A decisão do governo grego de referendar o plano de resgate determinado pelos seus parceiros europeus parece um suicídio político. As sondagens revelam que os gregos estão com vontade de se suicidarem financeiramente. Os políticos por toda a Europa com as suas hesitações e más decisões mais não fazem do que dar uma morte assistida à zona Euro, o que vai dar ao mesmo que um suicídio.
São tão fraquinhos os senhores que decidem a nossa vida por essa Europa fora que a ideia de uma anarquia generalizada ganha adeptos. É o suicídio perfeito. Um suicídio colectivo em que a velha Europa, senhora de exemplar riqueza de fazer inveja pelo mundo fora, anda agora decrépita a passear nos dedos os anéis que já sabe que vai ter de vender.
A vingança dos gregos, se fosse um filme e não a realidade que vivemos, era aliás merecedora de um Óscar para o melhor argumento. Eles portaram-se mal, gastaram o que não tinham e aldrabaram as contas, mas como o castigo que lhes foi aplicado foi claramente desproporcional, agora avançam em direcção ao abismo levando com eles quem lhes lançou a corda.
No meio de tanto pessimismo, sobra a certeza de que tem de haver um fundo onde batendo a Europa só pode voltar para cima. Até lá, para além de trabalhar muito, só nos resta rezar aos deuses de todas as religiões na esperança de que eles convençam os europeus a parar com esta ideia de suicídio. Estou a chegar ao meio século de existência e nunca vi tanta descrença, mas também sei que já vivemos guerras às quais soubemos sobreviver, crises profundas que transformámos em tempos de bonança. A velha civilização europeia precisa de acreditar que o Homem é uma espécie em constante evolução. Os optimistas têm sempre melhores ideias. E é disso que precisamos, de boas ideias que nos façam esquecer esta ideia de suicídio colectivo
«Dinheiro Vivo»
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