Por Sommer
É perfeitamente natural que a jovem deputada Sónia Sanfona tenha ficado feliz, alegre e até empolgada quando lhe estenderam o convite para se candidatar a presidente de câmara da sua terra e tenha aceitado.
Quer queiramos quer não, ser presidente de uma câmara é um lugar de prestígio que fica na memória colectiva de um povo por muitos anos e alguns perduram por gerações ligados a certas obras, veja-se o caso do Dr. Neves que ainda hoje é recordado como o homem que mandou fazer o Estádio Municipal e a Pista de Ciclismo.
Mas vivemos em democracia, num sistema em que o presidente de câmara é eleito por sufrágio dos eleitores do concelho e ser candidato ao dito lugar não significa ser presidente porque para se ser presidente tem de se ser o cabeça da lista mais votada.
Sónia Sanfona não só é deputada pelo PS ao Parlamento é também vice-presidente do seu grupo parlamentar e como tal é perfeitamente legítimo que estivesse a fazer conta de integrar a lista pelo distrito de Santarém em lugar elegível, ser eleita para o Parlamento não a impediria de concorrer à Câmara de Alpiarça e em caso de vitória bastava interromper o cargo no parlamento e seria substituída por outro deputado no lugar seguinte da lista.
Sónia quer ganhar, luta para ganhar a câmara mas não controla os desejos dos eleitores e o cenário da derrota tinha de ser sempre equacionado, por isso o cargo e a carreira de deputada tudo indicava ia ser garantido.
Agora Sócrates a escassos dois meses e pouco do início das campanhas eleitorais decide mudar as regras do jogo, quando antes tinha permitido a Ana Gomes e a Elisa Ferreira acumularem as candidaturas às Europeias e às Locais.
Há por aí quem já fale em teoria da cabala e que a deputada/candidata Sónia teria engolido o anzol, a chumbada e tudo. Por mais que se tente branquear o facto e se elogie a deputada por ter erguido a voz contra Sócrates por ter mudado as regras do jogo, o certo é que na minha opinião, Rosa Do Céu veio provar mais uma vez que é um “animal político” que estudou e planeou tudo isto com grande antecipação, qual experiente caçador que não se importa de esperar anos para caçar a sua presa de eleição.
Veremos o que o futuro nos reserva, mas não se duvide que a armadilha foi genialmente montada!
É este o meu ponto de vista!
2 comentários:
Tiro-lhe o chapéu (que não uso) pela sua lúcida e brilhante análise. Concordo integralmente!
Intitularia a sua dissertação de:"A Teoria da Conspiração"!
As reformulações estratégicas, são decisões recorrentes na política e nos partidos.No contexto, face a maus resultados eleitorais.E recentes.
Considerar a "genial montagem de uma armadilha", requeria dons de vidência ou ser Maquievel.
Pouco provável.
Convenhamos...
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