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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Intervenção de Mário Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Alpiarça

CERIMÓNIA DE INAUGURAÇÃO DA PRAÇA DO MUNICÍPIO E DO MONUMENTO DE HOMENAGEM AO POVO DE ALPIARÇA
30 de Agosto de 2013 – 17.30 h

Ex.mo Sr Secretário de Estado da Administração Local
Caros colegas autarcas do Município e da Freguesia
Senhoras e Senhores Convidados
Caros conterrâneos.

Ex.mo Sr Secretário de Estado da Administração Local
Caros colegas autarcas do Município e da Freguesia
Senhoras e Senhores Convidados
Caros conterrâneos

A todos saúdo e agradeço a presença nesta cerimónia simples, mas de forte significado para os alpiarcenses.

É com grande satisfação que inauguramos hoje esta nova Praça do Município, resultado de uma intervenção de requalificação da área envolvente aos Paços do Concelho, inserida numa Operação de Reabilitação Urbana deste espaço nas vertentes urbanística, ambiental e paisagística, de modo a criar uma praça de utilização colectiva, atractiva a novos e variados usos, potenciadora de uma vivência urbana de maior qualidade e dignificadora do Poder Local democrático.

Uma obra que, após ter passado por todas as fases de concepção e de projecto, pelo processo da contratação pública e da candidatura a financiamento comunitário do QREN, foi iniciada em 5 de Março deste ano e terminada hoje, decorridos apenas 6 meses; uma obra que representa o que de melhor pode existir na relação entre as partes intervenientes: o respeito pela palavra dada, o honrar dos compromissos e responsabilidades assumidas, o pagamento efectuado nos prazos devidos, os trabalhos concluídos e entregues no respeito pelo que foi contratado.

Uma obra que aproveita plenamente uma oportunidade surgida de financiamento, só possível pelos níveis de execução elevados registados pelo Município de Alpiarça em outros projectos contratualizados, na vigência deste Quadro Comunitário, como a construção do novo Centro Escolar e a Recuperação global da Casa dos Patudos e os seus arranjos exteriores.

A nova Praça do Município é, pois, um elemento importante na regeneração de uma área central do espaço urbano, com repercussões na imagem urbana do concelho, na vivência cívica, de lazer, que o futuro colocará ao serviço de todos os alpiarcenses.

É importante que o poder autárquico continue o seu papel dinamizador das tão necessárias novas dinâmicas de regeneração urbana que revitalizem o edificado e o espaço público do nosso concelho; directamente, no uso das suas competências e reabilitando áreas de fruição colectiva; mas, sobretudo, numa lógica de envolvimento dos particulares, apoiando e incentivando a recuperação de edifícios de habitação e de comércio, naquele que terá de ser o caminho para revitalizar a economia local e da região, criar emprego e incrementar a própria atractividade do concelho e conduzir a um mais qualificado ambiente urbano.

No que respeita à intervenção autárquica directa, terminadas estas operações recentes de maior vulto, como foram a construção do novo Centro Escolar, a requalificação global da Casa dos Patudos e a desta Praça, será fundamental que o Município possa levar por diante, num futuro próximo, intervenções estruturantes como sejam a ampliação do Jardim Municipal, do centro cívico, de novos espaços desportivos e de lazer e de mobilidade no Casalinho, Frade de Cima e Frade de Baixo, bem como de requalificação do edifício da “Câmara Velha” e do Mercado Municipal, entre outras de menor escala.

Mas esta cerimónia é ainda marcada por um outro facto muito relevante: homenageamos também aqui o Povo de Alpiarça, através da inauguração de estátua alusiva, da autoria do nosso conterrâneo Armando Ferreira.

É uma peça cujo processo que conduziu à sua inauguração pública de hoje estabelece um evidente paralelismo simbólico com a história do povo que representa; à semelhança de muitos alpiarcenses, corajosos e valentes, também esta estátua saiu um dia da clandestinidade festejando a liberdade conquistada depois de perseguida, violentada e encerrada, privada de cumprir o seu desígnio. 

Cumpre-o agora, colocada num lugar de destaque, no centro da nossa vida enquanto comunidade, tal como muitos dos alpiarcenses que representa – a parte mais significativa do Povo de Alpiarça – cumpriu, em 25 de Abril, com os restantes portugueses, esse desígnio que lhes era negado de motor da história, como construtores da Democracia e do desenvolvimento da sua terra e do País, como “amanhadores” da terra que lhes pertencia de facto, porque a trabalhavam, como “pensadores” do caminho do futuro que pretenderam trilhar, porque mais justo e consentâneo com as suas aspirações a uma vida melhor.

Esta é uma obra que pretende representar todo o Povo de Alpiarça, enquanto entidade abstracta, como não poderia deixar de ser. 

No entanto, permitam-me que, desse povo, destaque a sua parte mais significativa: o trabalhador agrícola. Aqueles homens e mulheres que, mesmo absorvidos por um duro trabalho da terra – até há poucas dezenas de anos de “Sol a Sol” –, conseguiram encontrar os momentos de “pensar”, de reflectir sobre a sua situação e sobre o mundo e a vida que os rodeava, de encontrar nos seus iguais, numa consciência mais profunda, de classe, a razão de ser da sua labuta, da organização que muitos procuraram e da acção consequente na luta por uma sociedade mais justa.

Os trabalhadores agrícolas da nossa terra que, desde tempos imemoriais mas com cada vez maior destaque ao longo de todo o século XX, assumiu um papel determinante nas lutas pelas conquistas sociais, políticas e civilizacionais em Portugal, numa procura constante pela sua dignificação como produtores, como homens e mulheres, desejando a liberdade e por ela lutando, contra o fascismo, contra a repressão e a miséria. 

Julgo ser fundamental a celebração desta rica memória histórica: pelo exemplo da persistência na procura da dignidade, baseada em valores de justiça e progresso social. 

É uma parte da responsabilidade que temos todos quando olhamos para o nosso futuro colectivo, quando procuramos as que julgamos serem as melhores soluções para os problemas que encontramos. Não ficaremos, por essa razão, presos a um qualquer passado, mas certamente fundaremos as nossas decisões em bases mais sólidas, marcadas pelos melhores exemplos do nosso Povo.
É também por isso que aqui estamos.

Caros convidados,
Naturalmente, não poderia deixar de referir e agradecer a colaboração e o envolvimento daqueles que conceberam e contribuíram para a realização deste projecto que hoje inauguramos: o escultor Armando Ferreira; o Engº Francisco Jerónimo e o Arqº José Augusto; o Engº Mário Correia e os trabalhadores da empresa SECAL; a CD do Inalentejo, bem como os técnicos da CCDR-A e da CIMLT; os serviços técnicos do Município e os seus trabalhadores; os meus colegas do executivo municipal – nos quais incluo o Mário Peixinho, a quem o significado desta estátua tanto dizia – e respectivo núcleo de apoio.

Antes de terminar, gostaria de agradecer a Vª Exª, Sr Secretário de Estado, a sua disponibilidade para estar aqui connosco, presidindo a esta cerimónia, simples mas de pleno simbolismo para o nosso concelho e para a sua população. 

Como membro do Governo português, com a responsabilidade da Administração Local, tem tido a oportunidade de contactar diária e directamente com a realidade do Poder Local democrático por todo o nosso País, com o valioso património de várias décadas ao serviço do desenvolvimento de cada uma dos comunidades, o esforço de todos os dias para melhorar serviços e proporcionar melhor qualidade de vida às suas populações, mas também, certamente, tem constatado as enormes dificuldades com que se confronta actualmente e que, a não serem alteradas algumas políticas que têm vindo a ser traçadas, previsivelmente se agravarão.

Por isso, os Municípios e as Freguesias deste País contam com Vª Exª para a definição conjunta de políticas e linhas de intervenção que reforcem a autonomia e a capacidade de realização do Poder Local – deste Poder Local que, a exemplo de Alpiarça, quer ser um factor essencial de desenvolvimento do nosso País.
Obrigado.

1 comentário:

JA disse...

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