Ao ver e ouvir o que é afirmado pelas autoridades nestes últimos dias,
quanto às injustiças tributárias criadas com o sistema das novas
avaliações feitas a partir de gabinetes pelos avaliadores ao serviço das
finanças, tenho de reconhecer que este blogue “Jornal Alpiarcense”
através de alguns dos seus colaboradores, tem vindo com alguma
insistência, a chamar à atenção para esse facto, se bem me lembro, desde
há dois ou três anos. Não fugirei à verdade se disser que, algumas
vezes, foi aqui citado o Decreto-Lei que diz que as Câmaras Municipais
devem fornecer às Finanças todas as informações de que dispõem sobre
novas obras, alterações às plantas de moradias etc. Curiosamente,
funcionários com responsabilidades camarárias e respectivo pelouro do
urbanismo, afirmam que a Câmara não tem nada a ver com isso. Essas
obras, alterações etc. devem ser comunicadas às finanças pelos
proprietários das ditas e não pela autarquia. O que contradiz a Lei e o
que tem vindo a ser afirmado ultimamente pela AT – autoridade tributária
e aduaneira. Afinal em que ficamos? Este jornal conhecia a lei e os
funcionários da Câmara Municipal não conheciam? Isto causa de facto
estranheza e algumas assimetrias na justiça tributária, como disse e
muito bem, este jornal pela pena de um seu colaborador:
“Poderá
alguém e até o próprio avaliador, alegar de que estas incorrecções na
avaliação se devem ao tempo escasso que foi atribuído para uma avaliação
geral de imóveis. Ao facto de as mesmas avaliações terem como base
apenas o que está registado nas Finanças e a escassa documentação
fornecida pelo município. Mas isso, nunca poderá ser motivo para
justificar a trapalhada.
não nos parece a forma mais honesta e correcta de tratar aqueles que já têm dificuldades económicas para pagar os restantes impostos directos e indirectos a que estão sujeitos todos os dias.
não nos parece a forma mais honesta e correcta de tratar aqueles que já têm dificuldades económicas para pagar os restantes impostos directos e indirectos a que estão sujeitos todos os dias.
Se o avaliador não tem condições para desempenhar o seu papel de forma cabal, com o rigor que se impõe, então deverá transmitir isso mesmo a quem o encarregou das avaliações e do respectivo timing de execução. Há muita gente no desemprego e com habilitações para este tipo de trabalho.
Agora, enganar com
avaliações por intuição, através do google ou recorrendo a documentação
errónea e bolorenta existente nos serviços, não nos parece a forma mais
honesta e correcta de tratar aqueles que já têm dificuldades económicas
para pagar os restantes impostos directos e indirectos a que estão
sujeitos todos os dias.
Porque com esta forma atabalhoada de
avaliação de imóveis, beneficiará quem tem palacetes, piscinas,
tertúlias, águas furtadas etc. feitas na clandestinidade e penalizará
quem apenas tem uma simples casa legalizada, de baixo custo, para viver e
criar os filhos.”
E repare-se que o autor nem sequer responsabiliza a
autarquia de estar a sonegar informação às finanças que, no fundo, vai
contra si. Informação fundamental para uma mais justa avaliação
patrimonial que irá contribuir para que cada um pague impostos sobre o
valor que tem e não sobre aquilo que é suposto ter. Ou pague
“engenhosamente” aquilo que outros deveriam ter pago.
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3 comentários:
Com tudo isto só falta mesmo saber o que é que o Eng. Portugal faz ou anda a fazer na Câmara e de referir que esse Sr. leva para casa perto de 2000€ por isso nem se preocupa com quem tem de pagar
JG
E descanse o caro JG que caso vá para a câmara um executivo de outra força política qualquer, o forrobodó vai continuar porque estas pessoas são funcionários públicos de carreira e os novos residentes da casa (executivo) dirão amen a suas eminências pardas porque precisam deles. Eles é que conhecem. Eles é que sabem. E só há um caminho a seguir que é justamente aquele indicado por eles. Nada mais! Não interessa se está bem, se está mal. Alguém tem competência para fazer melhor ou diferente? NINGUÉM! A não ser os tais profissionais de carreira que sabem como manejar os cordelinhos (à sua maneira é claro) e poupar algumas noites de insónias aos caloiros que agora começam a explorar o terreno. A verdade nua e crua, é esta. Quer queiram quer não!
Muitas vezes pessoas há na política que começam com muita força e pouco tempo depois começam a desvanecer e não cumprir aquilo a que se propuseram sob promessa eleitoral.
Por que será? Será apenas má vontade dos eleitos? Será falta de condições financeiras? Ou será de outra coisa qualquer?
É a pergunta que se deve colocar.
Também estou de acordo que estes pormenores que aparentam ser insignificantes podem ser muito importantes no resultado de qualquer trabalho. Seja público, seja privado. Para ter sucesso como gestor, chefe, encarregado ou outro lugar de responsabilidade é preciso ter colaboradores competentes e de confiança. Sem eles qualquer pessoa num lugar de chefia por muito dinâmica e competente que seja, nunca terá exito e dificilmente atingirá aquilo a que se propôs.
São barreiras que infelizmente ainda grassam por muitos cantos do mundo.
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