Discurso do PSD para a Assembleia Municipal de
Alpiarça, nas celebrações do 25 de Abril de 2012
Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Senhores Autarcas, minhas Senhoras e meus Senhores.
Vou tentar ser breve e
não vos maçar muito com esta minha intervenção.
Começo por prestar a
minha homenagem a todos aqueles, que nesta sessão solene da Assembleia
Municipal recebem diretamente ou por intermédio de familiares, a medalha de
luta antifascista, instituída pela Câmara Municipal de Alpiarça, nomeadamente o
Sr. Manuel Vital, que na flor da sua juventude deu a vida pelos seus ideais,
deixando a sua família em situação muito complicada.
Estou à vontade para o
fazer, porque ao contrário de outros votei favoravelmente na assembleia
Municipal a proposta de entrega das respectivas medalhas.
Bem hajam e um grande
obrigado por tudo o que fizeram por Alpiarça e pela liberdade.
Dito isto, e difícil
que pareça, nunca tanto como hoje, tive dificuldade em falar-vos sobre o 25 de
Abril.
Seria mais fácil vir
aqui, ligar a cassete, e fazer referências ao “Depois do Adeus ou a Grândola
Vila Morena”.
Como a grande maioria
dos portugueses, eu fui daqueles que em 25 de Abril de 74 festejei até à
loucura este grande acontecimento da história de Portugal. A história terá
sempre de ser recordada, sobretudo em memória daqueles que já não estando entre
nós, contribuíram para a liberdade e democracia do povo Português, sem nada
receberem em troca. Ao dizer-vos isto, estou obviamente a pensar no Capitão
Salgueiro Maia que ao contrário de tantos outros, nunca tirou proveito da
situação para se autopromover, sendo por isso em minha opinião o grande obreiro
do 25 de Abril de 1974.
Temos sido um povo com
muita História e grande prestígio ao longo de muitos séculos, mas também somos
um povo de oito ou oitenta, não conseguindo depois de grandes vitórias manter
uma linha de meio-termo, dando aos nossos seguidores uma vida estável e duradoura.
E que me lembre, tal
já aconteceu por tês vezes na história de Portugal,
Foi no dia um de Dezembro de 1640 considerado o dia da Restauração, quando uma revolta que alastrou a todo o país, chefiada por um grupo de 40 conjurados derrota a dinastia Filipina, e poe termo a 60 anos de ocupação Espanhola, devolvendo aos Portugueses o trono de Portugal, que viria a ser ocupado por D. João Duque de Bragança.
Muitos anos depois,
temos a implantação da Republica em 5 de Outubro de 1910, com um governo provisório
chefiado por Teófilo Braga. Coube a um Alpiarcense “ a honra de proclamar a
Republica, da varanda da Camara Municipal de Lisboa”, e como todos nós sabemos
esse Alpiarcense foi o Senhor Doutor José Relvas, um homem com um “H” muito
grande e a quem Alpiarça e os Alpiarcenses muito devem.
Muitos de vós estarão
a pensar neste momento, mas que tem tudo isto a ver com o 25 de Abril? Eu direi
que tem muito, porque tanto o dia da Restauração de 1640,como a proclamação da
Republica de 1910, assim como o 25 de Abril são revoltas feitas pelo povo e
para o povo, com datas que ficarão gravadas a letras de ouro na História de
Portugal.
Em todos estes casos
que aqui mencionei, o pior é sempre o depois, porque não sabemos ou não
queremos manter as espectativas pelo qual praticamos os atos. A seguir à
euforia e aos festejos voltam sempre os
mesmos problemas, ou seja, aparecem os oportunistas que de capitães passaram
num abrir e fechar de olhos a Generais, aparecem os ocupadores do alheio, os
exploradores e os explorados, e por fim surgem os governantes inconscientes e sem capacidade
politica, tudo secando à sua volta.
E assim chegámos a 25 de Abril de 2012.
Passados 38 anos da
revolução dos cravos, temos um Portugal muito perto da banca rota, invadido
pela Troika, um Estado caótico onde em breve teremos 20% de desempregados, e
pessoas a perderem os seus haveres e a passarem fome. Temos também portugueses
que trabalharam uma vida inteira para receberem reformas de duzentos e poucos
euros mensais, enquanto outros, (os portugueses de primeira) recebem quatro e
cinco mil e ainda outros recém chegados de nacionalidade estrangeira a
receberem subsídios de reinserção social acima de 500 euros.
Temos um país onde os
princípios sejam eles familiares, de amizade, religiosos, ou outros há muito
deixaram de existir.
COM TUDO ISTO, SENHOR
PRESIDENTE MINHAS SENHORAS MEUS SENHORES, que fazer ???.
Eu não sei!!!.
Festejo com alegria e
nostalgia esta data porque assisti ao vivo à revolução dos cravos de 25 de
Abril de 74.
NÃO MAIS PODEREI
ESQUECER TAL ACONTECIMENTO.
É caso para me
interrogar, onde andam os descendentes desses portugueses que despacharam 60
anos de ocupação Espanhola, acabaram de vez com a monarquia, e disseram não à
ditadura de Salazar e Marcelo Caetano???. E termino Senhor Presidente,
perguntando, onde está o nobre povo, a nação valente, imortal, e
questionando-me se não será de levantar, HOJE DE NOVO O EXPLENDOR DE PORTUGAL E GRITAR ALTO E BOM SOM, CONTRA OS CANHÕES
MARCHAR MARCHAR!
Viva PORTUGAL.
Foto: CMA
Foto: CMA
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