A aproximadamente quarenta anos que colaboro directa e indirectamente para jornais. No decorrer deste período vi muitos jornais levantarem pessoas da “lama” e levá-las ao topo da fama como outros fazerem “figuras apagadas” em pessoas famosas para passado pouco tempo as “queimarem” publicamente.
Temos exemplos bem claros na nossa região e ultimamente em Alpiarça. Houve um jornal que fez uma figura pública num “deus” para agora mais não ser do que o “Diabo”.
Se é ou não correcto, é um assunto discutível que requer muita análise. Não sou defensor desta forma de “elevar” e “rebaixar as pessoas. Não é por acaso que se diz que os jornais são o “4:º Poder”. Não é verdade mas o sentido não está longe da verdade.
Quando se exerce uma profissão ou um cargo público, ensina a experiência e a inteligência: “se há alguém ou alguma coisa a que nunca devemos voltar as costas é aos jornais. Se fizermos dos jornalistas os «nossos melhores amigos» nunca os devemos querer como nossos «inimigos». Funciona assim, e, de que maneira. Lembro-vos do que sucedeu a alguns anos nos EUA com o Presidente Nixon.
A sociedade nos últimos anos sofreu profundas alterações. Havia a imprensa escrita e falada. Recentemente, apareceu a “virtual” que transformou e alterou todas as regras. Como nunca, hoje existe uma babilónia de informação destacando-se os conhecidos “blogues” que atingiram uma expansão como nunca visto. Milhões e milhões existem pelo mundo fora.
Alguns tem mais aceitação que os mais credenciados jornais e televisões, tal é a qualidade de informação que nos oferecem, devidamente detalhada. Como em tudo, também existe os bons e os maus: os curiosos e os profissionais. Compete-nos a nós, saber avaliar a sua qualidade.
Há blogues que se transformaram em meios de comunicação que servem de “fonte” aos grandes jornais”; há outros que apenas são brincadeiras para os jovens e existem outros que são uma referência. Recordo-vos, como certos jornais (ex: Diário de Noticias/Público) as suas notícias são sempre credíveis e muitos blogues seguem-lhes o caminho, onde alguns por serem tão credíveis se tornaram uma referência.
Depois poderá aparecer a quantidade ou a qualidade de notícias. Mais uma vez ao leitor está destinada a missão de saber destrinçar o que interessa.
Mas os estudos e as sondagens indicam que a “ informação” seja escrita, falada ou virtual tem um «enorme poder». Pode-nos levar à fama como pode ser a nossa destruição.
Hoje e, mais do que nunca, quem exerce uma cargo publico ou função politica deve ter em atenção este “poder”, porque se o ignora, pode – sem se aperceber – estar a destruir a sua carreira.
Os “blogues” são uma fonte de divulgação e informação que nos entra todos dias em casa. Os “blogues” dizem-nos aquilo que muitas vezes outros órgãos de informação não podem ou não querem ou ainda sabem. Os bloguistas estão em cima do acontecimento.
Não é por acaso que hoje em dia os jornais locais e alguns regionais, se debatem com dificuldades porque não conseguem «passar a notícia» com tanta rapidez como os blogues.
Porquê?
Porque os blogues estão em cima do acontecimento e muitas vezes antecipam-se a noticiar aquilo que ainda nem “acontecimento” foi.
Mais uma vez, é a nós leitores que devemos saber avaliar e separar o “trigo do joio”. Acrescento-lhes ainda, com conhecimento de causa, que muitos jornais regionais e locais abastecem as suas redacções com notícias recolhidas nos blogues, como também o inverso.
Os blogues alteraram a nossa sociedade por completo.
Um candidato a um cargo político ou autárquico, ignorar este novo meio de informação cujas notícias inesperadas se espalham e divulgam como um rastilho, é pura ignorância ou malvadez porquanto o “tempo” se encarregará de lhes minar o caminho.
Relembro, como exemplo, um caso recente: Todos os leitores devem estar recordados quando Santana Lopes foi promovido a “Primeiro-ministro”. Uma das suas primeiras decisões foi “trancar” as fontes de informação” aos jornais.
Na verdade durante pouco tempo levou a sua avante mas não durou muito para que quase todos os jornais começassem a desencadear a contra-informação e a “atacar” tão conhecido politico” que a sua imagem começou a ficar “queimada” na opinião pública ao ponto do mesmo ter que anunciar publicamente que «os órgãos de informação» eram os seus «piores inimigos» para depois reconhecer publicamente: «não tornar acessível a informação aos jornalistas foi a pior coisa que fiz na minha vida». Quanto ao final do seu cargo como Primeiro-ministro, todos sabemos como foi.
Conclusão: se eu fosse um politico ou exercesse um cargo público/politico onde a minha imagem era colocada diariamente para o público nunca negava qualquer tipo de informação aos jornalistas.
Fazia sim, com que me acompanhassem na minha actividade, publicando ou criticando todas as minhas acções. De uma forma tão transparente para que o soubessem quem sou e como tomo as decisões de interesse público.
Barrar-lhes a informação ou negar-lhes aquilo que querem saber para publicarem a “notícia” cujo objectivo é informar o leitor, é o mesmo que lhes estar a dizer silenciosamente que a «minha actividade e decisões nem sempre são as melhores e muito menos transparentes».
Mais tarde o mais cedo, a tal “figura pública” deixa de ser um”deus” para passar a ser o “diabo”.
E, nós alpiarcenses, sobre estas duas figuras temos alguns exemplos recentes.
A.C.
3 comentários:
O recado está dado.
A carapuça serve a quem serve.
A casmurrice e egocentrismo de uns pode ser o triunfo de outros.
Neste como noutros jogos, ganha quem melhor souber gerir a oportunidade e/ou a vantagem.
O Fatal
Isto de se passar de BESTA a BESTIAL e vice-versa tem muito que se lhe diga.
Temos políticos bestiais que passam a bestas e políticos bestas que passam a bestiais, temos amigos bestas que passam a bestiais e amigos bestiais que passam a bestas temos familiares bestiais que passam a bestas e… bem podia enumerar uma quantidade de exemplos que nos rodeiam diariamente.
Mas o fundamentam de tudo isto é reflectirmos sobre este assunto.
Ora sejamos honestos todos nós cometemos erros, temos fraquezas, temos debilidades, somos fortes, em cada momento somos aquilo que os outros querem que nós sejamos.
Mas, como em tudo há um mas, nem todos temos a possibilidade ou o querer, de ser figura pública, e é aqui que reside o foco da questão.
O facto de ser figura publica fica exposto perante a opinião pública e todos pontos fracos e pontos fortes dessa personagem ficam expostos o que leva a que o adversário de interesses os analise e os combata, cabe a cada um saber-se defender, com honestidade ou não isso depende dos valores morais de cada um.
Ser Honesto não basta pensar em ser e dizer que é, tem de agir, tem de dar provas.
O jogo de interesses pode ser um jogo honesto desde que o “combate” de interesses tenham regrar definidas e aceites por ambas as partes.
Muitas vezes o que acontece é que a má fé prevalece perante quem se quer “combater” o argumento falta e prevalece a desonestidade e a malévola.
Este post pode ter sido escrito a pensar em alguém em especial, mas quando o li, não o identifiquei com ninguém. Este jogo é tão usado em grupos de interesse nos nossos dias que pode cada leitor se identificar com ele, com casos já vividos.
Os leitores tem razão.Tomamos em atenção a vossa opinião .
Futuramente vamos alterar as regras do jogo.
AC
Enviar um comentário