O 25 de Abril não terminou apenas com uma ditadura.
Permitiu que o país fizesse a sua ‘convergência institucional’ com a
Europa: na saúde, na educação, na segurança social. E, fatalmente, em
subsídios, festas e festanças que governos sucessivos foram distribuindo
por aí.
Claro que, no meio desta voragem, não houve político nativo
que formulasse a pergunta fatal: como sustentar o crescimento imparável
do Estado quando a economia era, desde 1974, e com um curto período de
excepção (1986 – 1992), um caso crónico de atraso? O dinheiro de
Bruxelas e o acesso ao crédito barato (com o euro) bastavam para
continuar a festa. Não vale a pena comentar os resultados destas
governanças. Excepto para dizer que não foi este governo que ‘atraiçoou’
Abril. Se existe uma traição, ela começou com as ‘elites’ democráticas
do regime que nunca pensaram verdadeiramente na viabilidade do país – e,
no limite, na sua sobrevivência económica e até política. Esta é uma
história sem inocentes.
Fonte:«CM»Enviado por um leitor
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