Dívida directa do Estado é de 194,4 mil milhgões de euros.
A dívida directa do Estado não pára de crescer. Isto numa altura em
que os particulares portugueses estão cada vez mais relutantes em
investir em certificados de aforro ou do tesouro. A dívida situou-se no
final de Maio em 194,4 mil milhões de euros, mais 54 mil milhões de
euros que em Maio de 2010, altura em que a crise de dívida soberana
começou a amedrontar a Europa com o primeiro resgate à Grécia. Foi uma
subida de 38,6%, um aumento de 74 milhões de euros por dia.
Com a saída dos investidores de retalho e com a falta de acesso ao
mercado de dívida de médio e longo prazo, os fundos da ‘troika' foram
ganhando um peso cada vez maior no total da dívida do Estado. No final
de Maio, a UE e o FMI já tinham emprestado a Portugal 55,6 mil milhões
de euros, valor que corresponde a quase 30% da dívida directa
do Estado. A juntar a isto estão ainda as obrigações do tesouro
compradas pelo BCE ao abrigo do programa de compras no mercado
secundário. Frankfurt não especifica as compras por país.
Para o economista da Informação de Mercados Financeiros, Filipe
Garcia, "quanto maior for o peso da dívida à ‘troika' maior a
dificuldade em substituí-la por outra. Era bom que a dívida estivesse
mais disseminada".
Além disso, existe a questão da senioridade, já que se os credores
oficiais tiverem estatuto preferencial sobre os outros investidores
torna a dívida portuguesa menos atractiva para os mercados. Isto porque
se, num cenário de reestruturação, a UE, o FMI e o BCE não assumirem
prejuízos, à semelhança do que aconteceu no perdão da dívida grega,
quanto maior o peso destas entidades no total de ‘stock' de dívida,
maior o ‘haircut' (corte no valor das obrigações) que terá de ser
aplicado aos privados.
Só desde o início do ano, a dívida directa do Estado aumentou 19,5
mil milhões de euros, uma subida de 11%. Só desde o início do ano, a
‘troika' emprestou 19,7 mil milhões de euros a Portugal. Já em
Obrigações do Tesouro o total de dívida em ‘stock' era de 102 mil
milhões de euros em Maio, data dos últimos dados disponibilizados pelo
IGCP, sendo que esse número deverá ter diminuído em Junho, já que
o Estado amortizou uma linha de obrigações.
«DE»
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