Esta semana chegou a vez do relatório. E uma obscura sanfona fez o que se esperava: deu música ao país. Mostrando que não se deixou influenciar pelos depoimentos dos inquiridos, a relatora não tirou nenhuma consequência do que ouviu. A não ser uma vaga ideia: a de que o Banco de Portugal poderia ter sido mais diligente. Na realidade, como ficou evidente na Comissão, Vítor Constâncio fechou os olhos a quase tudo. Supervisionou mal e nunca actuou quando tinha de actuar.
Diz-se no relatório que a situação que levou à nacionalização resultou da crise dos mercados financeiros, o que é pura e simplesmente falso. E não se explica porque se deixou de fora da nacionalização os activos financeiros da SLN, aumentando assim a factura a pagar pelo Estado e descomprometendo os accionistas. Assim como não se explica porque foram as contas do Banco Insular incluídas nas do BPN, apesar deste 'balcão' ter cinco titulares que ficaram libertos de um buraco de mais de quinhentos milhões de euros.
Não mudo um milímetro no balanço que faço deste inquérito. Os factos lá estão, prontos para seguir para a Procuradoria. E lá esteve, exposta a todos, a promiscuidade entre a política e os negócios. As conclusões do relatório ficam apenas para o currículo de uma deputada a quem o PS deu esta tarefa e que, graças à sua irrelevância, a aceitou com todo o zelo. Um parlamentar sem autonomia para se recusar a fazer este triste papel não tem condições para ocupar o lugar.
Os partidos devem começar a ser punidos por pôr nas suas listas simples marionetas dispostas a tudo para manter o seu lugar. Por isso, os eleitores devem decorar este nome: Sónia Sanfona. Mas também o nome dos que cumpriram a sua função. A política é feita por pessoas. E elas não são todas iguais."
Artigo de Opinião - Daniel OliveiraJornal Expresso - 11/07/2009
2 comentários:
Quem é Daniel Oliveira?
Pertence ao BE, logo escreve exactamente como o seu 'partido manda', seguindo a sua própria lógica de como as pessoas funcionam, aliás bastou ver o programa 'Eixo do Mal' a seguir às eleições, onde esse 'politólogo' exultava como se o BE tivesse ganho as eleições, sendo motivo de 'gozo' dos outros participantes, os quais nem tempo, quase, tiveram para falar.
Pela sua 'escrita' resulta , para mim, que até a policia que investiga o caso está 'feita' com quem manda, porque não apresenta resultados
Claro que concordo que as 'gentes' do BdP foram uns'anjinhos' e que o seu Governador deveria, não ser demitido, mas ele próprio tomar a iniciativa de demitir-se.
Escreve a determinada ...'Os partidos devem começar a ser punidos por pôr nas suas listas simples marionetas dispostas a tudo para manter o seu lugar'...será entendivel que na altura das votações todos os elementos de cada partido votem igual, pensarão todos da mesma maneira?
Claro que não, digo eu, logo todos deveriam ser 'expulsos' pelo raciocinio do 'escriba'porque estão a ser simples marionetas, incluindo os do BE... claro. Por acaso até quem tem votado fora do que o partido 'manda' têm sido os do PS (linha Alegre)
Vamos pensar pela nossa cabeça, e deixar estes 'cabeças ao vento' pensarem como sempre pensaram...em nada
Até
Nunca em tão pouco tempo se ouviu falar tanto em Sónia Sanfona.
Não há jornal diário, semanal, impresso ou online que de há umas semanas para cá não escreva sobre a nossa candidata/deputada.
Hoje novamente o Correio da Manhã volta à carga num artigo de opinião da conceituada jornalista Constança Cunha e Sá que escreve:
O dr. Vítor Constâncio ainda não percebeu que é um triste símbolo de um ciclo que terminou.
Fiado na sua imensa autoridade, o dr. Vítor Constâncio decidiu pregar um raspanete à Assembleia da República por esta se ter imiscuído nos meandros da supervisão. Nem o relatório final da comissão de inquérito ao BPN, feito à sua medida, conseguiu acalmar os ânimos do governador do Banco de Portugal.
O PS, através da deputada Sónia Sanfona, fez o que pôde: ignorando olimpicamente meses de trabalho parlamentar, apresentou um texto inócuo e inconclusivo, recheado de citações oficiais e de desculpas de mau pagador.
Imune a este tipo de simpatias, o dr. Constâncio apresentou-se imediatamente ao país, disposto a desfazer qualquer dúvida sobre a sua iluminada pessoa. Ele que, num dia feliz, já confessara a sua santa "ingenuidade", achou-se agora no direito de explicar que a sua extraordinária actuação estava muito acima das capacidades de qualquer deputado".
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