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quinta-feira, 2 de julho de 2009

O governo de proximidade, como é o poder local, é uma fronteira, às vezes ténue, entre o óptimo e o desastroso…

Por Édio Martins

Caro ADAM, permita-me que o trate assim, agradeço a “resposta” que faz ao que escrevi e queria começar por lhe dizer que identifica bem algumas das questões que procurei trazer a debate, se bem que, por razões óbvias, acaba-se sempre por fazer de maneira limitada…
Se entendermos a “máquina” da CMA como uma peça central em todos os processos de natureza institucional que ocorrem, já ocorreram e irão ocorrer em Alpiarça, é óbvio que antes de mais se deve olhar para essa estrutura que, em certas circunstâncias e a reboque de certos efeitos, pode até ser confundida como “o sistema” ou, pelo menos a sua parte central, na sua expressão local (é interessante uma reflexão feita num outro post a propósito dos políticos…).
É impensável conseguir uma boa governabilidade da tal “coisa pública” sem uma estrutura autárquica profissional, empenhada/motivada, disponível para a mudança e inovação… organizada e a convergir com objectivos e metas e que, necessariamente, deve ser avaliada e… reconhecida. Já me tinha referido a essa questão, ao apontar como princípio “auditar bem o histórico e reorganizar os principais processos relacionados com o funcionamento da autarquia”. Para que a autarquia se modernize organizacionalmente são necessários pelos menos 3 “forças”: as lideranças, de topo e intermédias; a responsabilização e reconhecimento (do mérito); a transparência.
Limito-me, agora, a acrescentar mais alguma coisa relativamente à transparência, por ser muito “badalada” a propósito de quase tudo, mas que adquire a sua verdadeira e máxima expressão no poder local e, em especial, no “governo interno” das próprias autarquias. Frequentemente, percebe-se que o acesso a lugares, mais ao menos indiferenciados, nas autarquias, não resulta de nenhuma lógica sustentada em competências e capacidades (e às vezes até em necessidade), mas antes em outras razões, que muitas vezes a razão desconhece… Espero que em Alpiarça o futuro também aconteça “dentro” da CMA, onde necessariamente se terão de registar mudanças. Não faço, não devo nem posso fazer, qualquer apreciação, em concreto, dos colaboradores da autarquia, mas consigo perceber ineficiências e desajustes no funcionamento da mesma.
Cada vez mais as organizações com alguma dimensão e complexidade evoluem para modelos matriciais de funcionamento, e nas autarquias faz também todo o sentido, mas, porque as Câmaras não são organizações quaisquer (no tecido político-administrativo do País) e muito permeáveis à envolvente e aos ciclos políticos…, eu entendo que a par dessa estrutura matricial deve ficar bem claro quem “manda” em cada área de intervenção e com que níveis de responsabilidades, para que sempre se possam “cobrar” (a tal prestação de contas), tanto funcionalmente como politicamente, o que de correcto ou incorrecto acontecer.
O governo de proximidade, como é o poder local, é uma fronteira, às vezes ténue, entre o óptimo e o desastroso… saibamos nós no exercício da nossa cidadania levá-lo por “bons caminhos”. Temos de ter em Alpiarça autarquias (câmara e junta) amigáveis e com grande interactividade com os cidadãos, como os softwares de maior sucesso.
Como fazer para assim ser? Este é o primeiro grande desafio que a equipa liderada pela Sónia vai levar a bom porto.

Um abraço,

Édio Martins

3 comentários:

Anónimo disse...

Sr. Dr. Édio Martins conhece a as pessoas que irão constituir as listas ?
Serão os mesmos que não enganam ninguém !
De novo ciclo só existe a palavra,e para que aconteça o que o Sr. deseja o PS terá que ganhar, o que não é muito provavel!!
Zé Pagante

Anónimo disse...

"Temos de ter em Alpiarça autarquias (câmara e junta) amigáveis e com grande interactividade com os cidadãos, como os softwares de maior sucesso."
Aqui temos mais um excelente exemplo do conhecimento que o senhor Édio tem do funcionamento da cãmara de Alpiarça, admito mesmo que nunca encontrei ninguém com um conhecimento tão profundo e alargado sobre o funcionamento de uma qualquer organização, a não ser claro, os grandes teorizadores nesta área.
Considero até que esta explanação está para a gestão de qualquer organização (desde o Moto Clube Charrua até á ONU passando pelos Armazéns Louro) como Trotsky está para o trotskismo ou Luis Filipe Vieira está para o Benfica. Estou de acordo com isso tudo porque também eu acho que o entendimento das coisas deve estar limitado a este ângulo burocrático, acima da realidade, mesmo para além dessa realidade e para além das pessoas.
"Como fazer para assim ser? Este é o primeiro grande desafio que a equipa liderada pela Sónia vai levar a bom porto".
A equipa da Sónia está em condições excelentes para levar a bom porto esta coisa das "autarquias amigáveis" e "interactivas" como "os softweres de maior sucesso", pois claro. Alguém tem dúvidas de que sim? Só não conhecendo a amabilidade e a interactividade que têm tido. Para esta função não consigo ver qualquer outra equipa porque o Real Madrid não é deste campeonato. Assim ficamos no ténue...

Anónimo disse...

O Sr. Édio sabe muito melhor que eu que a actual comissão política do PS Alpiarça se elegeu só com os próprios elementos.
Será democrático não terem marcado uma Assembleia de militantes para discutir a questão das Eleições ?
O Sr. também sabe muito melhor que eu que o PS local anda a reboque do " Movimento Alpiarça é a Razão "!
Qual a sua opinião como militante socialista ?
Zé Nabo