Em primeiro lugar, devo confessar que, embora não sendo comunista, tenho alguma admiração pelo senhor deputado António Filipe, talvez devido à sensatez que já demonstrou em algumas das suas intervenções políticas. Mas, ao ler este artigo, fico com a ideia de que o senhor deputado quer que os portugueses se organizem em torno de uma revolta popular que leve Portugal para uma velocidade sem retorno, ou seja, de terra queimada. Quem vier atrás, que fecha a porta. Caro senhor deputado, com o devido respeito, acho que não é disso que Portugal precisa neste momento!
Todos sabemos que a situação económica do país é grave! Também sabemos quem o pôs neste estado lastimoso nos últimos trinta e tantos anos. Também sabemos que muitas das reformas tentadas e tão necessárias ao desenvolvimento do país não foram levadas por diante, muito devido à intervenção do partido que o senhor representa, aliada à falta de coragem política dos governantes ao longo dos anos em enfrentar, no seu devido tempo, as contestações populares organizadas por aqueles que todos conhecemos, dependendo do momento e dos interesses partidários.
No entanto, quando alguns partidos falam, não falam para todos os portugueses. Não falam, por exemplo, para aqueles que, embora estejam revoltados pela forma como os seus governantes, nacionais e locais, têm esbanjado os seus impostos, mas que também sabem que o momento que o país atravessa não é para divertimentos de rua tão ao sabor de muitos, especialmente daqueles que, embora menos tenham contribuído, mais contestam sempre. É para estes que falam! Entendo o objectivo, pois é durante os períodos mais conturbados que alguns partidos, tanto de esquerda como de direita, tentam ganhar seguidores.
Mas os portugueses já são politicamente adultos e, por isso, pensam por si. Já não necessitam de educadores do povo. Sabem que o país está com problemas e reconhecem que este já lhes deu muito ao longo dos anos. Por isso, como pessoas de bem, sentem que chegou a hora de também lhe poderem dar alguma coisa, especialmente para que os seus filhos e os seus netos se sintam orgulhosos dos seus progenitores.
Permito-me aqui lembrar uma célebre frase de John Kennedy: “Ask not what your country can do for you, ask what you can for your country”. Depois disto, podemos pedir contas e dar o merecido prémio aos políticos que nos pedirem o seu voto. Mas primeiro, o país!
Viva Portugal!
Por: Arlindo Moreira
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