Fernanda Cardigo |
Dando continuidade à publicação dos
depoimentos dos principais candidatos às eleições autárquicas que se vão
realizar no dia 29 de Setembro publicamos de seguida o depoimento de Fernanda
Cardigo candidata à presidência da Junta de Freguesia de Alpiarça
“Ao Jornal Alpiarcense o meu agradecimento
pelas perguntas que me foram colocadas.
Logo no
início de actividade deste jornal, colaborei como o mesmo na vertente do
desporto, enviando comentários das provas, resultados e algumas fotos, o
que considerei muito importante para a divulgação dos primeiros passos da
equipa jovem de triatlo, do Aguias de Alpiarça.
Sou candidata pela CDU, porque é com a CDU
que me identifico, porque é com a CDU que sempre me identifiquei, porque
acredito que a CDU defende realmente os direitos dos cidadãos, direitos esses
que estamos a perder a cada minuto que passa e pelos quais tanto lutaram os
nossos antepassados.
Sempre cultivei amizades com pessoas de
todos os quadrantes políticos e tenho a certeza que assim vou continuar. Em
todos os partidos existem pessoas sérias e com muita vontade de trabalhar e que
acreditam, tal como eu, estar do lado certo.
JA - Como Olha para o concelho de
Alpiarça?
FC- Olho com os olhos de uma Alpiarcense que ama
muito a sua terra. Apesar da conjuntura actual, com muitas dificuldades em
obter verbas para realizar projectos, olho para o concelho de Alpiarça com
otimismo, quer pelos recursos que o caracterizam, mas sobretudo pela natureza
lutadora, humana e solidária dos seus habitantes.
JA – Quais os maiores problemas do
Concelho e como pensa resolvê-los?
FC – Os maiores problemas do Concelho, que
penso serem comuns a todos os concelhos de Portugal, são o desemprego, a
habitação e a fome que começa igualmente a surgir. Claro que também existem
outros, mas estes são os que afectam mais as famílias e por consequência são a
principal origem de todos os outros.
Infelizmente um Presidente da Junta não
consegue resolver estes grandes problemas, mas trabalhando harmoniosamente com
todos os eleitos e em conjunto com a Câmara Municipal, e outros parceiros da
área social, poderá continuar a promover o concelho de maneira a torná-lo
apetecível para os investidores privados, poderá dar todo o apoio possível às
empresas existentes e que neste momento passam por algumas dificuldades, poderá
ajudar na procura de soluções para que os proprietários dos Prédios urbanos
degradados possam recuperá-los.
Poderia aqui prometer mundos e fundos,
seria muito fácil, mas eu não trabalho dessa forma e não tenho uma varinha
mágica, tenho que ser realista.
Procurarei trabalhar em parceria com todas
as entidades que possam de alguma forma ajudar a resolver as dificuldades
existentes, mas sempre com seriedade e sem dar passos maiores que a perna,
porque esses como já vimos, pagam-se bem caros.
JA
– Qual a sua prioridade para os próximos quatro anos?
FC – A minha prioridade será sempre a
qualidade de vida dos alpiarcenses, será sempre o bem-estar das famílias, Os
meios financeiros da Junta de Freguesia são escassos, mas temos de estar muito
atentos às famílias mais carencidas e às situações de fome, ainda que escondidas
em muitos casos.
Ainda que a Junta, obviamente, não possa
resolver essas situações, que derivam de uma política errada a nível nacional,
sem sensibilidade social, a Junta de Freguesia, tem de procurar soluções,
juntamente com outras entidades responsáveis.
Posso garantir que estarei sempre
disponível, dentro e fora do gabinete, para ouvir as preocupações da população,
bem como utilizar todos os meios que estiverem ao meu alcance para resolver ou
minimizar essas preocupações.
Estamos a trabalhar no programa eleitoral
que, muito em breve, será apresentado à População de Alpiarça.
JA
– Na área social quais os projectos onde vai apostar?
FC – Como já referi, quando falei nas
principais preocupações de Junta de Freguesia, as famílias com graves
problemas, destruturadas, com crianças e idosos, tem de ser a nossa principal
preocupação.
Muitas delas sem emprego e com habitações
degradadas.
Na área social existem várias realidades
que me preocupam verdadeiramente, a terceira idade que está cada vez mais
desprotegida, com pensões que não chegam sequer para medicamentos, a infância e
a educação, onde algumas crianças e jovens chegam à escola com fome e têm
dificuldades de aprendizagem.
Embora possamos intervir pontualmente
nestas situações, nomeadamente com atribuição de bolsas de estudo no caso da
educação, o nosso dever passará sempre por criarmos condições para que a ação
social seja o ultimo recurso, num destes dias em que andei no porta-a porta,
uma senhora dizia “não quero que me dêem nada, só quero um trabalho”. Não
estando ao alcance da Junta de Freguesia resolver este problema, sobretudo de responsabilidade
de políticas económicas dos Governos que têm conduzido ao desemprego muitas
pessoas, julgo que, mesmo assim, poderemos ajudar essas pessoas em colaboração
com a Câmara Municipal e com outras entidades.
Em relação
às Associações e colectividades onde sempre dei o meu contributo, quer como
praticante quer como dirigente, sei que passam hoje por diversas dificuldades,
cada vez é mais difícil obter receitas para fazer face às despesas. Com
boa Vontade, com muita persistência e sempre unidos, conseguiremos certamente
continuar a ajudar a Associações e colectividades que tanto têm feito pelo
concelho e que são compostas por pessoas que desinteressadamente trabalham em
prol da comunidade, deixando muitas vezes as suas famílias, o seu sofá e a sua lareira
nas noites frias de inverno, para dar todo o seu contributo à sociedade.
Eu e a minha equipa, em quem confio
plenamente, são pessoas que conhecem bem a realidade em que vivemos, e se
formos eleitos, como esperamos, tudo faremos para ajudar a combater as
carências a vários níveis que afectam neste momento uma grande parte da
população.
Não podemos de maneira nenhuma deixar-nos
ir abaixo perante as dificuldades, devemos ter pensamentos positivos, não
baixar os braços, sermos sempre nós próprios, não deixar para amanhã o que
podemos fazer hoje, para depois não nos arrependermos daquilo que poderíamos
fazer e não fizemos”.
«Foto: CDU/Alpiarça»
«Foto: CDU/Alpiarça»
4 comentários:
Boa entrevista, realista e verdadeira, como é preciso.
OS COMENTÁRIOS REFERENTES A ESTA NOTÍCIA DEVEM SER ASSINADOS
Estou muito agradado com esta entrevista, sem dogmatismos, sem vaidades, sem artifícios, sem maledicências, boa Fernanda estarei contigo.
O depoimento do prof. Louro devia ser uma cartilha onde se deveriam inspirar todos os candidatos a presidentes de assembleia municipal. Ali lê-se preto no branco como se deverá comportar um presidente de assembleia de todos os seus conterrâneos.
Uma entrevista muito realista e que revela a capacidade de perceber os problemas, e, que, não há soluções mágicas.
Lino Soeiro
Enviar um comentário