Não compreendo nem compreenderei certos simbolismos a que muita gente atribui tanta importância.
Será que uma estátua de pedra, de ferro, de mármore, ou de que material seja feito vai mudar a vida dos cidadãos?
Tal como para mim a importância das estátuas são zero, outros simbolismos enfermam do mesmo defeito.
Paradas militares, fardas, vestes especiais, comendas, em nada contribuem para a melhoria da miserável vida que o povo leva.
Se alguém pudesse garantir que uma estátua ou uma comenda mudaria esse estado de coisas, seria o primeiro a defender isso.
Mas, colocaram a estátua da mamalhuda,e a do ciclismo e além do orçamento camarário ter sido aliviado, não lhe encontrei outra utilidade.
Este tipo de conversa faz-me lembrar o tipo que está no centro de uma sala a arder, com risco da própria vida e está preocupado se na TV, no concurso idiota que está a ver, se quem sai é a Maria ou o Manuel...
Preocupem-se com as crianças que vão para a escola sem alimentação, com os velhos solitários e abandonados, com gente que foi despedida porque a empresa fechou.
A estátua ou estátuas, estejam onde estiverem não resolvem nenhum desses problemas.
Nestes tempos difíceis há que ser pragmático.
Tudo o resto são manobras de diversão!
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2 comentários:
Hoje em dia, não fica bem dizer certas coisas perante a opinião pública. O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado. O imperialismo se chama globalização. As vítimas do imperialismo se chamam países em via de desenvolvimento, que é como chamar de meninos aos anões. O oportunismo se chama pragmatismo. A traição se chama realismo. Os pobres se chamam carentes, ou carenciados, ou pessoas de escassos recursos.
Na era vitoriana era proibido fazer menção às calças na presença de uma senhorita. Hoje em dia, não fica bem dizer certas coisas perante a opinião pública:
O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado;
O imperialismo se chama globalização;
As vítimas do imperialismo se chamam países em via de desenvolvimento, que é como chamar de meninos aos anões;
O oportunismo se chama pragmatismo;
(Eduardo Galeano)
"O oportunismo se chama pragmatismo"
Ainda gostava que o Eduardo Galeano me explicasse essa frase.
Galeano tem como raízes uma família católica de classe média de ascendência europeia.
Certamente nunca soube o que foi ter uma decisão pragmática.
Possivelmente chamaria "oportunismo" ter 5 euros no bolso e ter 2 filhos para alimentar.
O oportunista, certamente agradaria a um dos filhos, comprando 200 g de camarão e satisfazendo o desejo de um filho que nunca o tinha comido e que anteriormente tinha feito uma birra.
O pragmático sabe que só tem 5 euros e 2 filhos para alimentar.
Entre ficar nas boas graças de um dos filhos ou alimentar os dois, opta pela 2ª hipotese.
Na situação comentada, sabendo que o dinheiro não nasce como a água, e os recursos não são ilimitados, perguntaria ao Sr. Galeano se preferiria inaugurar uma estátua ou encaminhar os parcos recursos para atenuar a grave crise que o povo vive.
Gosto muito das liberdades poéticas, e de intelectualóides de barriga cheia...
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