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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

GOVERNO: Todos descontentes



 OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS
Esperei até hoje para comentar o pacote de austeridade na expectativa que hoje o Primeiro Ministro pudesse ter aproveitado a moção de censura para nos explicar minimamente o fundamento deste novo aumento brutal de impostos e proporcionar aos portugueses alguma esperança em dias melhores a fim de os mobilizar para o combate à crise. Em vão... Nada disse de relevante!
Não consigo perceber como é que estas novas medidas, à semelhança das anteriores no mesmo sentido, não vão acentuar os efeitos perversos do aumento de impostos sobre o consumo e, consequentemente, provocar a quebra das receitas fiscais, o agravamento da recessão e do desemprego, o alastramento da economia paralela e da fuga aos impostos.
Não vejo como é que se pode considerar que se repõe satisfatoriamente a equidade entre as trabalhadores do sector público, por um lado, os funcionários públicos e os pensionistas, por outro lado.
Não compreendo a justificação para não se precisar minimamente os anunciados cortes nas despesas do Estado, que ficam cada vez mais distantes dos 2/3 do total das medidas de consolidação orçamental.
Não entendo que se omitam medidas de incentivo ao crescimento, de apoio às empresas e de combate ao desemprego.
Não aceito e tudo farei para denunciar esta estratégia suicida e, muito especialmente, o escândalo dos escândalos: a eliminação da "cláusula de salvaguarda" do IMI, matéria da maior delicadeza e gravidade, à qual voltarei amanhã.
A consolidação das contas públicas é um imperativo e não se consegue sem austeridade, mas estou frontalmente contra estas medidas e em desacordo profundo com a posição seguidista do Partido que tenho apoiado desde há 38 anos e ajudei a fundar e a implantar em todo o País.
 
De : António d'Orey Capucho

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