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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Desemprego já estaria em 13% sem os Censos

Com o fim dos inquéritos à população, cerca de 30 mil pessoas voltaram ao desemprego. Deve haver novos recordes este ano.

A taxa de desemprego em Portugal atingiu um novo máximo histórico no primeiro trimestre deste ano, atingindo 12,4%, segundo dados revelados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Mas as notícias podiam ter sido piores.

Os inquéritos do organismo de estatística coincidiram com o período de realização dos Censos 2011, em que cerca de 30 mil pessoas recrutadas temporariamente pelo INE estavam a receber formação ou a percorrer o país para recolher os questionários à população. São cerca de 0,54% da população activa actual, que só vão entrar nas próximas estatísticas, e que levariam a taxa para perto de 13%.

Antes da recolha dos questionários dos Censos, o INE explicou ao SOL que iriam ser recrutadas temporariamente cerca de 30 mil pessoas para toda a estrutura de trabalhos de campo, sendo que os recenseadores eram «o número mais significativo». As respostas aos Censos começaram a 21 de Março e a distribuição de questionários iniciou-se duas semanas antes. Os profissionais envolvidos tiveram formação desde o início do ano, segundo o cronograma dos Censos, pelo que este grupo profissional teve influência nos resultados do desemprego do primeiro trimestre. Com o fim dos trabalhos de campo, é expectável que as próximas estatísticas de desemprego já reflictam a saída destes trabalhadores.

Mas há mais factores que devem contribuir para a subida da taxa de desemprego. Em termos históricos, o número de desempregados tende a subir no fim do Verão, com o término dos empregos sazonais no turismo e na restauração. E este ano as previsões apontam para que a economia continue em recessão, com as medidas de austeridade. Várias organizações (Banco de Portugal, FMI e OCDE e Comissão Europeia) antecipam mais destruição de postos de trabalho.

Os dados divulgados esta semana mostram que o desemprego já atinge 689 mil pessoas, mas o INE justificou a subida com a nova metodologia de recolha de dados, usada pela primeira vez no primeiro trimestre deste ano. Segundo o organismo, os mais jovens estão a ser mais afectados pela falta de trabalho: a taxa de desemprego jovem atingiu 28%
«Sol»

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