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terça-feira, 29 de junho de 2010

Arqueologia

Durante milhares de anos, o homem viveu com base numa economia de recolecção, caçando, pescando, e recolhendo o que a natureza lhe dava
O Paleolítico é o mais antigo e o maior período da história humana. É neste período, anterior à prática da agricultura, que vive um homem que está organizado socialmente em bandos, abrigando-se em grutas, cavernas ou acampamentos ao ar livre. Era nestes locais, que faziam toda a sua vida, dormiam, alimentavam-se e faziam os seus utensílios. É a partir desses utensílios que conhecemos o homem que viveu neste período. O Paleolítico divide-se em três períodos distintos: Paleolítico Inferior, Paleolítico Médio e Paleolítico Superior. É o Paleolítico Inferior e Médio que nos vai interessar, visto ser em Alpiarça que encontramos alguns dos sítios mais antigos de todo o país e que se podem datar na perfeição, uma vez que ainda possuem os seus estratos primários, ou seja, sem serem revolvidos.
O Vale do Forno onde se localizam as estações arqueológicas do Paleolítico Inferior e Médio.Vale da Atela
A região de Alpiarça, pela sua situação geográfica, (na margem esquerda do Tejo), apresenta vários níveis de ocupação humana desde o Paleolítico Inferior até à época romana. A presença humana nesta região data de há mais de 100.000 anos. Os terraços fluviais do Tejo junto à vila fazem dela uma zona importante no estudo do Quaternário. Na zona do Vale do Forno foram encontrados depósitos e indústrias líticas datáveis do Paleolítico Inferior. Foram também descobertos vestígios de flora que talvez sejam anteriores à glaciação de Wurm, em que o vale do Tejo era uma planície húmida e verdejante provavelmente algumas semelhanças ao clima actual. É de salientar os vestígios de Pinus e Nuphar Luteum. A zona do Vale do Forno já é conhecida desde os anos quarenta, mas só nos anos oitenta é que começaram os trabalhos arqueológicos na zona de Milharós. A região de Alpiarça, pela sua situação geográfica, (na margem esquerda do Tejo), apresenta vários níveis de ocupação humana desde o Paleolítico Inferior até à época romana.
A presença humana nesta região data de há mais de 100.000 anos. Os terraços fluviais do Tejo junto à vila fazem dela uma zona importante no estudo do Quaternário. Na zona do Vale do Forno foram encontrados depósitos e indústrias líticas datáveis do Paleolítico Inferior. Foram também descobertos vestígios de flora que talvez sejam anteriores à glaciação de Wurm, em que o vale do Tejo era uma planície húmida e verdejante provavelmente algumas semelhanças ao clima actual. É de salientar os vestígios de Pinus e Nuphar Luteum. A zona do Vale do Forno já é conhecida desde os anos quarenta, mas só nos anos oitenta é que começaram os trabalhos arqueológicos na zona de Milharós. Na estação do Vale do Forno estão representadas a indústria "clacto-abbevilense", atribuída ao Acheulense Antigo, com bifaces pouco evoluídos e machados primitivos. Os materiais associados ao Acheulense Médio estão representados na camada 4, 5 e 6, pertencentes ao período interglaciar Mindel-Riss. Existem ainda utensílios considerados Micoquenses, atribuídos ao período final do Acheulense. Deste período há a destacar a presença de bifaces tipologicamente muito evoluídos, machados primitivos, mas tecnicamente bem executados. Destacam-se ainda a presença de utensílios sobre lasca (idênticos aos do Paleolítico Superior).
Os locais arqueológicos de Alpiarça são de grande importância pois os artefactos foram não só encontrados à superfície, como também no local origina da deposição. Os artefactos com maior destaque são os bifaces (24) e os machados (13) em quartzite. Contudo foram também encontrados um pequeno biface em sílex, e outros artefactos como: raspadores, denticulados, entalhes todos sobre lasca, raspadores sobre seixo talhado núcleos e lascas.
Na região de Alpiarça podemos destacar em relação a este período as seguintes estações arqueológicas: Vale do Forno, Barreiro do Tojal, Vale da Caqueira, Quinta do Outeiro, Vale da Atela, Barreira da Gouxa e Vale dos Extremos.
Como provam as estações arqueológicas, a ocupação humana na região de Alpiarça data de há milhares de anos. Mas ainda não existem respostas para todas as perguntas, desta forma, seria muito útil e necessário fazer trabalhos de Arqueologia quer a nível da prospecção quer a nível da escavação.
A história local e a preservação do património podem ser o ponto de partida para a realização na escola de trabalhos que visem sobretudo o estudo de questões relacionadas com a terra onde vivemos. Nesse sentido é de grande importância que se façam estudos na escola que estimulem o pelo património local, quer a nível arqueológico artístico, etnográfico histórico, museológico ou sobre outras áreas do património cultural.
Por: Nuno Prates/CMA

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