Acho muito estranha a posição da ex-Presidente da Assembleia Municipal ao “ pedir em tribunal uma indemnização de 50 mil euros à Directora da Escola José Relvas por denúncia caluniosa” quando o próprio Ministério público arquivou a queixa da Diretora da Escola “considerando que não foram indicados em concreto os autores das cartas anónimas e que não é possível identificar os autores.”
E também não existem registos da Diretora da Escola José Relvas ter andado a caluniar publicamente a ex-Presidente da Assembleia Municipal !
O que a Diretora da escola fez foi apresentar queixa no Ministério Público por causa de cartas anónimas dirigidas a várias entidades públicas acusando-a de alegadas falhas graves de gestão na escola, que as auditorias efetuadas provaram que não existiram. É, para mim, evidente que tal situação de ataque à Diretora foi orquestrado por um grupo, sem escrúpulos, acobertado no poder autárquico de então, que pretendia prejudicar gravemente a diretora, de forma a afastá-la do cargo e a alcançarem os seus objetivos que não tinham conseguido pela via legal.
Sendo as cartas anónimas, não era possível apontar o autor ou autores. Mas não é preciso ser criminologista para saber que, nestes casos, o primeiro passo da justiça seria procurar quem tinha meios, motivos e oportunidade para realizar este ataque, isto é, os potenciais suspeitos…
Neste contexto, a ex-Presidente da Assembleia Municipal seria sempre um/a dos potenciais suspeitos pois, recordo aqui, por exemplo, que esta senhora e outra, assumiram publicamente, num texto da Voz de Alpiarça, um ataque feroz à Diretora da Escola (então Presidente do Conselho Executivo), que comparam ao “lobo mau” que “continua à solta” a montar “ciladas” às “vítimas indefesas”, isto é, às “inocentes criancinhas” e suas “encarregadas de educação” ! E isto por que os filhos destas senhoras estiveram envolvidos com outros alunos num processo de “roubo” dum teste de história ao director de turma e, como castigo, tiveram o teste anulado, fizeram “actividades de integração” na escola, “ cuja duração foi função do tipo de intervenção que tinham tido” e, por aplicação dum regulamento interno existente na escola, não integraram, nesse ano, o “Quadro de Excelência”. Espero, sinceramente, que os filhos destas senhoras não tenham assumido, nas suas vidas, esta mensagem clara de irresponsabilidade pelos atos cometidos passada pelas suas progenitoras…
Por último, registo mais uma incoerência…
A ex-Presidente da Assembleia Municipal, no seu direito legítimo de cidadã, assume publicamente o seu catolicismo, carregando a cruz da sua religião pelas ruas de Alpiarça… Está, para mim, provado que a Diretora da Escola não caluniou nem ofendeu a ex-Presidente da Assembleia Municipal . Mas, mesmo que, por absurdo, tivesse ofendido, pergunto: não se arrepiará de medo divino a ex-Presidente da Assembleia Municipal quando, na missa e com muito fervor, rezar: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”?
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4 comentários:
Sabem me dizer porque é que só estes meninos, filhos destas senhoras, tiveram castigo?e o que aconteceu aos outros meninos que também estiveram envolvidos?NADA! Que coincidência?
Auto de denúncia de 6 de outubro de 2006: “Tal suspeita baseia-se no comportamento dos denunciados, os quais, por diversas vezes, têm difamado a declarante (Isabel Coelho) perante Instituições e opinião pública e contra quem a denunciante já apresentou várias queixas, de cujos nºs não se recorda”.
Incoerência? Incoerência é alguém ir ao Ministério Publico invocar várias queixas e nem sequer levar os números das mesmas!
Incoerência? Será? Façam o vosso juízo!
Escreveu o 1º anónimo: “Sabem-me dizer porque é que só estes meninos, filhos destas senhoras, tiveram castigo? e o que aconteceu aos outros meninos que também estiveram envolvidos? NADA! Que coincidência?”
Será esta afirmação de resposta à própria pergunta apenas boçal ignorância ou, simplesmente, uma tentativa de, na falta de argumentos, tentar enganar deliberadamente os outros leitores deste blogue… Acabo por me inclinar, sem dúvidas, para esta última situação…
A ocorrência referida foi muito falada na altura... Mas é claro que não foram só os filhos destas senhoras que foram castigados! Todos os envolvidos no processo tiveram castigos “cuja duração foi função do tipo de intervenção que tinham tido”. E já agora recordo que as senhoras não negaram que os seus filhos estiveram implicados no processo, com acesso, pelo menos parcial, ao conteúdo do teste “roubado”...
Quanto ao 2º anónimo, começaria por recordar-lhe que o significado de “incoerência” é a qualidade do que é contraditório. Por essa razão, a sua afirmação “ Incoerência é alguém ir ao Ministério Publico invocar várias queixas e nem sequer levar os números das mesmas!” é falsa pois não comporta contradição, isto é, o facto da pessoa afirmar ter feito “várias queixas” não se opõe ao facto de não “ levar os números das mesmas”… Poderia ter dito que a pessoa ia mal preparada ou que não estava à espera que lhe fosse colocada essa questão, mas incoerente não.
De qualquer maneira, bastaria apenas uma situação como aquela que foi apresentada no texto principal para que a ex-Presidente da Assembleia Municipal fosse considerada um/a dos potenciais suspeitos…
Quanto aos prejuízos e transtornos que a ex-Presidente da Assembleia Municipal afirma ter sofrido e que eu compreendo, deveria atribuí-los à morosidade da justiça portuguesa…
Mas já agora convém lembrar os prejuízos e transtornos sofridos pela Diretora da Escola em resultado das queixas anónimas junto de diversos órgãos do poder público, utilizando o correio electrónico e cartas não assinadas que apresentavam diversas acusações contra a Diretora (então Presidente do Conselho Executivo )e não só, baseadas num chorrilho de mentiras, das mais caricatas às mais ardilosas, juntando documentos que só poderiam ter sido obtidos de forma ilícita. Essas mentiras foram desmascaradas pelo Conselho Executivo da escola, com provas concretas, junto do inspector enviado de propósito pelas instâncias escolares superiores, dada a gravidade das acusações anónimas.
Ó Senhoras, resolvam lá o vosso problema entre portas, na justiça ou onde quiserem.
Por aquilo que conheço de uma e outra, a razão deve estar algures a sudoeste do cabo carvoeiro.
É só peixeirada !
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