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sábado, 8 de dezembro de 2012

Milhões para aliviar os encargos dos portugueses

De: Anabela Melão
O meu amigo Carlos Moreno deixa um apontamento que transcrevo.
"O caso das condições favoráveis acordadas à Grécia pela UE e a sua aplicação a Portugal. Simplificando, com os elementos disponíveis em 8.12.2012, tendo ouvido, eu próprio, os responsáveis que a seguir menciono. Não tenho objectivos políticos. Mas quero deixar este resumo para "Memória Futura".
A) O PM e o MF anunciam, em Lisboa, que Portugal iria beneficiar de algumas condições de favor acordadas pela UE à Grécia, o que era uma boa notícia para os portugueses.
B) O Presidente do Euro-Grupo anuncia em Bruxelas que, ao abrigo do princípio da igualdade, acordado há um ano pelo euro-grupo, para os paises sob resgate, Portugal iria beneficiar automaticamente de iguais condições favoráveis decididas para a Grécia, no domínio de empréstimos concedidos.
C) AM e o seu MF dizem em Bruxelas que nada estava decidido quanto à aplicação a Portugal de benefícios concedidos à Grécia e que discordavam totalmente desse tratamento igualitário
D) PPC e VG, agora em Bruxelas, referem que Portugal não queria ser comparado á Grécia e que não iria pedir benefícios que tivessem sido concedido à Grécia. VG disse mesmo que a culpa das confusões era dos jornalistas e dos portugueses que tinham simplificado questões complexas.
E) O Presidente do Euro-Grupo, ao mesmo tempo, refere que terá havido confusões porque tinha falado num local escuro e não tinha percebido as perguntas dos jornalistas. Mas, quase ao mesmo tempo, anuncia que deixaria a presidência do Euro- Grupo no final do corrente ano.
F) Mais tarde, em Lisboa, o Presidente da República esclarece que Portugal devia beneficiar das condições favoráveis concedidas á Grécia pela UE, em matéria de comissões de empréstimos e sobretudo de alongamento de prazos de reembolso de empréstimos da UE. E acrescenta que por experiência própria sabia que no âmbito UE era necessária uma negociação permanente.
G) Paulo Portas concordou de imediato com o PR revelou que o CDS ia escrever uma carta à troika.
H) De novo em Lisboa, PPC, de forma incompreensível para o cidadão médio, tenta dizer que nada tinha pedido à UE, mas que talvez viesse a pedir.
I) Ontem à noite e esta manhã o Presidente da Comissão Europeia DB explicou, em entrevista exclusiva à SIC, que para Portugal beneficiar de condições iguais às da Grécia era necessário um pedido do governo português e que tal pedido ainda não tinha sido feito.
Duas notas da minha responsabilidade:
1) Esta história, que pode valer milhões para aliviar os encargos dos portugueses com empréstimos, através do alongamento dos prazos de reembolso, tornou-se uma trapalhada que tem de ser cabalmente explicada aos portugueses pelo Executivo e pelos Deputados que o apoiam. Estes não servem apenas para aumentar a carga fiscal das classes médias para além da capacidade contributiva.
2) O PR, no meu entender e no quadro das suas competências, disse o que devia ser dito, com total clareza e no momento exacto." Carlos Moreno, 8.12.2012

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