Por: Antonieta Dias (*)
A dieta
deve ser sempre instituída e orientada por especialista (médico ou
nutricionista), que fará a adaptação personalizada, mais ou menos restritiva
conforme as necessidades particulares da pessoa a que se destina.
As
dietas devem ser sempre prescritas, tendo por base uma avaliação nutricional
correta, para não provocar deficiências calórico-proteicas, nem distúrbios
metabólicos.
Comer
bem, é respeitar os factores essenciais do equilíbrio alimentar, para impedir
excessos de peso ou restrições de substâncias imprescindíveis ao
desenvolvimento de uma vida saudável.
Existem
diversos esquemas de dietas, com base nos objectivos específicos a que se
destinam.
Um dos
maiores flagelos da população dos países industrializados é a obesidade, que
resulta de um excessivo aporte de nutrientes, que desestabilizam o perfil
biológico da pessoa.
Associado
a este distúrbio vem quase sempre a elevação do colesterol, que agravam os
factores de risco, que podem ser mais ou menos graves, conforme o perfil
lipídico e o grau de obesidade existente.
Quando
se constata que o colesterol está elevado, podendo ou não estar associado à
elevação dos triglicerídeos, devemos instituir uma dieta que inclua frutos
oleaginosos, ricos em gorduras monoinsaturadas e vitamina E. Os alimentos que
se recomendam são: a soja (a proteína de soja diminui o colesterol em 5 a 6%,
alternativa à carne, ao peixe e ao leite), as ervilhas, o feijão, as lentilhas,
a maçã e a aveia, ricos em fibras solúveis, que associados aos líquidos do
estômago, levam à formação de um gel, que se vai ligar ao colesterol(no
intestino), absorvendo-o e removendo-o do organismo através do bloqueio parcial
da sua absorção, acabando por elimina-lo pelas fezes.
Nesta
dieta, não podemos esquecer os frutos oleaginosos (nozes, amêndoas), os óleos
vegetais, os cereais integrais e os vegetais.
Outros
alimentos que devem fazer parte desta dieta(colesterol), são os produtos ricos
em ômega 3(beringelas, feijão branco, limão, farinha e salmão), que para além
de diminuírem as gorduras nocivas, têm uma tripla função: anti-inflamatória,
anti-oxidante e facilitadora do metabolismo das gorduras.
Nestes
doentes é essencial que se evitem os alimentos ricos em gordura (fritos), que
se reduza a ingestão de massas, doces, alimentos de conserva, vísceras, camarão
e bebidas alcoólicas.
Se
estamos perante um doente que padece de doença de crhon, devemos aconselhar os
alimentos que melhor se adequam a esta patologia, nos quais se incluem: a
cenoura, o espinafre, o agrião, as carnes magras, a gelatina, a sardinha, o
atum, o salmão, a banana, a maçã, a batata, o arroz, o puré, o ovo cozido, os legumes
cozidos e o óleo de peixe.
Estes
doentes terão de excluir da sua dieta, o iogurte, a carne de porco, o
chocolate, as verduras cruas, a pêra, as ameixas, a banana, a laranja, a aveia,
o queijo, o leite, os doces com massa folhada, o creme de leite, o mel, os
fritos, a manteiga, os gratinados, a carne gordurosa, a maionese e os biscoitos
amanteigados.
Os
pacientes com divertículos devem ter uma dieta rica em fibras. Nos episódios de
agudização, isto é quando surge uma diverticulite, devem fazer uma dieta
líquida(durante 3 dias), rica em sumos de frutas naturais (batidos com leite
desnatado) e sempre acompanhada de sopa(batata, abóbora, beterraba, lentilhas,
espinafre, couve, cenoura, mandioca) nas duas refeições principais.
A dieta
rica em fibras deve ser evitada no episódio da diverticulite.
Quando
o processo inflamatório(diverticulite) regride, deve-se passar a uma dieta
pastosa, podendo aqui já incluir-se o frango desfiado.
Por
fim, quando as dores abdominais desaparecerem, o paciente retomará a sua dieta
habitual, na qual se incluem os alimentos integrais e a dieta rica em fibras.
Nas
dietas dos doentes hipertensos, inclui a redução de sal, de alimentos muito
condimentados e de todos os alimentos ricos em sódio, nos quais se incluem o
presunto, as salsichas e os fumados.
Recomenda-se
como a melhor dieta para o coração, a dieta hipossalina, que exclui os
alimentos congelados, industrializados e ricos em gordura designadamente
gordura hidrogenada, dando preferência à ingestão de sumos naturais, com
inclusão de legumes(diariamente), carnes de aves sem pele (carne magra) e
peixe.
Se
estamos perante um doente que sofre de obstipação, devemos aconselhar o sumo de
espinafre e de cenoura associado a alimentos ricos em fibras, legumes, aumentar
a ingestão de líquidos de preferência muito quentes ou muito frios.
Sempre
que possível estes pacientes devem comer as frutas com casca, desde que não
tenham sido tratadas com insecticidas e a sua base alimentar deve incluir o
perú, o frango, o coelho, o peixe, os cereais, as frutas secas e o azeite.
Nestes
doentes estão contra-indicadas as conservas, a banana, o vinho, o limão, a
cebola, o leite condensado, os biscoitos, o presunto e as frutas em calda.
Em
suma, toda a dieta deve ser individualizada, adaptada à pessoa e à patologia
(quando existir) sem contudo, esquecer que o exercício físico e o combate ao
sedentarismo são medidas complemenatares quando se pretende investir em estilos
de vida saudável.
Importa,
ainda referir, a necessidade de utilizar medicamentos, sempre que o doente
padece de uma patologia, cuja dieta e exercício físico é insuficiente para a
tratar.
(*) Doutorada em medicina
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