Deixem-me
dizer-lhes que eu próprio não confio mais em políticos e tenho para mim
que bem lá no fundo o seu modo de atuar é todo igual, ou seja, eles
lêem todos na mesma cartilha. As ideias e os fins esses sim é que podem
ser bem diferentes.
Vem isto a propósito de pelo menos dois comentaristas terem sugerido a ideia que alguém faça sentar à mesma mesa um grupo de alpiarcenses de prestígio que estariam desiludidos com a política local e então liderados por um hipotético candidato a presidente de câmara, esbateriam as suas diferenças de opinião, escolheriam quem seriam os candidatos a cada lista e proporiam aos eleitores um programa eleitoral válido, credível, sem promessas vãs e em que finalmente os alpiarcenses acreditassem.
Claro que todos sabemos que essa ideia não é nova. Muitos concelhos deste país já viram candidatos partidários perderem para listas de independentes. Mas isso acontece com mais frequência quando um certo candidato perde a confiança de seu partido e então ele próprio ciente de que o povo está consigo resolve juntar um grupo de apoiantes que concorrem às eleições. Umas vezes ganham, outras perdem. Mas obviamente há casos de sucesso!
Ora o que sei aqui de Alpiarça é que ninguém perdeu a confiança política do seu partido. O próprio Dr. Mário Santiago em entrevista a este jornal não sabe ainda se vai ser convidado pela CDU ou não, embora provavelmente não vá aceitar, caso venha a ser convidado. Mas o Dr. Mário Santiago não é presidente de câmara, é presidente de assembleia. Estaria ele disposto a liderar uma lista de independentes para concorrerem contra a CDU e contra o PS? Isso só ele poderá saber.
Outra situação que sinceramente não estou acreditando é que os tais "notáveis" que nestes anos de poder local democrático se terão destacado na política alpiarcense sejam capazes de se juntarem uns com os outros para concorrerem contra as forças políticas que antes os elegeram. Acham mesmo que por exemplo a Dr.ª Regina Ferreira ou o Dr. José João Pais iriam integrar uma lista de independentes para concorrer contra o PS, onde estariam pessoas suas amigas a concorrer? Me parece pouco provável. Falando do PCP isso é uma coisa completamente impensável. Seria necessária uma rutura muito grande com o PC para que alguns notáveis desse partido se juntassem com outros do PS para formarem listas.
Podem sempre dizer: formem uma lista de verdadeiros independentes que não estejam filiados em nenhum partido. Isso para mim é utopia. Alpiarça é uma terra muito pequena onde todos se conhecem e onde as pessoas ou votam PS ou votam CDU e não vão formar qualquer movimento contra os partidos com quem simpatizam.
E ainda há outra coisa. Acham que o atual presidente de câmara tem gerado anti-corpos suficientes para que alguém pense dentro da área do PCP/CDU concorrer contra ele? E na área do PS acham possível aparecer uma lista de independentes para concorrer contra o PS? O próprio Alpiarça é a Razão não é ele por si só um movimento que conta na sua génese com muitos independentes?
Do que conheço de Alpiarça, vejo a concorrer os mesmos partidos e as mesmas pessoas. Umas vezes nuns lugares, outras vezes noutros. E não será ainda dentro de um ano que as coisas mudarão por aqui.
Por Hugo Caipira
Vem isto a propósito de pelo menos dois comentaristas terem sugerido a ideia que alguém faça sentar à mesma mesa um grupo de alpiarcenses de prestígio que estariam desiludidos com a política local e então liderados por um hipotético candidato a presidente de câmara, esbateriam as suas diferenças de opinião, escolheriam quem seriam os candidatos a cada lista e proporiam aos eleitores um programa eleitoral válido, credível, sem promessas vãs e em que finalmente os alpiarcenses acreditassem.
Claro que todos sabemos que essa ideia não é nova. Muitos concelhos deste país já viram candidatos partidários perderem para listas de independentes. Mas isso acontece com mais frequência quando um certo candidato perde a confiança de seu partido e então ele próprio ciente de que o povo está consigo resolve juntar um grupo de apoiantes que concorrem às eleições. Umas vezes ganham, outras perdem. Mas obviamente há casos de sucesso!
Ora o que sei aqui de Alpiarça é que ninguém perdeu a confiança política do seu partido. O próprio Dr. Mário Santiago em entrevista a este jornal não sabe ainda se vai ser convidado pela CDU ou não, embora provavelmente não vá aceitar, caso venha a ser convidado. Mas o Dr. Mário Santiago não é presidente de câmara, é presidente de assembleia. Estaria ele disposto a liderar uma lista de independentes para concorrerem contra a CDU e contra o PS? Isso só ele poderá saber.
Outra situação que sinceramente não estou acreditando é que os tais "notáveis" que nestes anos de poder local democrático se terão destacado na política alpiarcense sejam capazes de se juntarem uns com os outros para concorrerem contra as forças políticas que antes os elegeram. Acham mesmo que por exemplo a Dr.ª Regina Ferreira ou o Dr. José João Pais iriam integrar uma lista de independentes para concorrer contra o PS, onde estariam pessoas suas amigas a concorrer? Me parece pouco provável. Falando do PCP isso é uma coisa completamente impensável. Seria necessária uma rutura muito grande com o PC para que alguns notáveis desse partido se juntassem com outros do PS para formarem listas.
Podem sempre dizer: formem uma lista de verdadeiros independentes que não estejam filiados em nenhum partido. Isso para mim é utopia. Alpiarça é uma terra muito pequena onde todos se conhecem e onde as pessoas ou votam PS ou votam CDU e não vão formar qualquer movimento contra os partidos com quem simpatizam.
E ainda há outra coisa. Acham que o atual presidente de câmara tem gerado anti-corpos suficientes para que alguém pense dentro da área do PCP/CDU concorrer contra ele? E na área do PS acham possível aparecer uma lista de independentes para concorrer contra o PS? O próprio Alpiarça é a Razão não é ele por si só um movimento que conta na sua génese com muitos independentes?
Do que conheço de Alpiarça, vejo a concorrer os mesmos partidos e as mesmas pessoas. Umas vezes nuns lugares, outras vezes noutros. E não será ainda dentro de um ano que as coisas mudarão por aqui.
4 comentários:
Artigo simplesmente notável. Afinal quem está de fora vê bem melhor do que quem está jogando.
Vê melhor, ou serve melhor os interesses dos que estão por dentro?
O que me parece é que começa a haver uma "parga" de politiqueiros que se sentem incomodados com o tema.
Dizer, e defender que uma lista apresentada por pessoas livres de amarras partidárias não é a melhor solução é assumir que desde 1974 Alpiarça tem sido governada por políticos que quiseram o melhor para Alpiarça.
Por mim, foram dois bandos que defenderam APENAS os seus.
De um lado as cooperativas falidas, sindicalistas preguiçosos, gente alérgica ao trabalho e a contestação constante em detrimento da construção de empresas que gerassem postos de trabalho.
Do outro, umas famílias novo-riquistas de Alpiarça, os manteigueiros (adorei esta expressão) que os apoiaram e as negociatas com empresas que trabalham muito com esquadro e compasso.
Se acham que tem estado tudo bem e que o futuro que nos interessa é o ditado pelos caciques partidários, continuem a votar nos mesmos.
Por mim, se não aparecer uma lista de candidatos independentes credíveis, não espero perder 15 minutos do meu fim de semana a votar.
Já me habituei a ser governado pelos votos dos eleitores "pimbas".
Acho que consigo aguentar mais quatro anos...
O problema do comentário do Hugo Caipira é que continua a olhar para a política como se clubes de futebol se tratassem.
Os nossos contra os outros.
Se eventualmente aparecer uma lista de candidatos independentes não significa que estejam necessariamente contra ninguém.
Os partidos alternantes do poder Alpiarcense podem entender isso assim, e é expectável à luz do passado partidário.
O entendimento deve ser diferente.
É um grupo de pessoas que se apresenta sob uma proposta de programa para cumprir, independentemente se o PS ou o PCP gostam ou dão o seu acordo.
O que pode esperar o povo?
Transparência! Não são adjudicadas obras à empresa A, B, Y ou Z apenas porque são amigas do partido.
Não se faz a obra X porque faz parte da estratégia política do partido.
Não se rejeitam boas iniciativas apenas porque não é o partido XPTO que propõe.
Ser independente é isso! É não ter de engolir sapos impostos por caciques partidários.
É poder governar o município para beneficiar TODA ou a MAIOR PARTE da população.
Concorrer integrado numa lista de independentes não significa que os ex-correlegionários tenham de ser considerados inimigos.
Significa apenas que a única dependência que têm é com o programa que apresentaram e com o eleitorado que se reviu no mesmo.
É a forma de fazer política correctamente.
1º Ponto...Sou a favor de uma lista de independentes
..assim começo o meu texto, para situarem o que penso sobre as eleições autárquicas...
..creio existirem pessoas de Alpiarça, sem filiação partidária, o que não significa menor capacidade de intervenção na vida publica, porque alguns já noutras alturas deram mostras dessas mesmas capacidades, serem capazes de dirigirem a nossa Câmara sem o peso ideológico dos partidos, porque por mais equidistante que um edil partidário queira estar da sua direcção partidária, não o consegue porque as pressões são mais que muitas...
..no entanto coloco outra hipótese..e porque não uma coligação CDU/PS...se na capital do Pais já foi possível num combate a direita, porque não para um combate aos graves problemas com que vive a nossa Câmara? Afinal muitos dos problemas até foram originados pela actuação dos dois partidos...ou será que só em Alpiarça é que não é possível as pessoas sentarem-se a uma mesa e conversarem aberta e francamente sobre os problemas...seremos assim tão radicais que amigos de bancos de escola, familiares, vizinhos, etc...não conseguem conversar?
...deixo este pensamento..obrigado...Simplesmente Eu
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