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sábado, 14 de abril de 2012

Quando não se sabe do que se fala, melhor seria que se estivesse calado

Quando não se sabe do que se fala, melhor seria que se estivesse calado, senão vejamos:
diz este senhor que o Metro do Porto é todo à superfície...hehehe, só pode estar a brincar ou então ser algum lisboeta que nunca andou no nosso metro pois a "Micas" tuneladora andou por cá muitos meses a furar o chão e temos muitos km de túneis (enterrados) para lhe mostrar. Gostava também que explicasse o que quer dizer com ter uma oferta 400 vezes (!!!) superior à procura. Vê-se bem que nunca andou cá no nosso metro, pois eu ando com frequência e nas alturas de maior movimento (inicio e fim da manhã e inicio e final da tarde) nunca há lugares sentados e inclusive na nova linha laranja inaugurada em 2011 há imensas queixas por andar sempre tão cheio que ninguém aguenta a falta de condições.
Quanto ao prejuízo do Metro do Porto, de facto é grande mas tem uma explicação. Em 2011 foi de 397 milhões de euros (M€) e são justificados em parte pelos avultados investimentos numa nova rede que foi criada de raiz e em parte por por ter um financiamento assente no endividamento bancário.
Em vez de ser o orçamento do estado a suportar os encargos com esta obra, fizeram a Metro do Porto recorrer à banca e dos 2100 M€ investidos no projecto entre 2003 e 2007, 1600 M€ foram obtidos através desse financiamento bancário com o respectivo pagamento de juros. Com o corte do rating da dívida Portuguesa pela S&P, todo o custo do financiamento se agravou e desses 397 M€ de prejuízo em 2011, 136 M€ foram para juros e 55 M€ para provisões.
Ainda assim a Metro do Porto conseguiu em 2011 um crescimento da procura em 4,1% com um total de 55 MILHÕES de passageiros transportados, o que revela bem a grandiosidade e necessidade desta ora para as populações abrangidas, tendo ainda conseguido uma redução de 5,8% nos custos directos da operação. Conseguiu ainda melhorar a sua taxa de cobertura (rácio entre a receitas dos bilhetes e os custos directos da exploração da rede) atingindo os 89%, o que representa um aumento de 35% relativamente a 2007.
Quanto à outra "maravilhosa" solução que apresenta para ficarmos aliviadinhos desta carga deficitária, cortando como diz na mesma percentagem os rendimentos das 10 maiores fortunas de Portugal, não entendo o que quer dizer ou de facto não sabe mesmo fazer contas, senão vejamos:
O défice público de Portugal era no final de 2011 - 184 MIL MILHÕES de euros
o empréstimo que a Troika nos fez foi de 80 MIL MILHÕES de euros...
As 25 (não apenas as 10) maiores fortunas de Portugal estão avaliadas em 17 MIL Milhões de euros...
Assim sendo, mesmo que rapássemos o dinheiro todo aos 25 (não apenas aos 10) mais ricos de Portugal, apenas pagaríamos cerca de 10% do nosso défice público ou então cerca de 20% do empréstimo da Troika, então como é que resolvia o problema?
De facto, falar sem nada dizer é fácil, acertar é que é um pouco mais dificil...
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