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terça-feira, 17 de abril de 2012

Os portugueses estão a perder a fé na igreja Católica

 São cada vez menos os católicos em Portugal e cada vez mais os que querem distância da religião. Qualquer que ela seja. O catolicismo perdeu nos últimos 11 anos 7,4% dos seus crentes, descendo de 86,9% para 79,5% da população. Outras crenças cristãs ganham terreno – a percentagem de portugueses com uma religião diferente da católica passou de 2,7% em 1999 para 5,7%, em 2011. Mas também o número de pessoas sem religião duplicou de 8,2% para 14,2%.
Este é o retrato dos portugueses perante a religião que será hoje apresentado em Fátima. O estudo do Centro de Estudos de Religiões e Culturas da Universidade Católica Portuguesa inquiriu cerca de quatro mil pessoas com pelo menos 15 anos. O inquérito mostra um aumento de protestantes/evangélicos (que passaram de 0,3% para 2,8%) e das testemunhas de Jeová, que em 1999 representavam 1% e agora são 1,5%. Os “outros cristãos” também aumentaram uma décima (1,5% para 1,6%) assim como os pertencentes a religiões não cristãs (eram 0,2 e agora são 0,8%).
Na última década, as categorias com maior crescimento são os “protestantes” e os “crentes sem religião”. São subidas que levam os investigadores a admitirem a hipótese de existir uma relação entre a diminuição de católicos e o aumento de crentes sem religião: “Esta categoria poderá reunir as identidades crentes de carácter mais difuso, mas também uma periferia, antes católica, cujos laços de pertença eram já muito ténues”, lê-se no documento.
Questionados sobre a razão de não terem qualquer religião, a maioria dos inquiridos apresentou três razões: convicção pessoal, desacordo com as doutrinas e regras das igrejas e por preferir ser autónomo face às normas e práticas das religiões. Um em cada três inquiridos disse não concordar “com a doutrina de nenhuma igreja ou religião” e 22,2% disse discordar das “regras morais das Igrejas e religiões”. Mais de uma em cada dez pessoas (12,2%) apontou ainda o “mau exemplo das pessoas religiosas em geral” para não ter religião.
Mais de metade (55,2%) da população não crente portuguesa vive na região de Lisboa e Vale do Tejo, zona ocupada por 62,2% dos protestantes (incluindo evangélicos). Por outro lado, é no Norte que vive a maioria dos católicos (43,6%). Três quatros da população nunca mudou a sua convicção religiosa. Entre os 21% que admitiram ter mudado, surgem os que deixaram de ser praticantes (45%) e os que se desligaram de uma qualquer religião (24,1%). Dez por cento dos casos abandonaram mesmo o catolicismo para aderir a outra comunidade religiosa e, em sentido contrário, outros 2% passaram a ser católicos.
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