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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

UGT: Medidas permitem antever «grande clima de conflitualidade»

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, manifestou-se ontem pouco tranquilo quanto a algumas medidas previstas no Orçamento do Estado para 2014 (OE2014), que «permitem vislumbrar no horizonte próximo um grande clima de conflitualidade».
O dirigente da central sindical afirmou ontem  à agência Lusa que "o Governo procurou" essa conflitualidade, "porque não acautela os direitos das pessoas, quer reduzir salários, quer retirar pensões, quer esmagar os direitos adquiridos, quer estoirar com a negociação coletiva".
 Para Carlos Silva, o OE2014 não é "amigo" do emprego, nem do crescimento económico, e o Governo é "um péssimo exemplo" como patrão.
"O Governo também é um patrão, mas é um mau patrão, mau pagador, irresponsável e que tem um conjunto de medidas programadas para o próximo ano através do Orçamento do Estado que nos deixam muito 'intranquilos' e que permitem vislumbrar no horizonte próximo um grande clima de conflitualidade", sustentou.
Carlos Silva defendeu que o Orçamento para 2014 não deve ser aprovado na Assembleia da República sem a introdução de alterações que considera "indispensáveis" para a manutenção da "estabilidade social", deixando um apelo "à sensatez" do Governo e dos partidos que o sustentam, PSD e CDS-PP.
O dirigente apresentou o diálogo, a concertação e o espírito de compromisso como fazendo parte do "património imaterial da UGT", mas acusou o Governo de estar "a empurrar" os sindicalistas para "o radicalismo".
"Tudo faremos, naturalmente, para combater e rejeitar as políticas de destruição do tecido produtivo e sobretudo da expectativa dos trabalhadores e das trabalhadoras do nosso país, dos reformados e dos pensionistas", argumentou.
A UGT está contra os cortes nos salários superiores a 600 euros e nas pensões, recusando também a lei que impõe 40 horas semanais de trabalho aos funcionários públicos.
Carlos Silva falava à Lusa após uma visita ao complexo petroquímico da Repsol em Sines, onde registou "com agrado" o "clima de paz social vivido".
"Uma empresa que teve, naturalmente, consequências complicadas da crise que todos vivemos na Europa, e em Portugal de forma particular, mas que evitou (...) criar dificuldades sociais, assumindo ela própria alguns custos", elogiou.
«Lusa»

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