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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Nos bastidores da política alpiarcense

Artigo de Opinião
Por:  Sommer

Um comentador sugere que em Alpiarça se faça uma coligação CDU/PS para governar em Alpiarça porque na Capital isso já foi possível.

É sem dúvida uma ideia válida como válidas são outras ideias sugeridas por outros comentadores, mas...

E há sempre um mas... É preciso não esquecer que na altura de João Soares que liderou essa coligação o PS e a CDU, ambos os partidos estavam do mesmo lado da barricada, do outro lado tinha estado o Abecassis que durante anos ganhou sem pestanejar as eleições locais de Lisboa. A coligação PS/CDU foi a maneira encontrada para derrubar a hegemonia CDS/PSD, uma espécie de AD na câmara de Lisboa, e conseguiram-no.

Aqui em Alpiarça a realidade é bem diferente. Como diz e bem o leitor "Afinal muitos dos problemas até foram originados pela actuação dos dois partidos (PS e PCP)", mas a carga ideológica em Alpiarça é tremenda e passados quase 40 anos de Abril ainda hoje se desenterram erros que o PCP cometeu no passado, como se o PS nos 12 anos de poder não tivesse cometido erros ainda mais graves.

O que de facto impressiona o cidadão comum é que sendo os problemas reais e concretos de Alpiarça os mesmos para toda a gente, é como não se encontra uma maneira comum e ao agrado das duas principais forças políticas de os solucionar.

Mas isso é política!

E em política as pessoas não se entendem. Por isso é de facto impressionante como é que amigos dos bancos da escola, vizinhos, familiares não conseguem conversar aberta e francamente sobre os problemas que nos afectam para chegarem a uma solução comum e a contento de todos para resolverem os problemas reais de Alpiarça.

Vejamos uma coisa: vocês acham que o Mário Fernando, o Carlos Jorge, o João Arraiolos, a Sónia Sanfona e a Regina Ferreira  (que constituem a edilidade alpiarcense) não são pessoas sensatas e capazes de conversarem e chegarem a soluções comuns para Alpiarça? Vocês acham mesmo que as reuniões de câmara são batalhas campais onde estas pessoas se degladiam ferozmente? Estão redondamente enganados! Basta lerem as actas da câmara. A maior parte dos assuntos tratados são aprovados por unanimidade.

E então onde há divergências? É precisamente em pontos sensíveis relacionados com contratação de certas pessoas e certos serviços, projectos ou obras. E é nisto meus amigos em que as divergências partidárias vêm ao cimo.

Muitas das vezes, se calhar, as pessoas em causa até teriam vontade de aprovarem as propostas uns dos outros. Mas e depois o que diriam os políticos que estão por detrás dessas pessoas? Acham que o Dr. Rosa do Céu (que todos sabemos continua a ser o manda-chuva do PS de Alpiarça) veria com bons olhos a sua prima Regina Ferreira andar a aprovar as propostas do PCP? E o contrário? Acham que a malta do núcleo duro do PCP (sejam lá eles quem forem) veriam com bons olhos que a maioria CDU aprovasse soluções ou propostas vindas da Sónia Sanfona e da Regina Ferreira?

1 comentário:

Anónimo disse...

Mais uma vez um artigo sensato do Sommer.
O vereador independente, não ligado a nenhum dos partidos seria na maioria das vezes o juiz entre duas forças partidárias que não se entendem.
Concordo que as pessoas individualmente até se entendam desde que não esteja em causa as forças políticas que têm de defender.
A política e o futebol têm essa paixão e procedimentos em comum.
Pessoas de relações cordiais, quando se trata de defender o seu partido ou o seu clube perdem o sentido da razão e do que é justo e na maioria das vezes optam por fazer o contrário do que individualmente defendem.
É por isso que deve haver quem medeie as diferenças e que obrigue a trabalhar para o bem comum.