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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Autarquias sem dinheiro para selos do correio

Os autarcas do Médio Tejo emitiram um comunicado explicando às populações dos seus municípios que estão impedidos, pela Lei dos Compromissos, de exercer as funções que são da sua responsabilidade e as competências que lhes foram confiadas.

“Todas as autarquias do Médio Tejo apresentam, no momento, ao abrigo da referida lei, saldo negativo disponível, o que as impede de exercerem um único ato de gestão, como sendo a simples compra de consumíveis para a gestão diária do município”, afirma o comunicado.
Os autarcas consideram a situação “de tal forma absurda que mesmo municípios com situação financeira equilibrada se vêm confrontados com a mesma consequência dos que têm situações mais desequilibradas”.
Para os autarcas, é “impossível explicar ao comum do cidadão a impossibilidade” que a esmagadora maioria dos municípios têm actualmente em adquirirem, “sem entrar em ilegalidade, os simples selos de correio”.
Por outro lado, denunciam a retirada aos municípios portugueses dos apoios comunitários previstos e aprovados para obras já adjudicadas, “sem qualquer tipo de fundamento que não seja o de reencaminhar essas verbas para o programa Impulso Jovem, num total desrespeito pelos compromissos assumidos pelas autarquias, que agora se vêem envolvidas em eventuais processos indemnizatórios”.
A tomada de posição, saída da última reunião do Conselho Executivo da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), contém ainda um alerta ao Governo e ao Presidente da República “para o caricato da situação, pois ainda se acredita não ser este o objectivo e o espírito da referida Lei dos Compromissos, que de resto tem laivos claros de inconstitucionalidade face à agressão nítida sobre o princípio da autonomia do Poder Local”.
Os autarcas alegam que as “graves implicações” da lei os impediram de tomar qualquer deliberação constante da ordem de trabalhos, tendo terminado a reunião sem tomar uma única decisão.
“Todos, sem excepção, confirmaram que a sua actuação está a ser condicionada de uma forma absurda com a aplicação desta Lei, impedindo-os de exercer as funções que são da sua responsabilidade e as competências que lhes foram confiadas, porque, mesmo os municípios que apresentam uma situação financeira estável, se vêem na contingência de não conseguirem assegurar o funcionamento dos serviços e garantir a prestação dos serviços essenciais”, afirmam.
Os autarcas afirmam ainda que com o segundo memorando de entendimento assinado em Fevereiro de 2011, os municípios do Médio Tejo desenvolveram esforços no sentido de atingir uma execução efectiva de acesso à uma bolsa de mérito, que contemplava um conjunto significativo de medidas que permitia aos bons executores acelerar a execução do QREN, mas as atuais condicionantes “vieram inviabilizar a concretização do planeamento efectuado e gorar as expectativas criadas face ao que foi acordado”.
«Correio do Ribatejo»

2 comentários:

Anónimo disse...

Tudo um treta. Basta alterarem as verbas orçamentadas e o dinheiro aparece

Anónimo disse...

E se despedirem todos os boys que cada partido meteu nas diversas câmaras até dá para enviar um presunto para cada munícipe. São tantos...!!!