"Insatisfeitos com as (falta de) perspectivas de carreira, os polícias já anunciaram que estão ao lado da população (igualmente, como os militares - mal comparado) contra as medidas tomadas a pretexto da crise. O facto de o Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, ter já afirmado que «é uma inevitabilidade» o reforço do orçamento do ministério para o próximo ano, adiantando que as verbas são necessárias para garantir «um normal e regular» funcionamento das estruturas, não veio acalmar as hostes. O ambiente também não ficou favorecido depois de se saber que o diretor nacional, os três diretores adjuntos e o inspetor nacional da PSP aumentaram os seus próprios salários em 2010, colocando-se logo no novo regime remuneratório da polícia (situação revelada através de uma auditoria realizada este ano à PSP pela Inspeção-Geral de Finanças). As reacções não se fizeram esperar face à notícia de que os responsáveis máximos da GNR e da PSP viajariam para Angola em classe executiva para participar na 6ª Reunião de Chefes de Polícia da CPLP (apesar de a viagem estar autorizada pelo primeiro-ministro, uma vez que, de acordo com o diploma legal em vigor, «em todas as viagens que tenham uma duração superior a quatro horas de voo é autorizada a deslocação em executiva, em detrimento da económica»). Vai daí que o presidente do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol) veio agora a público defender a necessidade de aumentar os salários dos polícias e as penas de quem os agride como forma de motivar as forças de segurança contra a crescente criminalidade. "O Governo tem que verificar que o fenómeno da agressão aos polícias tem que ter uma alteração da moldura penal e que as condições e vencimentos da Polícia de Segurança Pública não devem ser reduzidos, mas sim aumentados", afirmou Armando Ferreira. "Acho lamentável que continue a haver todos os dias polícias feridos e que o Estado português não verifique que, ao cortar subsídios, ao não reposicionar [os vencimentos] dos polícias, só está a agravar a situação", alegou o sindicalista. Para ele, é preciso que a polícia esteja "bem preparada, bem financiada e com moral elevada" para que possa combater "com toda a eficácia" o aumento esperado da criminalidade em 2012. Sublinhando que já nem pede a criação do subsídio de risco - "porque é uma promessa tão antiga que vai ser eterna" -, o presidente do Sinapol alertou contra os cortes já planeados.
Caso para dizer "a polícia está a aquecer"! Quem arrefece os ânimos?!"
Por:
Anabela Melão
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