GOVERNO: Todos descontentes
OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS
Esperei até hoje para comentar o pacote de austeridade na expectativa que hoje
o Primeiro Ministro pudesse ter aproveitado a moção de censura para nos
explicar minimamente o fundamento deste novo aumento brutal de impostos e
proporcionar aos portugueses alguma esperança em dias melhores a fim de os
mobilizar para o combate à crise. Em vão... Nada disse de relevante!
Não consigo perceber como é que estas novas medidas, à semelhança das
anteriores no mesmo sentido, não vão acentuar os efeitos perversos do aumento
de impostos sobre o consumo e, consequentemente, provocar a quebra das receitas
fiscais, o agravamento da recessão e do desemprego, o alastramento da economia
paralela e da fuga aos impostos.
Não vejo como é que se pode considerar que se repõe satisfatoriamente a
equidade entre as trabalhadores do sector público, por um lado, os funcionários
públicos e os pensionistas, por outro lado.
Não compreendo a justificação para não se precisar minimamente os
anunciados cortes nas despesas do Estado, que ficam cada vez mais distantes dos
2/3 do total das medidas de consolidação orçamental.
Não entendo que se omitam medidas de incentivo ao crescimento, de apoio às
empresas e de combate ao desemprego.
Não aceito e tudo farei para denunciar esta estratégia suicida e, muito
especialmente, o escândalo dos escândalos: a eliminação da "cláusula de
salvaguarda" do IMI, matéria da maior delicadeza e gravidade, à qual
voltarei amanhã.
A consolidação das contas públicas é um imperativo e não se consegue sem
austeridade, mas estou frontalmente contra estas medidas e em desacordo
profundo com a posição seguidista do Partido que tenho apoiado desde há 38 anos
e ajudei a fundar e a implantar em todo o País.
Sem comentários:
Enviar um comentário