É em 2015 que,
obrigatoriamente, se perfilam os candidatos às eleições presidenciais de 2016,
que devem ocorrer, como tradicionalmente, no final de janeiro. Ontem, o jornal
Soldava como certo que António Guterres, atualmente no cargo de Alto Comissário
para os Refugiados da Organização das Nações Unidas (ACNUR), estava fora da
corrida: o candidato preferido da esquerda teria dado luz verde ao
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para o prolongamento do seu mandato, que
deveria acabar no próximo mês de junho, terminando funções apenas no final do
ano. Ficaria assim afastado de uma eventual candidatura, para continuar ao
serviço das Nações Unidas.
Guterres tomou posse em
junho de 2005 - está atualmente a cumprir o segundo mandato de cinco anos à
frente do ACNUR - devido à demissão do anterior Comissário, o primeiro-ministro
holandês Ruud Lubbers, envolvido num escândalo de assédio sexual. Se tudo tivesse
decorrido dentro do calendário, Guterres teria tomado posse apenas no final do
ano, daí que, segundo o jornal Expresso, a ONU esteja agora a decidir se o
antigo governante português sai no final do mandato ou fica até dezembro, final
do ano civil, altura em que a ONU substitui os titulares dos altos cargos.
Em declarações ao
semanário, Guterres foi claro: "Sou sempre livre de decidir a minha
vida". Ou seja, não exclui uma candidatura ao lugar de Cavaco Silva, ainda
que também não a admita. Conforme explicou ao Expresso, "é uma simples
questão técnica que Nova Iorque está a analisar, dado que excecionalmente eu
comecei em junho por causa do problema do meu predecessor e não é claro se devo
acabar em junho ou, como é normal, no fim do ano". E sublinhou:
"Independentemente da interpretação que vingar, eu sou sempre livre de
decidir a minha vida. Tudo isto é, portanto, muita parra e pouca uva".
Os socialistas veem em
António Guterres o candidato ideal para as presidenciais, ainda que outros
nomes tenham vindo a público perante a não confirmação da disponibilidade de
Guterres, como Sampaio da Nóvoa ou Jaime Gama. Uma desistência do antigo
primeiro-ministro colocaria o PS numa situação difícil, já que em todas as
sondagens, Guterres tem surgido como o preferido dos eleitores da esquerda.
Já o jornal Público,
cita uma fonte próxima do ex-primeiro-ministro para dizer que, quando
questionado sobre a hipótese de prolongar o mandato por mais seis meses,
Guterres respondeu que "tanto lhe fazia". Até porque um eventual
acertar do calendário da ONU que lhe prolongue o mandato até ao final de 2015
não o impede de se candidatar à Presidência da República: a lei não prevê
qualquer obstáculo a Guterres na corrida a Belém.
«DN»
1 comentário:
Como primeiro Ministro deixou a pasta a meio não se entendendo bem o porquê...E agora quer, ou querem que ele seja o Presidente...Com o meu voto não será ele de certeza, pertence à equipa que há 40 anos DESGOVERNAM o País.
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