Desde 1943, estava o país em plena ditadura liderada por António Oliveira
Salazar, que a economia portuguesa não regista um excedente comercial. O longo
de período de 69 anos será finalmente interrompido este ano, indicou hoje o
Banco de Portugal (BdP), com recurso a séries estatísticas longas coligidas pelo
INE.
As projeções do boletim económico de verão mostram que Portugal terá um
excedente comercial de 0,4% do PIB este ano (isto é, as exportações de bens e
serviços vão superar o valor das importações em cerca de 680 milhões de euros).
No próximo ano, o saldo sairá ainda mais reforçando, devendo chegar aos 2,5% do
PIB, prevê o banco central.
O BdP refere que "de acordo com as Estatísticas Históricas publicadas pelo
INE em 2001, o último excedente comercial ocorreu em 1943, tendo-se registado
excedentes também em 1941 e 1942".
Recorde-se que durante estes anos, em plena II Guerra Mundial, a economia
portuguesa, sobretudo o lado exportador, beneficiou do esforço de guerra de
vários países do Eixo (Alemanha, Itália, Espanha), tendo facturado com a venda
de minerais (volfrâmio, por exemplo) e de alimentos (conservas, cereais). Apesar
de neutral, Portugal, uma ditadura de inspiração fascista, sempre foi amigo
dessas nações.
Apesar da crescente incerteza que paira atualmente sobre as exportações, é de
esperar que Portugal seja comercialmente excedentário face ao exterior um ano
antes do previsto, seja em termos de previsões do BdP, seja face às últimas
projeções do Governo enviadas para Bruxelas em maio. Esta dinâmica contribui
positivamente para atenuar a pesada recessão de 3% esperada para este ano e a
estagnação (0%) de 2013.
«Dinheiro Vivo»
1 comentário:
Para quem diz que alguns colaboradores do Jornal Alpiarcense exageram nas críticas aos políticos, deixamos aqui a voz de quem foi responsável pelo pelouro do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto, ao lado de Rui Rio.
Um pouco longo mas, vale a pena ver e ouvir.
Cada um que tire as ilações que melhor entender:
http://videos.sapo.pt/kzZH4Ua8qCjuDPNQkL9a
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