Milhões para aliviar os encargos dos portugueses
|
De: Anabela Melão |
O meu amigo Carlos Moreno deixa um apontamento que transcrevo.
"O caso das condições favoráveis acordadas à Grécia pela UE e a sua
aplicação a Portugal. Simplificando, com os elementos disponíveis em
8.12.2012, tendo ouvido, eu próprio, os responsáveis que a seguir
menciono. Não tenho objectivos políticos. Mas quero deixar este resumo
para "Memória Futura".
A) O PM e o MF anunciam, em Lisboa, que
Portugal iria beneficiar de algumas condições de favor acordadas pela UE
à Grécia, o que era uma boa notícia para os portugueses.
B) O
Presidente do Euro-Grupo anuncia em Bruxelas que, ao abrigo do princípio
da igualdade, acordado há um ano pelo euro-grupo, para os paises sob
resgate, Portugal iria beneficiar automaticamente de iguais condições
favoráveis decididas para a Grécia, no domínio de empréstimos
concedidos.
C) AM e o seu MF dizem em Bruxelas que nada estava
decidido quanto à aplicação a Portugal de benefícios concedidos à Grécia
e que discordavam totalmente desse tratamento igualitário
D) PPC e
VG, agora em Bruxelas, referem que Portugal não queria ser comparado á
Grécia e que não iria pedir benefícios que tivessem sido concedido à
Grécia. VG disse mesmo que a culpa das confusões era dos jornalistas e
dos portugueses que tinham simplificado questões complexas.
E) O
Presidente do Euro-Grupo, ao mesmo tempo, refere que terá havido
confusões porque tinha falado num local escuro e não tinha percebido as
perguntas dos jornalistas. Mas, quase ao mesmo tempo, anuncia que
deixaria a presidência do Euro- Grupo no final do corrente ano.
F)
Mais tarde, em Lisboa, o Presidente da República esclarece que Portugal
devia beneficiar das condições favoráveis concedidas á Grécia pela UE,
em matéria de comissões de empréstimos e sobretudo de alongamento de
prazos de reembolso de empréstimos da UE. E acrescenta que por
experiência própria sabia que no âmbito UE era necessária uma negociação
permanente.
G) Paulo Portas concordou de imediato com o PR revelou que o CDS ia escrever uma carta à troika.
H) De novo em Lisboa, PPC, de forma incompreensível para o cidadão
médio, tenta dizer que nada tinha pedido à UE, mas que talvez viesse a
pedir.
I) Ontem à noite e esta manhã o Presidente da Comissão
Europeia DB explicou, em entrevista exclusiva à SIC, que para Portugal
beneficiar de condições iguais às da Grécia era necessário um pedido do
governo português e que tal pedido ainda não tinha sido feito.
Duas notas da minha responsabilidade:
1) Esta história, que pode valer milhões para aliviar os encargos dos
portugueses com empréstimos, através do alongamento dos prazos de
reembolso, tornou-se uma trapalhada que tem de ser cabalmente explicada
aos portugueses pelo Executivo e pelos Deputados que o apoiam. Estes não
servem apenas para aumentar a carga fiscal das classes médias para além
da capacidade contributiva.
2) O PR, no meu entender e no quadro
das suas competências, disse o que devia ser dito, com total clareza e
no momento exacto." Carlos Moreno, 8.12.2012
Sem comentários:
Enviar um comentário