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domingo, 30 de dezembro de 2012

Hipertensão arterial

Por: Antonieta Dias (*)

Cerca de três milhões de portugueses sofrem de hipertensão arterial.
A hipertensão arterial é uma doença crónica, quase sempre silenciosa, caracteriza-se por um aumento crónico da tensão arterial sistólica e diastólica tem elevadas taxas de morbilidade e obriga a uma decisão terapêutica eficaz.
O diagnóstico da hipertensão arterial é feito quando um paciente apresenta três medições, confirmadas com intervalos de uma semana de valores de tensão sistólica acima de 140 mmHg ou uma tensão diastólica superior a 90 mmHg.
A etiologia da hipertensão arterial é de causa desconhecida na maior parte dos casos(85 a 95%), sendo designada por hipertensão essencial/hipertensão primária ou idiopática.
Considera-se hipertensão secundária (5-15%) quando a causa é conhecida, isto é, sempre que exista uma perturbação orgânica identificada como causadora da doença(por exemplo de etiologia renal ou hormonal).
Existem diversas patologias que podem ser responsáveis pela hipertensão arterial, destacando-se como as mais relevantes: hiperaldosteronismo, doença renal(nefropatias crónicas, glomerulonefrites, nefropatias hereditárias, pielonefrites, nefrite intersticial crónica), hipertensão gravídica, hipotireoidismo, reacções adversas a fármacos, tumores produtores de aminas biogénicas.
Sendo a hipertensão arterial uma patologia de grande prevalência na população em geral, estima-se que a incidência da doença seja de cerca de 20%, sendo que apenas 10%  dos hipertensos se encontram controlados.
Alguns estudos realizados revelaram que cerca de 50% dos doentes hipertensos  desconheciam a sua doença e nos pacientes já medicados metade tinham abandonado a terapêutica.
A hipertensão arterial não controlada está associada a múltiplas complicações graves, com comprometimento funcional multiorgânico nomeadamente acidente vascular cerebral, enfarte agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva entre outras.
A classificação de hipertensão arterial adoptada e publicada pela Sociedade Americana de Hipertensão através do VII relatório do Joint National Committee- Arterial Hipertension-JNC7, foi dividida em três categorias: normal, pré-hipertensão e hipertensão.
Determinou-se como normal a pressão sistólica <120 80="80" a="a" diast="diast" e="e" font="font" hg.="hg." lica="lica" mm="mm" mmhg="mmhg" o="o" press="press">
Assim tendo por base esta classificação determinou-se como:
Normal uma pressão arterial sistólica (PAS)<120 arterial="arterial" diast="diast" e="e" font="font" hg="hg" lica="lica" mm="mm" o="o" press="press">
Pré-hipertensão se os valores da tensão arterial estavam compreendidos entre 120-139 ou 80-89 mmHg.
Normal <130 e="e" font="font" mmhg="mmhg">
Normal alta 130-139 ou 85-89 mmHg
Considera-se Hipertensão:
Estadio 1
Se valores de tensão arterial compreendidos entre tensão arterial sistólica. 140-159 ou tensão arterial diastólica:  90-99 mmHg.
Estadio 2
Se valores de tensão arterial compreendidos entre tensão arterial sistólica 160-179 ou tensão arterial diastólica: 100-109 mmHg.
Estadio 3
Se valores de tensão arterial compreendidos entre tensão arterial sistólica >/=180 ou tensão arterial diastólica:  >/ =110.
A tensão arterial elevada é um factor de risco elevado, que pode ser minimizado se a intervenção terapêutica for criteriosamente instituída com fármacos eficazes que permitam controlá-la.
Para além da terapêutica farmacológicas devemos ter outras atitudes complementares para melhorar a eficácia do tratamento das quais destacamos as seguintes indicações:
Recomendações não farmacológicas que devem ser incentivadas nos doentes hipertensos:
1-      Estilos de vida saudáveis com modificações dos hábitos de vida;
2-      Redução do peso;
3-      Dieta hipossalina;
4-      Diminuição do consumo de álcool;
5-      Controlo da dislipidemia;
6-      Aumento da ingestão de potássio;
7-      Cessação tabágica;
8-      Promoção de actividade física regular;
9-      Eliminação de fármacos com efeitos anti-hipertensivo;
10-  Promoção de programas antistress.
O diagnóstico e tratamento atempado e adequado dos doentes hipertensos vai originar menos custos, reduzir os internamentos, diminuir os casos de invalidez(dependência de terceira pessoa) e reduzir a procura de assistência medica nos serviços de urgência.
Para melhor controlo dos doentes hipertensos consideramos de vital importância a:
1-Vigilância médica periódica com intervalos mais curtos(mensalmente) de reavaliação até estabilização dos valores da tenção arterial.
2-Ajustar a dose do medicamento ou de associação de anti-hipertensores até obtenção de resposta terapêutica adequada.
Muitas vezes estes doentes têm que ser tratados com mais do que um medicamento anti-hipertensor.
3-Esclarecimento claro dos pacientes, sobre as complicações que podem advir da não adesão ao plano terapêutico e da vantagem da manutenção da normalização da tensão arterial.
4-Envolver o doente na responsabilidade e cumplicidade do cumprimento das orientações médicas que lhe tenham sido propostas.
5-Investimento no tratamento das co-morbilidades quando associadas à hipertensão a fim de evitar riscos e diminuir a ocorrência de complicações clínicas (hipertrofia ventricular esquerda, insuficiência cardíaca congestiva, aterosclerose, vasculopatias periféricas, insuficiência renal).
6-Manutenção da vigilância de três em três meses ou bi-anual se parâmetros avaliados se mantiverem estabilizados.
Em suma, manter o doente hipertenso controlado, diminui a probabilidade de agravamento da disfunção dos órgãos alvo, mantém a estabilidade hemodinâmic , diminui os efeitos mórbidos destes pacientes nomeadamente a isquemia miocárdica ou os acidentes vasculares cerebrais.
Apesar de toda a investigação que tem sido feita e de todos os avanços obtidos no diagnóstico e tratamento a hipertensão arterial, continua a ser uma doença grave que conduz muitas vezes à morte.
De acordo com os dados fornecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a hipertensão arterial é a terceira causa de morte no mundo.
Os comentários sobre VII Joint publicados por Otávio Rizzi Coelho, descrevem que os dados recentes publicados pelo JVII Joint (The Seventh Reporto f de Joint Nacional Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and the Treatement of High Blood Pressure), recomenda a necessidade de combater eficazmente esta doença de forma a diminuir o risco cardiovascular que ela provoca.
Importa, ainda referir que o investimento na prevenção e tratamento atempado dos doentes hipertensos são essenciais para uma redução drástica das complicações da doença

(Doutorada em Medicina

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