas pensões e reformas acima de 600 euros, consideradas
"ricas pelas 'troikas'", numa referência aos credores internacionais
(Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e União Europeia" e
aos três partidos que assinaram o acordo de ajuda financeira (PS, PSD e
CDS).
"É uma situação inaceitável. E se juntarmos esta quebra brutal nos
rendimentos por via das pensões ao aumento da carga fiscal em sede de
IRS, ao aumento dos preços de bens e serviços essenciais e das despesas
na saúde, estamos confrontados com políticas de austeridade que estão a
atirar muitos e muitos milhares de reformados para uma situação de
pobreza extrema e para um empobrecimento generalizado deste grupo
social", afirmou Fernanda Mateus.
Neste contexto, acrescentou, o PCP apela ao "reforço da unidade e da
luta de todos os reformados condenando não só o Orçamento do Estado para
2013, como as políticas do pacto de agressão e a exigência de se
derrotar esta política e de exigir uma política alternativa que garanta o
direito a envelhecer em dignidade, com direito a pensão e a uma reforma
digna".
«DE»
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