«As
crises financeiras que se sucedem têm um efeito de cascata que afecta
profundamente a economia mundial e as populações mais frágeis. Mostram
que a finança é um factor chave da globalização».
Estas afirmações do Arcebispo de Rouen, Jean-Charles Descubes, Presidente do Conselho para as questões familiares e sociais da Conferência dos Bispos de França (homólogo, em relação à Conferência Episcopal Portuguesa, do Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social) iniciam o documento O carácter multifacetado das crises financeiras, publicado neste ano, que se segue a um outro, de 2005: Referências numa economia globalizada. Esta reflexão serviu de pano de fundo para os trabalhos da Comissão dos Assuntos Sociais da COMECE (estrutura das Conferências Episcopais da Europa comunitária em que, pela CNJP, muitas vezes tem participado o Prof. Alfredo Bruto da Costa) que, nos passados dias 8 e 9 de Outubro, promoveu uma reunião sobre «o futuro da protecção social e da política social na Europa», para a qual fui convidado como Secretário da Comissão Episcopal da Pastoral Social.
Partilho convosco algumas das questões debatidas, elencadas no final do referido documento:
· A primeira é a questão dos mais pobres. Esta crise é tão injusta como o tipo de desenvolvimento dos últimos vinte anos. Transporta consigo as mesmas características negativas; mas ainda com uma maior violência, como é próprio das crises: aumenta as desigualdades! Uma vez mais, voltam a ser os pobres que mais sofrem. Como fazer para os proteger?
· A subida das matérias-primas deveria favorecer os países produtores, alguns dos quais são países emergentes. Mas como organizar uma justa repartição das riquezas?
· A vida humana está em questão quando se fala de bens destinados à alimentação. Dada a sua natureza, devem ser particularmente protegidos. Não se deveriam mesmo proibir certas actividades financeiras, para que eles não sejam objecto de especulação?
· As crises financeiras questionam o nosso estilo de vida. É preciso rever as nossas políticas económicas e agrícolas. E, no que diz respeito ao nosso quotidiano, não podemos querer continuar a viver como se nada se passasse ao nosso lado: para quando a adopção de um modo de vida mais despojado, mais simples, mais conforme às exigências da solidariedade no mundo de hoje?
Uma última questão, tomo-a da palavra do Arcebispo Celestino Migliore, Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, numa reunião sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM): como é que se faz tudo para encontrar os fundos que podem salvar o sistema financeiro, enquanto parece impossível encontrar os que se destinam a uma intervenção eficaz no desenvolvimento de todas as regiões do mundo? «Permaneçam centrados nas prioridades do milénio!» – pedia o Arcebispo à ONU.
Estas afirmações do Arcebispo de Rouen, Jean-Charles Descubes, Presidente do Conselho para as questões familiares e sociais da Conferência dos Bispos de França (homólogo, em relação à Conferência Episcopal Portuguesa, do Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social) iniciam o documento O carácter multifacetado das crises financeiras, publicado neste ano, que se segue a um outro, de 2005: Referências numa economia globalizada. Esta reflexão serviu de pano de fundo para os trabalhos da Comissão dos Assuntos Sociais da COMECE (estrutura das Conferências Episcopais da Europa comunitária em que, pela CNJP, muitas vezes tem participado o Prof. Alfredo Bruto da Costa) que, nos passados dias 8 e 9 de Outubro, promoveu uma reunião sobre «o futuro da protecção social e da política social na Europa», para a qual fui convidado como Secretário da Comissão Episcopal da Pastoral Social.
Partilho convosco algumas das questões debatidas, elencadas no final do referido documento:
· A primeira é a questão dos mais pobres. Esta crise é tão injusta como o tipo de desenvolvimento dos últimos vinte anos. Transporta consigo as mesmas características negativas; mas ainda com uma maior violência, como é próprio das crises: aumenta as desigualdades! Uma vez mais, voltam a ser os pobres que mais sofrem. Como fazer para os proteger?
· A subida das matérias-primas deveria favorecer os países produtores, alguns dos quais são países emergentes. Mas como organizar uma justa repartição das riquezas?
· A vida humana está em questão quando se fala de bens destinados à alimentação. Dada a sua natureza, devem ser particularmente protegidos. Não se deveriam mesmo proibir certas actividades financeiras, para que eles não sejam objecto de especulação?
· As crises financeiras questionam o nosso estilo de vida. É preciso rever as nossas políticas económicas e agrícolas. E, no que diz respeito ao nosso quotidiano, não podemos querer continuar a viver como se nada se passasse ao nosso lado: para quando a adopção de um modo de vida mais despojado, mais simples, mais conforme às exigências da solidariedade no mundo de hoje?
Uma última questão, tomo-a da palavra do Arcebispo Celestino Migliore, Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, numa reunião sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM): como é que se faz tudo para encontrar os fundos que podem salvar o sistema financeiro, enquanto parece impossível encontrar os que se destinam a uma intervenção eficaz no desenvolvimento de todas as regiões do mundo? «Permaneçam centrados nas prioridades do milénio!» – pedia o Arcebispo à ONU.
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