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domingo, 6 de junho de 2010

Ainda Rosa Coutinho,

Artigo de Opinião
Por: Arlindo Moreira


Depois da morte de Rosa Coutinho, já li e ouvi de tudo. Em Abril de 1974 eu estava em Angola em comissão de serviço militar, local para onde o então Almirante Rosa Coutinho foi destacado como Alto-comissário. Quem estava mais atento e pelo que então se passou, conclui-o que foi o homem certo para o momento certo. Alias, não vendeu os portugueses que viviam em Angola, porque os leiloou ao então Bloco de Leste e aos respeitosos representantes da Ilha de Fidel Castro. Por exemplo, respeito pelos militares portugueses, era uma palavra que não fazia parte do seu léxico.

Mas eis que o almirante morreu! As pessoas do topo da hierarquia nacional referiram-se à sua morte com palavra elogiosas e de circunstância, como é da praxe. Entende-se. É normal e outra coisa não seria de esperar. No entanto, algumas coisas que tenho lido fazem-me lembrar aquelas pessoas comuns que morrem e que, embora tenham sido toda a sua vida consideradas criaturas desprezíveis e cruéis no seu meio, ouvem-se, mesmo assim, lamentos mais ou menos elogiosos como, por exemplo, “…ele lá no fundo até era boa pessoa, coitado…”. Isto até é humano e, na maior parte dos casos, estes lamentos elogiosos devem-se ao receio que as pessoas têm do desconhecido, da ofensa ao defunto, do sentido de perdão que têm necessidade de expressar. Situações destas, entendem-se.

O que não entendo e não aceito, é que hoje haja pessoas muito informadas a escrevem em letras garrafais que a Democracia perde com a sua morte e que fica a dever muito ao Almirante Rosa Coutinho! Por favor, tenham dó! Não estraguem a Democracia! Pelo que conheço de Rosa Coutinho, ele fica a dever, e muito, à democracia, isso sim!

Que o digam os expatriados de Angola, ainda vivos...

2 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde acabo de ler o artigo de opinião com o qual estou inteiramente de acordo, e lembrei-me do velho ditado morre se queres ser bom.
Que mundo hipócrita este em que vivemos, lamentável ter memória curta

Anónimo disse...

Seguindo o raciocínio do texto e a moral que ele encerra...haveria por aí muito pano para mangas! Não é verdade senhor Allindo Moreira?

Cumprimentos

De um leitor