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segunda-feira, 6 de julho de 2009

O que resta aos portugueses?

As "farpas" a que aludi referiam-se a alusões a coligações e outras que poderiam levar a erradamente pensar que eu seria apoiante da CDU.
Como não sou, nem nunca fui, não me atingiu em nada. As avaliações devem ser feitas se contarem para alguma coisa. O que se assiste em Portugal são avaliações que só são validadas se servirem alguns intentos. Já se começa a assistir à nomeação de professores "boys do partido" para os cargos de chefia.
Anteriormente dizia-se que o regime era fascista porque entre outras coisas obrigava, nomeadamente os operários agrícolas a trabalhar de sol-a-sol. O que têm feito com os professores é obrigá-los a trabalhar muitas horas para além do sol se pôr, em nome da "avaliação". Provavelmente os únicos que dirão que a qualidade de ensino melhorou são os políticos da cor.
Basta dar uma volta pela Internet e ver a qualidade da ortografia de alguns intervenientes licenciados. Há uns anos não passariam do ensino primário. Hoje, em nome do sucesso escolar engrossam a horda de licenciados desempregados ou a ganhar o salário mínimo!Ou seja, exige-se mundos e fundos aos professores e desculpa-se tudo aos estudantes.
Até parece que as escolas existem para avaliar professores e não para ensinar e avaliar alunos...Médicos... por acaso até tenho familiar no hospital que referiu e que residia na zona de Lisboa. Já trabalha nesse hospital há umas dezenas de anos.
Claro que na altura, para viabilizar a mudança seria necessário que o outro membro do casal tivesse emprego o que nem sempre é fácil... Provavelmente no caso de médicos casados não é fácil o outro elemento do agregado familiar encontrar um emprego compatível no interior. Criem-se essas condições e se calhar uma boa parte dos médicos dos grandes centros troca uns bons euros e o stress diário pelo sossego!
As pessoas (ainda) devem estar em 1º lugar, e a economia em 2º! O que se tem visto é que todo o País vive de fachada. Europeus de futebol, Lisboa-Dakar, Expo, betão e betão, agora TGV, etc.
Qual o lugar que resta aos portugueses? Apenas pagar as obras de fachada? Quando nos deixarão ser europeus de pleno direito? É que até os países do bloco de Leste já nos ultrapassaram na maioria dos parâmetros de conforto...
Cumprimentos
Pimentinha

«Leitor do "Jornal Alpiarcense"»

4 comentários:

Simplesmente EU disse...

'O que resta aos Portugueses, ou o que os Portugueses poderão fazer do seu Pais'

Olá Pimentinha...de novo

Registei a questão das 'farpas' mas volto a dizer-lhe que quando escrevi foi com intenção de estabelecer um parelelismo entre duas situações, nunca de o(a) catologar, nem isso é de minha conta.

Voltamos às 'avaliações'.Acho que tem em pouca conta os profs quando dizem que se deixam 'comer' por meia dúzia de 'profs politicos'.Olhe que não é bem assim, basta ver, ouvir e ler o 'ruido' do seu maior representante.
Quanto ao trabalhar até depois do sol posto, acredito que sim, mas tal como em muitas empresas privadas talvez não seja necessário todos os dias essa 'brutal' actividade, nada comparada com o trabalhar de sol a sol que tão bem conhecemos na actividade dos nossos pais (pelo menos do meu)...e já agora algumas questões se me der o prazer de continuarmos esta discussão, claro...só agora é que se colocou este problema de horários? Significa que antigamente trabalhavam menos horas? O que realmente se modificou? Os alunos não eram devidamente avaliados?
Diz-me que hoje de tudo se acusam os professores e tudo se desculpa aos alunos, para mim a grande culpa estará mais em nós PAIS, que descarregamos os nossos filhos nas escolas e alguém que os eduque, quando enorme fatia dessa educação devia ser de nossa responsabilidade.

Quanto aos Médicos...realmente seria óptimo sempre um dos elementos do casal se deslocasse o outro poder segui-lo, mas onde isso é possivel? Só pode estar a brincar.
Então em toda e qualquer profissão teriamos que exigir essa mesma medida...então coitados os miudos professores que andam de concurso em concurso teriam que ser os primeiros, uma vez que os médicos até tem SEMPRE (e até mais ou menos bem remunerado)emprego garantido ao contrário de quem termina outros cursos
Sinceramente acho que o problema não é de agora, o problema é infraestrutural e de já algumas décadas, infelizmente somos um povo que não planeia, vivemos a tapar buracos.
Mas...isto é Democracia, somos aquilo que queremos ser

Até...

Pimentinha disse...

PARTE 1
Viva,
Acompanhei 1 pouco a questão dos professores, não porque o seja, mas porque alguém que me é próximo a essa profissão está ligado.
O que lhe posso dizer, e sendo um descrente nas estruturas é que os sindicatos, tal como os partidos são excelentes "tachos" para alguns.
Por isso lhe digo que o "ruído do seu maior representante" foi forçado!
Tal como disse o Pedreira e o Lemos, (o que eu chamo os 2 bobbys) dois sindicalistas que agora defendem a outra parte (!&%$$) o Márinho assinou um acordo de intenções com eles.
Só que, algo está a mudar e a maioria da classe dos professores não está preocupada com a transferência do Ronaldo para Madrid ou da telenovela das 9!
Daí que alguns blogs de professores que pensam pela sua cabeça, não ligados a partidos, começaram a trocar ideias e marcaram jornadas de luta sem recorrerem aos sindicatos. Como se viu em alguns países, o mail, os SMS e outros meios tecnológicos podem criar uma cadeia de dezenas/centenas de milhares de pessoas.
A 2ª grande manifestação chegou a estar marcada no Governo Civil de Lisboa extra-sindicatos.
Nessa altura, o "Márinho do bigode" reuniu de urgência com a Ministra e arranjou uns "motivos" para a luta, sob pena de ficar para trás.
Daí que os tais "bobbys" passaram a pressionar com o tal acordo assinado.
Só que, e se reparar, há muitos anos que os sindicatos deixaram de ter problemas económicos.
Há uns anos era normal as suas queixas. Agora, com o compadrio que grassa entre os poderes instituídos e os Sindicatos, esses organismos passaram a receber umas massas a título de formação. Foi assim que ficaram macios e sem fazer ondas...
Neste caso, o problema é que o "Márinho" deixou de representar os professores e teve de ter muito tacto politico para não ver a maioria dos cartões dos sócios da Fenprof rasgados.
Claro que o poder casapiano da Dª Lurdes houve uma altura que deixou de poder comprar quem pusesse fervura nas lutas dos professores.
O Sr. Engenheiro começou a ver que tinha pela frente uma luta semelhante à dos camionistas onde as pessoas não eram compradas, por não haver "representantes". O Séc XXI e a Internet irá trazer muitas surpresas destas! Os cidadãos começam aos poucos a ver que não precisam de "representantes" e que se os meios tecnológicos existem do lado do poder, a Internet e os SMS's vieram equilibrar um pouco a balança para o outro lado.
Para concluir... a questão das horas dos professores.

Pimentinha disse...

PARTE 2
Anteriormente, a preparação das aulas levava algum tempo sim.
Concerteza, também já viu professores a corrigir pontos no seu tempo de lazer.
Agora, ver professores a preencher fichas para vendas de "Magalhães" ou a tratar de software, não será muito normal.
Ver fichas e fichas, relatórios e relatóriozinhos, reuniões e reuniõezinhas que ninguém lê e que além de gasto de imenso tempo e dinheiro desgastam com serviços administrativos quem devia ter como principal função ENSINAR.
Tudo feito por gente de gabinetes, teóricos e na maior parte das vezes sem ter dado uma única aula, ou enfrentado uma turma de bairros sociais como existem em Lisboa e Porto. Não foi por acaso que antes da derrota eleitoral, já os arrogantes vinham reconhecendo os seus erros.
Fale com a maioria dos professores de Alpiarça e veja se as pessoas antes se "baldavam". Pergunte-lhes qual é a vida actual. Pergunte às mulheres ou aos maridos desses docentes o estado em que chegam a casa... Isso é a realidade! Não faz parte do País cor-de-rosa que nos pintaram.
E, concordo consigo. Os pais da geração pós 25 de Abril são os piores. Aos seus meninos tudo é permitido. Confundem liberdade com falta de educação e laxismo dos seus rebentos. É por isso que até os pais estrangeiros bem formados não conseguem compreender o que se passa em Portugal.
Quanto à questão da mobilidade...
Quando se recusou a regionalização em troca do controle que os partidos têm sobre os organismos MACRO tinha de dar nisso!
Ninguém que trabalhe numa empresa média no Porto ou em Lisboa vem para Alpiarça, Chamusca ou Almeirim tirar cafés ou trabalhar numa pequena firma e ganhar 500 euros.
Os poucos organismos que ainda havia no interior, têm-nos feito regressar a Lisboa.
Assim, como se criam bons/razoáveis empregos no interior?
E concordo consigo! O problema não é de agora..
Mas, vamos ser nós a pagar! Disso não tenha dúvidas..
Cumprimentos

Simplesmente Eu disse...

Ora viva
Tal como vc, acompanhei pelos noticiários e debates o ‘problema’ dos professores.Dificil de retirar ilações sobre o assunto porque o ‘ruido’ nos debates não nos deixa aqullatar sobre as verdadeiras razões do problema, levando-me por vezes à exaustão e a fazer um zapping.
Curiosa a sua apreciação sobre o dirigente sindical em causa, quando antes era um ‘herói’ nacional. Quanto ao apelidar de ‘bobbys’ pessoas que tem intervenção sindical, que em principio são legítimos representantes da classe, eleitos em processo democrático, não o acho mais correcto, mas enfim são pontos de vista…
Os professores estão a mudar…e não estão preocupados com a transferência do Ronaldo ou com a Telenovela das 9?...nem poderiam estar porque a essas horas estão a trabalhar, segundo as suas palavras.
Trabalho pós-laboral…acredito que o fazem, mas quem o não faz? Os trabalhadores da AutoEuropa recusaram um acordo porque querem ser remunerados pelo que trabalham (não discuto se o que fizeram é correcto ou não). Mas…os professores até têm força reivindicativa, porque não saem à rua por razões objectivas e concretas e não se distraem com essa coisa da ‘avaliação’.
Os camionistas…no seu primeiro protesto, no tempo do Dias Loureiro, escolheram umas boas peças para os representarem ‘os manos Pinto’.
Mas, e concordo plenamente consigo, que o Homem deve começar a utilizar os novos meios passíveis de ‘associar’ vontades.
A ‘mobilidade’…discordo da regionalização, que levaria à criação de mais alguns milhares de ‘tachos’ e à multiplicação desenfreada dos ‘boys and girls’ dos vários partidos que dominassem essas regiões.
Vc diz e bem que difícil é criar bons/razoáveis empregos na província, mas esse sempre foi um problema deste pais e sempre o será no futuro, mas…e existe sempre um mas, vc hoje têm cidades do interior com um desenvolvimento muito interessante, tais como Viseu, Vila Real, Braga, Covilhã.
A nossa capital de distrito nunca soube procurar oportunidades, sentada no seu marialvismo bacoco, como uma elite de classe social.Nunca soube procurar investimentos para a zona, fossem eles económicos, escolares ou culturais.Pode argumentar-se que estamos muito perto de Lisboa, é verdade, mas Viseu por exemplo está tão perto de Coimbra e hoje é um Polo Universitário tremendo, assim como Aveiro.
A conversa vai longa…fiquemos por aqui
Até…