CONSEQUÊNCIAS DO MONOPÓLIO NO ABASTECIMENTO DE ÀGUA NO CONCELHO DE ALPIARÇA

A empresa inter-municipal “Águas do Ribatejo” (AR) é a maior concessionária na distribuição e abastecimento de água na região.

Tendo assim o monopólio neste bem essencial pouco ou nada se preocupa em dar satisfações ao consumidor.

Sendo constituída por Câmaras, que constituem o seu corpo social e a sua razão de existir, pouco ou nada se incomoda com as reclamações justas ou injustas apresentadas pelas autarquias porque todas elas são devedoras de milhares de euros para com a empresa e portanto não tem poder nem moral para exigir o que quer que seja.

A Câmara do Cartaxo insatisfeita pelo comportamento da “Águas do Ribatejo” quis sair da estrutura que ajudou a constituir. Obteve a seguinte resposta: «pode sair quando quiser desde que pague os cento e dez milhões de euros que nos deve…». Ainda hoje continua a fazer parte do componente accionista da “AR”.

“Águas do Ribatejo” está a levar a efeito grande obras de melhoramento em todos os concelhos a que pertence. Obras que custam milhões de euros. Subsidiadas em parte pela comunidade europeia, o restante é obtido por via de empréstimos bancários e de receitas própria porquanto as autarquias que a compõem não participam nos custos pela simples razão de que nem dinheiro tem para pagar as anuidades a que se comprometeram.

Daqui as “Águas do Ribatejo” ter toda a razão para aumentar a seu belo prazer o preçário do consumo de água já que deste obtêm as receitas que ajudam a sustentar as enormes despesas que tem a seu cargo.

Quanto aos lucros que caberia às autarquias por serem accionistas da empresa nem um cêntimo recebem porque são todas devedoras para a empresa que criaram e são a sua razão de existir.

Um grupo de contribuintes da Chamusca reuniu-se e foi protestar à Câmara os aumentos dos últimos meses. A Câmara limitou-se a aceitar o protesto e a comunicá-lo à empresa concessionária porque pouco ou nada pode fazer.

Os consumidores perdem tempo quando vão reclamar ou perguntar o que quer que seja porque satisfações ou justificações é coisa que pouco incomoda a “AR”.

Se o consumidor não pagar o que consumiu resta-lha esperar pelo dia em que a sua torneira deixará de correr o precioso líquido. Então nesta altura vai-se lembrar que pouco lhe vale protestar perante a sua autarquia como incomodar a concessionária que fornece a água porque a primeira é devedora de enormes quantias – ou então faça como a do Cartaxo – e a segunda porque tem o monopólio que lhe foi dado pelas autarquias que por acaso lhe devem milhões de euros.

Resta ao consumidor ficar de mãos atadas e aceitar as regras do jogo porque não lhe resta mais alternativas.

Se por acaso entender que a Câmara do seu concelho deve sair desta empresa monopolista, então arranje milhares de euros do seu bolso para depois os oferecer ao presidente da autarquia que por sua vez pagará as dividas à empresa “Águas do Ribatejo” e então o abastecimento volta a estar nas rédeas da Câmara.

Mas como a Câmara não tem dinheiro para remodelar as condutas que abastecem o concelho então é melhor que tudo continue na mesma porque quem se lixa com o sistema é o consumidor que por acaso não tem opção de escolha, a não ser que: comece a tomar banho no “Pego do Carril” ou no tanque de «rega da horta».

Um tormento que nos há-de acompanhar durante décadas porque não temos outras opções. Tudo graças às decisões de algumas pessoas (entenda-se políticos) que contribuíram para que tudo isto acontecesse não sendo responsabilizados pelas suas atitudes que tomaram mas que penalizam fortemente os consumidores.