"Há três coisas que não podem esconder-se por muito
tempo: o Sol, a Lua, e a verdade." A frase, atribuída a Buda, vem a
propósito da verdade que se revelou aos portugueses na semana da Páscoa,
com um sabor a amêndoas amargas: o programa da troika não está a
resultar, e a austeridade vai prolongar-se para lá do previsto.
As
declarações de um responsável da Comissão Europeia pela ajuda a Portugal
sobre a possibilidade de o corte do 13º e do 14º mês poder ser
definitivo foram como que o detonador das más notícias que nos foram
chegando de surpresa ao longo da semana: o prolongamento até 2014 do
corte nos subsídios de férias e de Natal, a proibição de reformas
antecipadas enquanto durar a ajuda da troika, a dúvida sobre o regresso
de Portugal aos mercados em Setembro de 2013… Em suma: a via-sacra do
País vai arrastar-se, e a ressurreição parece cada vez mais longínqua.
Neste panorama desanimador, o Governo de Passos Coelho começa a
evidenciar, no seu modus operandi, algumas semelhanças preocupantes com o
seu antecessor de triste memória, tomando decisões importantes sem dar
cavaco, e, pior do que isso, escondendo a verdade, essa que é seu dever
revelar, custe o que custar.
Fonte:«CM»Enviado por um leitor
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