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domingo, 22 de julho de 2012

No futuro o fato macaco irá substituir a gravata...


Há poucos dias em conversa com cidadãos estrangeiros foi-me dito que não conhecem País com tanto formalismo e gravatas como em Portugal, na maioria das vezes sem nada que o justifique.
Criou-se a ideia de que uma licenciatura, que mais não é que uma especialização ACADÉMICA (realço isto por ser muito importante) era sinónimo de um emprego no ar condicionado.
No artigo o jornalista admira-se que um serralheiro ou um montador de tubagens tenha um salário superior a um engenheiro mecânico recém formado.
O jornalista ou vive noutro mundo, ou não faz a mínima ideia que para poder pagar um salário é necessário que haja geração de riqueza.
Aí, as duas profissões referidas ganham por goleada ao engenheiro recém formado.
Mas ainda acrescentaria outro dado importante.
No passado víamos homens com o velhinho curso Industrial que chefiavam departamentos de empresas que exportava tecnologia de ponta e com isso aportava receitas para as suas empresas e consequentemente para o País.
Quantos destes homens eram os verdadeiros motores da riqueza que a Lisnave, Setenave, Sorefame e muitas outras, criava?
Depois, havia também engenheiros que tinham "tarimbado" e que eram traves mestras dessas empresas. Engenheiros de meia idade para cima e que já tinham visto muita água correr debaixo das pontes...
Mas também havia engenheiros jovens a começar a aprender os segredos do ofício além da parte académica.
Se perguntarem a um engenheiro recém formado como se solda um determinado metal, em teoria ele saberá quase tudo, e até coisas que nem precisaria saber.
No entanto, quando é preciso soldar uma peça e ela mais tarde não partir, ai entra a experiência e o saber acumulado de milhares de experiências que o soldador executou.
Há que dar lugar aos jovens, mas à maioria não lhes faria mal experimentar começar por baixo, conhecer o que é um ambiente operário, as manhas, os truques, a forma de agir do pessoal da "ferrugem".
Mais tarde esses conhecimentos serão importantes e vitais na direcção de equipas que venham a coordenar.
Não tenho dúvidas que no futuro o fato macaco irá substituir a gravata..

6 comentários:

Francisco Goncalves disse...

Francisco Goncalves os especialistas de especialidades não especializadas ou os burocratas de Salazar - São sinónimo da "mesmice" e razão porque Portugal continua impávido e sereno no fundo de todas as tabelas !
(Do Facebook)

Anónimo disse...

Olhe que não... Estamos ex-aequo com a Grécia na tabela de endividamento.
Em corrupção também estamos nos primeiros lugares.
Em rácios de afastamento entre riqueza/pobreza somos dos melhores.
Em percentagem de gente que vive há anos sem fazer nada e a quem o Estado (nós) sustenta também estamos no pelotão da frente.
Em falências de pequenas e médias empresas e em crescimento negativo do PIB estamos perto dos primeiros lugares.
Na parte do endividamento do Estado é como um corredor de fórmula 1 partir dos últimos lugares da grelha e chegar a 1/2º.
Foi preciso "trabalhar" muito no pós 25 de Abril para nos colocar tão bem posicionados nestes índices.
O povo é que parece não tem apreciado muito estes especialistas de pacotilha que Abril pariu...

Anónimo disse...

Não há dúvida que durante muitos anos Portugal produziu técnicos do mais alto nível nas mais variadas especialidades. Não me perguntem como...porquê e todas essas tretas que já não sinto pachorra para responder. Mas, é um facto. Durante as minhas expedições,incursões ou seja lá o que for pelo mundo, tive o grato privilégio de constatar isso mesmo. Dávamos cartas em todas as frentes. Perdoem-me a imodéstia mas é mesmo assim. Encontrei portugueses a desempenhar os mais altos cargos em grandes empresas implantadas desde as grandes cidades metropolitanas até aos sítios mais recônditos e inóspitos. Eles não estavam ali por acaso. As multinacionais não fazem favores a ninguém.E muito menos admitem quem vá para ali só para marcar presença. Ou se é bom naquilo que se faz ou se é mau. Não há lugar para o meio-termo.
O seguir em frente ou ficar pelo caminho está sempre subjacente ao desempenho. E Portugal sempre teve gente capaz de seguir em frente, cá dentro e lá fora. Embora a sua terra tenha sido, quase sempre, mais madrasta que mãe.
E não me perguntem porquê que já não tenho pachorra para explicar.

Português.pt

joão disse...

por algum motivo existem os operarios que são os que executam e existem os engenheiros, os que estudam e sabem o porquê das coisas! também duvido que se perguntarem ao soldador que solda a 20 anos o porque da utilização de um determinado electrodo num metal e nao outro ou o porque do gas de protecçao ele tambem nao saberá responder! Caso o operário soubesse tudo, não seria necessário o engenheiro, da mesma forma que se o engenheiro soubesse fazer não seria necessário o operário! Se por um lado sem operário não haveria produção, por outro lado sem engenheiro não haveria evolução.

Anónimo disse...

Evidentemente que ambos fazem falta. Mas não podemos enterrar a cabeça na areia. O que existe em relação aos salários é simplesmente a lei mais antiga de regulação dos negócios: a lei da oferta e da procura.
Se pagam a um soldador ou a um electricista especializado um salário superior a um engenheiro, não é por causa de nenhuma cabala contra os engenheiros.
É simplesmente porque há excesso de oferta e pouca procura.
Se existissem soldadores ou electricistas mais baratos decerto que quem paga, procuraria pagar menos.
Como sabe que pagando menos não consegue arranjar nenhum, paga o que o mercado dita.
O mesmo se aplica a alguns ramos de engenharia, ou a outros licenciados.
O empregador procurará pagar o mínimo possível porque existe excesso de oferta.
É meu entendimento que estamos a assistir a uma revolução silenciosa no mundo do trabalho e que no futuro um "canudo" vale o que vale se não vier acompanhado de experiência na prática.
A mentalidade portuguesa do licenciado que lhes caem os parentes na lama se sujar as mãos terá de mudar.
Vemos engenheiros estrangeiros que não se distinguem dos operários a não ser nos conhecimentos técnicos.
Não foi por acaso que li há dias o presidente de uma associação de emigrantes em França desabafar que os licenciados portugueses que chegam aos milhares a França vão com a ilusão que só têm de trabalhar na sua área.
Acrescentava o senhor, que ofertas de empregos "menores" (lavar pratos, limpezas, etc) eram liminarmente rejeitados e preferiam passar fome a aceitar.
Alguém que não seja "menino-bem" o que faria era garantir um meio de subsistência e depois sim, procurar um emprego compatível com as qualificações.
Mas a geração que se diz "arrasca" mas a quem tudo foi dado de mão beijada não sabe, nem quer saber o que é fazer sacrifícios como o fizeram os seus pais e avós.
Não entendem que para um empregador pesam as habilitações, mas também a vontade de trabalhar e de superar as adversidades.

Maria Teresa Amorim disse...

Maria Teresa Amorim Principalmente porque neste momento,nas ofertas de emprego do Centro de emprego,a um engenheiro, oferecem ordenado menor que a um serralheiro...
(Facebook)