O Governo de Passos Coelho insiste em dizer que foi o único a conseguir
reduzir significativamente a dívida pública do País. Mas hoje, o seu
recorde é outro e em modo duplo. Nunca um primeiro-ministro passou por
quatro paralisações durante o seu mandato, e muito menos por duas greves
gerais com a união das duas centrais sindicais, escreveu ontem o jornal
i.
O dia foi greve geral no País e de recorde em São Bento. Isto porque
Passos Coelho foi o único líder do governo a contar com quatro
paralisações, que incluem duas greve gerais, organizadas em conjunto
pela CGTP e pela UGT.
Confrontado com a paralisação de ontem, o
primeiro-ministro disse ontem no Parlamento, durante o debate quinzenal,
que respeita o “direito inalienável”, mas que o País "precisa menos de
greves e mais de trabalho e rigor".
Para o líder da CGTP, Arménio
Carlos, esta declaração de Passos é “própria de quem lida mal com
opiniões diferentes, com o funcionamento da Democracia e com direito à
greve".
Para o sindicalista, o dia de hoje é uma oportunidade de
os portugueses mostrarem ao governo o que pensam de uma frase como esta,
e Arménio Carlos adiantou ao jornal i que "os trabalhadores não
deixarão de dar a resposta" às palavras do primeiro-ministro, esperando
"uma grande adesão" à greve, o que "deixará o governo mais fragilizado".
Já
Carlos Silva, responsável pela outra central sindical, a UGT, reagiu à
frase do primeiro-ministro dizendo: "O País também precisa de um governo
com mais sensibilidade social e mais sensatez". Segundo o líder
sindical, "os trabalhadores portugueses trabalham bastante. O que parece
que este governo pretende é que haja trabalho gratuito. Isso já
aconteceu durante 48 anos".
Na opinião de Carlos Silva, a greve
geral acontece num momento em que "a situação económica e social está
explosiva". E para o sindicalista "estão reunidas as condições para que
as pessoas digam 'basta' ao governo".
«NM»
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