Por: Sommer
Um
comentador sugere que em Alpiarça se faça uma coligação CDU/PS para
governar em Alpiarça porque na Capital isso já foi possível.
É sem dúvida uma ideia válida como válidas são outras ideias sugeridas por outros comentadores, mas...
E
há sempre um mas... É preciso não esquecer que na altura de João Soares
que liderou essa coligação o PS e a CDU, ambos os partidos estavam do
mesmo lado da barricada, do outro lado tinha estado o Abecassis que
durante anos ganhou sem pestanejar as eleições locais de Lisboa. A
coligação PS/CDU foi a maneira encontrada para derrubar a hegemonia
CDS/PSD, uma espécie de AD na câmara de Lisboa, e conseguiram-no.
Aqui em Alpiarça a realidade é bem diferente. Como diz e bem o
leitor "Afinal muitos dos problemas até foram originados pela
actuação dos dois partidos (PS e PCP)", mas a carga ideológica em
Alpiarça é tremenda e passados quase 40 anos de Abril ainda hoje se
desenterram erros que o PCP cometeu no passado, como se o PS nos 12 anos
de poder não tivesse cometido erros ainda mais graves.
O que de facto impressiona o cidadão comum é que sendo os problemas
reais e concretos de Alpiarça os mesmos para toda a gente, é como não se
encontra uma maneira comum e ao agrado das duas principais forças
políticas de os solucionar.
Mas isso é política!
E em política as pessoas não se
entendem. Por isso é de facto impressionante como é que amigos dos
bancos da escola, vizinhos, familiares não conseguem conversar aberta e
francamente sobre os
problemas que nos afectam para chegarem a uma solução comum e a contento
de todos para resolverem os problemas reais de Alpiarça.
Vejamos
uma coisa: vocês acham que o Mário Fernando, o Carlos Jorge, o João
Arraiolos, a Sónia Sanfona e a Regina Ferreira (que constituem a
edilidade alpiarcense) não são pessoas sensatas e capazes de conversarem
e chegarem a soluções comuns para Alpiarça? Vocês acham mesmo que as
reuniões de câmara são batalhas campais onde estas pessoas se degladiam
ferozmente? Estão redondamente enganados! Basta lerem as actas da
câmara. A maior parte dos assuntos tratados são aprovados por
unanimidade.
E então onde há divergências? É precisamente em pontos sensíveis
relacionados com contratação de certas pessoas e certos serviços,
projectos ou obras. E é nisto meus amigos em que as divergências
partidárias vêm ao cimo.
Muitas das vezes, se calhar, as pessoas em causa até teriam vontade
de aprovarem as propostas uns dos outros. Mas e depois o que diriam os
políticos que estão por detrás dessas pessoas? Acham que o Dr. Rosa do
Céu (que todos sabemos continua a ser o manda-chuva do PS de Alpiarça)
veria com bons olhos a sua prima Regina Ferreira andar a aprovar as
propostas do PCP? E o contrário? Acham que a malta do núcleo duro do PCP
(sejam lá eles quem forem) veriam com bons olhos que a maioria CDU
aprovasse soluções ou propostas vindas da Sónia Sanfona e da Regina
Ferreira?
1 comentário:
Mais uma vez um artigo sensato do Sommer.
O vereador independente, não ligado a nenhum dos partidos seria na maioria das vezes o juiz entre duas forças partidárias que não se entendem.
Concordo que as pessoas individualmente até se entendam desde que não esteja em causa as forças políticas que têm de defender.
A política e o futebol têm essa paixão e procedimentos em comum.
Pessoas de relações cordiais, quando se trata de defender o seu partido ou o seu clube perdem o sentido da razão e do que é justo e na maioria das vezes optam por fazer o contrário do que individualmente defendem.
É por isso que deve haver quem medeie as diferenças e que obrigue a trabalhar para o bem comum.
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