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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Fórum Ribatejo: uma reflexão actuante sobre a Região

O “tratamento de polé” que o Ribatejo tem merecido dos seus dirigentes políticos (afinal aqueles que mais o deveriam ter defendido) levou recentemente á criação de um pioneiro e singular movimento, denominado “Fórum Ribatejo”, dedicado ao estudo, defesa e divulgação da cultura ribatejana.Singular este, desde logo, pela sua abrangência: englobando pessoas todos os concelhos que, de alguma forma, e nalguma altura, estiveram integrados na antiga região ribatejana, sem deixar de fora, naturalmente, agentes culturais ligados culturalmente à mesma, mesmo que aqui não residam actualmente.Singular, igualmente, por ser transversal à artificial bipartição do Ribatejo que as últimas décadas vieram cavando (Lezíria do Tejo, Médio Tejo, Templários, Alto e Baixo Ribatejo, etc,..) e assumir claramente a matriz “Tejo” e a territorialidade “Vale do Tejo” como elementos aglutinadores. Singular, ainda, por estar estruturado de maneira pouco orgânica; funcionando como uma plantaforma de rede (tirando partido das incomensuráveis vantagens comunicacionais das tecnologias informáticas) mas, não obstante, realizando semestralmente encontros tendentes a facultar a necessária relação face a face, indispensável nestas condições.Singular, finalmente, por constituir o elemento cultural e patrimonial o seu móbil e cimento aglutinador, algo que, o país que temos, na região em que vivemos, não está habituado a assistir nesta dimensão territorial.A surpreendentemente favorável receptividade á ideia (integrante hoje de personalidades de dezassete concelhos do Ribatejo, de Benavente a Abrantes, de Rio Maior a Coruche) é bem reveladora da maturidade das condições que fazem as personalidades culturais da Região (nomeadamente aquelas, em grande parte, sem ligação orgânica às estruturas partidárias) sentir intensamente a incongruência de uma situação político-administrativa em que, sob o pretexto económico e político, se têm desagregado e, deste modo, menorizado, os potenciais de afirmação e identificação regional.Comunicação em rede, troca de ideias e conjunção de projectos, criação de substratos culturais regionais, organização solidária assente nas sinergias locais, relações de conhecimento entre agente culturais da Região espacialmente distantes, visão holística e abrangente das problemáticas regionais. Tudo isto, numa óptica de entendimento da diferenciação cultural como valor, enriquecedora da dimensão regional.Enfim, uma unidade de interesses, assente num modelo cultural intrinsecamente ribatejano de diferenciações, naturalmente, feito!Paradigma de um certo modelo vivencial que ancestrais relações de trabalho, actividades económicas e produtivas e vivências mais ou menos ribeirinhas, consubstanciaram no tempo, num contexto geofísico singular no território nacional.Após a sua constituição, em Setembro de 2009, o “Fórum” reuniu no passado dia 26 de Março pela primeira vez, estando a próxima reunião marcada para Setembro, em Tomar.Das suas iniciativas destacam-se um ciclo de debates a realizar em diversos concelhos ribatejanos: em Maio, em Alpiarça, em Junho, em Alcanena, em Setembro, em Santarém, em Novembro, em Rio Maior, em Abrantes, em Fevereiro de 2011 e, finalmente, em Constância em Abril do mesmo ano. Outras se seguirão e, atempadamente, reveladas.
«Rádio Hertz»