A nosso ver, esta manifestação levada a efeito para vaiar o professor Cavaco
Silva que, por vontade da maioria, é Presidente da República Portuguesa, não
faz muito sentido nesta altura.
E não faz muito sentido porque, em nossa opinião, é dar demasiada importância a
um homem que por acaso é Presidente da República. E só deve merecer respeito
enquanto Presidente da República de Portugal. Como homem, depois de todas as
peripécias em que participou directa ou indirectamente ao longo da sua carreira
política, sendo por demais conhecidas (e reconhecidas) da opinião pública (caso
do ordenado que também não lhe dá para as despesas, etc.) são de uma falta de
caracter tal que nos recusamos a comentar.
Lamentamos, isso sim, que a maioria dos portugueses responsáveis pela sua recondução
no mais alto cargo da Nação, tenha uma memória tão curta e um sentimento de
perdão tão "anjinho" que admita tamanha afronta à sua dignidade e
honradez.
Que autoridade moral terá um cidadão que ocupa o lugar mais alto da nossa
magistratura para dizer que os jovens devem voltar à agricultura, às pescas ao
empreendedorismo quando foi este cidadão, enquanto político com
responsabilidades governativas, que ajudou a destruir todos estes sectores do
nosso sistema produtivo?
Não podemos ser "anjinhos" a vida toda. Está em causa a nossa
sobrevivência e sobretudo a sobrevivência dos nossos filhos e netos.
Um dia, seremos julgados por isso. Como "anjinhos"... serenos, dóceis
e incompetentes.
As medalhas que teremos para distribuir, serão apenas as de: "Campeões do
Calote"!
Por: Xico Frade
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4 comentários:
Mais um excelente texto do colaborador deste jornal Francisco Frade. Acrescentaria apenas mais uma medalha que é a de " Mérito da Vigarice". A começar pelas habilitações académicas e negócios dos nossos políticos perece até ser bem instituída.
Estou plenamente de acordo. O Presidente da República deve ser respeitado enquanto tal. Quanto ao homem e cidadão Cavaco Silva já tenho sérias reservas quanto a isso. O seu rol de culpas no estado miserável em que nos encontramos não deixa muita margem para dúvidas. A culpa será naturalmente de todos os políticos que conduziram o país nos últimos 30 anos. Não obstante, aqueles que ainda estão no activo descartam as responsabilidades da presente situação como se não tivessem nada a ver com isso. A culpa é e foi sempre dos outros.
É preciso ter descaramento!...
Ana Borges
Falam falam mas isto ainda não está assim tão mau. Quando estiver mesmo mau,ninguém terá o previlégio de falar ou escrever o que lhe dá na real gana, mesmo que se limite a relatar factos. Vai de cana e nem sequer terá direito a julgamento. E pelo rumo que as coisas estão a tomar, já não faltará muito tempo.
Podem tomar nota.
O cidadão que dá este palpite é o mesmo que disse há quatro ou cinco anos que os subsídios de férias e décimo terceiro mês iriam desaparecer. Na altura muita gente riu e e achou que o tipo era maluco. Hoje, maluco é quem achava que isso era impossível.
Este tema das medalhas me fez-me recordar que eu como operário ao fim de trinta e tal de serviço no privado tive direito a uma "medalha de cortiça", ou seja, o desemprego.
Enquanto na nossa Câmara Municipal todos os funcionários (bons ou maus)são medalhados pelos anos de serviço independentemente das diferenças de prestação de serviço ao longo dos anos.
Julgo que é tempo de acabar com esta palhaçada!
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