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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Produtores concentrados frente à Renoldy (Alpiarça) após informações de encerramento eminente da empresa

Um conjunto de produtores leiteiros esteve concentrado frente às instalações da empresa de recolha de leite Renoldy, em Alpiarça, depois de «informações de última hora» apontarem para o encerramento da unidade no dia 15, por ausência de clientes.

Rui Moreira, do Movimento Mais Português, adiantou que a administração da Renoldy terá decidido encerrar por não se terem concretizado as expectativas geradas após a reunião promovida pelo ministro da Agricultura, a 29 de Junho, entre a empresa e representantes da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), Sonae (Modelo e Continente) e Jerónimo Martins (Pingo Doce e Feira Nova).

«Nesse dia manifestou-se uma vontade imensa de viabilização da Renoldy e de olhar para os postos de trabalho quer da empresa, quer dos produtores que lhe vendem o leite, mas nada se verificou», afirmou o responsável do movimento, criado por um conjunto de produtores de leite para apelar ao consumo de produtos nacionais.

Após o encontro, o ministro Jaime Silva disse haver «espaço» para um entendimento entre a produção de leite e as empresas de distribuição de modo a encontrar «um equilíbrio nacional», enquanto a APED garantiu que 80 por cento do leite vendido nas grandes superfícies é de origem portuguesa.

Contudo, garantiu Rui Moreira à agência Lusa, desde então «não houve encomendas nenhuma», apenas se tendo concretizado uma compra do grupo Sonae - a quem a Renoldy vendia 75 por cento da produção - que, segundo o movimento, não terá passado de uma «manobra publicitária».

«A encomenda da Sonae chegou numa sexta-feira, às 20h, para que fossem entregues 58 camiões de leite (1,5 milhões de litros) nas segunda e terça-feira seguintes», disse, considerando que «pedir isto em dois dias denuncia uma tentativa de encontrar uma desculpa para permitir à distribuição dizer que quis comprar, mas a produção não conseguiu entregar».

De acordo com Rui Moreira, a Renoldy acabou por conseguir responder ao pedido da Sonae, mas, desde então, «não há mais uma única encomenda ou um único litro de leite agendado para ser entregue».

Acusando a grande distribuição de uma «estratégia de verdadeiro terrorismo comercial», o Movimento Mais Português exige do ministro da Agricultura «medidas concretas e efectivas junto da grande distribuição que permitam a viabilização da empresa e salvaguardem as dezenas de produtores e postos de trabalho em risco».

Em carta enviada a algumas dezenas de produtores a quem recentemente suspendeu a compra de leite, a Renoldy justifica a decisão com o «abandono quase geral» de que diz ter sido vítima por parte das empresas distribuidoras, «que preferiram passar a abastecer-se no estrangeiro, inclusive na longínqua Polónia».

«Nos primeiros quatro meses do ano em curso o suporte principal das nossas vendas era o grupo Sonae, que representava 75 por cento do nosso embalamento, sendo os restantes 25 por cento afectados aos grupos Jerónimo Martins, Auchan, Aldi Discout e Unimark».

Contudo, refere a empresa, o grupo Sonae reduziu as encomendas de 3.125 milhões de litros/mês para 2.700 milhões em Maio, não tendo em Junho comprado «qualquer quantidade de leite Marca 'E', cujas compras mensais rondavam os 2.500 milhões de litros».

«A situação tornou-se insustentável porque não podemos continuar a comprar leite que não podemos vender», sustenta a Renoldy, que se disponibilizou mesmo a vender o leite à Sonae a 39 cêntimos por litro, «com prejuízo directo», por se dizer ser este o preço «a que o leite na Alemanha e da Polónia é colocado nas lojas daquele grupo».

1 comentário:

Anónimo disse...

A Srª Presidente da Camara também está ?
Os Candidatos do PS / Mar também estão ?