O que é que a Alpiagra tem de diferente este ano?
Temos procurado ao longo dos anos, com imaginação e persistência, melhorar aquilo que a Alpiagra tem para oferecer a quem nos visita. A feira, os espectáculos, os espaços mais agradáveis, mais bonitos. Este ano dá-se mais um passo nesse sentido. Além do espaço do picadeiro, do espaço jovem, vamos ter um espaço dedicado ao desporto com várias actividades dinamizadas pelas colectividades do concelho. Vamos ter também um espaço maior dedicado às crianças.
E em relação ao sector agrícola?
A Alpiagra começou por ser uma feira agrícola e comercial mas a realidade hoje é outra. Sabemos a evolução que a agricultura teve. É difícil hoje ter uma grande exposição de máquinas agrícolas, por exemplo.
Porque é que não se promove por exemplo o melão de Alpiarça na feira?
Nós tivemos alguns contactos com alguns produtores. Acontece que neste período em que a feira decorre a venda de melão já está a decrescer. Tentámos depois isso com a agricultura biológica.
Não seria de equacionar uma alteração na data da feira para no futuro poder ter também o melão?
Não seria de equacionar uma alteração na data da feira para no futuro poder ter também o melão?
A venda que existe de melão em Alpiarça justificaria uma feira do melão autónoma que fosse muito bem divulgada. Não quer dizer que na Alpiagra não existisse também alguma representatividade do sector. Parece-me também importante e já fiz alguns contactos nesse sentido, que os produtores no próximo ano possam ser ajudados para colocarem os seus produtos nas grandes superfícies. O que falta é união, congregação e planificação da actividade, porque sem isso não conseguem vender os seus produtos.
A Alpiagra foi de alguma forma afectada pela crise?
O programa da feira não é muito diferente dos outros anos, e estamos em período eleitoral. Temos tido uma preocupação em tentar que o certame se rentabilize. Que consiga ter rendimentos para cobrir os seus custos. A feira tem muito de produção caseira, muito do trabalho dos nossos funcionários. Gastamos dinheiro na publicidade, nos espectáculos…
Quer dizer que no futuro devem ser cobradas entradas?
Não. O que temos procurado fazer é conseguir pagar os espectáculos na totalidade através de patrocínios.
Este ano foi possível trabalhar desse modo?
Confesso que temos tido mais dificuldade. Alguns dos patrocinadores que tínhamos noutros anos baixaram o valor dos seus patrocínios.
E ao nível de expositores?
A crise faz com que os pequenos empresários procurem este tipo de feiras onde o custo é mínimo em vez de certames de maiores dimensões e é isso que tenho sentido. Nos últimos oito anos este foi o primeiro ano em que tivemos de dizer não a quatro restaurantes, por exemplo.
Este modelo da feira ainda faz sentido?
Há oito anos que participo na organização. Aprendi com pessoas que sempre estiveram ligadas a esta área. No futuro tem que se desenvolver a ideia de aproveitar a festa para promover o concelho, o seu património, a sua cultura, a sua economia.
A ideia de mudar a feira para outro local ainda é válida?
Neste momento o espaço da feira não pode estender-se. Estamos num espaço urbano e temos muito a ganhar se mudar para fora da malha urbana, porque o barulho incomoda as pessoas, sobretudo para uma zona de passagem em que as pessoas ao verem a feira parem para a visitar. Não quer dizer que isto seja uma prioridade, mas é aceitável que a feira se possa realizar num espaço mais alargado com pavilhões e espaços de exposição mais adequados.
Alpiarça tem capacidade para ter duas feiras, a Alpiagra e a Feira do Vinho, em dois períodos diferentes?
São duas iniciativas diferentes. A Feira do Vinho do Ribatejo tem uma vocação mais regional. Existe espaço para as duas feiras, mas incrementando o mais possível a Feira do Vinho, ligando-a ao seu objectivo principal que é a promoção do vinho do Ribatejo. Na vigência do meu mandato procurei que as feiras evoluíssem, agora no futuro caberá aos que vierem decidirem.
Tem havido uma abertura à presença de empresas e entidades de outros concelhos, como Almeirim.
Temos tido a presença de outras câmaras municipais. É importante diversificar. Esta coisa de funcionarmos por capelinhas não deve existir. Este ano vamos ter nas tasquinhas, além da gastronomia ribatejana, a do Alentejo, do Algarve e das Beiras.
«O Mirante»
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