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sábado, 10 de janeiro de 2015

António Guterres não fecha a porta a Belém


É em 2015 que, obrigatoriamente, se perfilam os candidatos às eleições presidenciais de 2016, que devem ocorrer, como tradicionalmente, no final de janeiro. Ontem, o jornal Soldava como certo que António Guterres, atualmente no cargo de Alto Comissário para os Refugiados da Organização das Nações Unidas (ACNUR), estava fora da corrida: o candidato preferido da esquerda teria dado luz verde ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para o prolongamento do seu mandato, que deveria acabar no próximo mês de junho, terminando funções apenas no final do ano. Ficaria assim afastado de uma eventual candidatura, para continuar ao serviço das Nações Unidas.
Guterres tomou posse em junho de 2005 - está atualmente a cumprir o segundo mandato de cinco anos à frente do ACNUR - devido à demissão do anterior Comissário, o primeiro-ministro holandês Ruud Lubbers, envolvido num escândalo de assédio sexual. Se tudo tivesse decorrido dentro do calendário, Guterres teria tomado posse apenas no final do ano, daí que, segundo o jornal Expresso, a ONU esteja agora a decidir se o antigo governante português sai no final do mandato ou fica até dezembro, final do ano civil, altura em que a ONU substitui os titulares dos altos cargos.
Em declarações ao semanário, Guterres foi claro: "Sou sempre livre de decidir a minha vida". Ou seja, não exclui uma candidatura ao lugar de Cavaco Silva, ainda que também não a admita. Conforme explicou ao Expresso, "é uma simples questão técnica que Nova Iorque está a analisar, dado que excecionalmente eu comecei em junho por causa do problema do meu predecessor e não é claro se devo acabar em junho ou, como é normal, no fim do ano". E sublinhou: "Independentemente da interpretação que vingar, eu sou sempre livre de decidir a minha vida. Tudo isto é, portanto, muita parra e pouca uva".
Os socialistas veem em António Guterres o candidato ideal para as presidenciais, ainda que outros nomes tenham vindo a público perante a não confirmação da disponibilidade de Guterres, como Sampaio da Nóvoa ou Jaime Gama. Uma desistência do antigo primeiro-ministro colocaria o PS numa situação difícil, já que em todas as sondagens, Guterres tem surgido como o preferido dos eleitores da esquerda.
Já o jornal Público, cita uma fonte próxima do ex-primeiro-ministro para dizer que, quando questionado sobre a hipótese de prolongar o mandato por mais seis meses, Guterres respondeu que "tanto lhe fazia". Até porque um eventual acertar do calendário da ONU que lhe prolongue o mandato até ao final de 2015 não o impede de se candidatar à Presidência da República: a lei não prevê qualquer obstáculo a Guterres na corrida a Belém.
«DN»

1 comentário:

Anónimo disse...

Como primeiro Ministro deixou a pasta a meio não se entendendo bem o porquê...E agora quer, ou querem que ele seja o Presidente...Com o meu voto não será ele de certeza, pertence à equipa que há 40 anos DESGOVERNAM o País.