Hoje, enquanto viajava, pela madrugada, ouvi uma entrevista de um economista numa rádio nacional. Argumentava o mesmo: «A crise que o país tem vindo a atravessar tem origem nas empresas públicas porque são as maiores gastadoras do erário público onde ninguém controla ninguém e é desbaratado milhões de euros sem serem responsabilizados os respectivos administradores».
Afirmava ainda o mesmo: «Nada tenho contra estas empresas públicas mas sim contra os gestores e directores públicos que são colocados nestas empresas não por mérito próprio ou capacidade profissional mas por militância politica» para com o governo da altura.
A nomeação destes gestores mais não é do que uma «recompensa do partido» que os contempla com cargos de «administradores com um enorme poder decisório» mas pela sua «falta de competência ou de qualquer mérito» contribuíram ao longo destes anos de democracia para a «crise que o país atravessa».
Estou plenamente de acordo com as palavras deste homem que entende que a «politica não deve servir de sustento para esta cambada de mandriões (palavras do entrevistado)».
No seu entender a «politica é uma arte nobre» e apenas deveria ser exercida por quem tivesse mérito quer pelo seu passado político quer pelas suas capacidades profissionais».
Noutras palavras a politica está cheia de “Boys” e de parasitas que ao longo dos anos fizeram com que Portugal se encontre numa situação deplorável ao ponto de sermos “achincalhados” por outros países, como o caso da Alemanha onde a chanceler, Angela Merkel, se dá ao luxo de interferir e “exigir” que a «unificação da idade da reforma e dos períodos de férias na União Europeia, (criticando os sistemas vigentes na Grécia, Espanha e Portugal) deve ser igual para todos porque «não se trata só de não contrair dívidas, em países em que as pessoas não devem poder ir para a reforma mais cedo do que na Alemanha». «Todos temos de fazer um esforço porque não podemos ter a mesmo moeda, e uns terem muitas férias e outros poucas» adiantou.
Termos que ouvir e aceitar estas exigências!
Para nós portugueses é simplesmente humilhante!
Por causa destes “ Boys” estamos agora a pagar pela sua incapacidade e inércia. “Rapazes” que não são molestados pelo que fizeram e originaram.
Talvez tenha razão o entrevistado quando disse: «se as pessoas fossem para os cargos por “mérito próprio”» hoje poderíamos estarmos a rir de quem se ri de nós e não teríamos que ouvir as imposições vindas da Alemanha.
Mas mesmo assim há quem não tenha decoro ou respeito pelo dinheiro do erário público para continuar a admitir “Boys” que de «mérito» nada tem.
Por: António Centeio
2 comentários:
Concordo inteiramente com o seu artigo.
Como cidadão e contribuinte manifestei o meu repúdio pela recente contratação
do Sr. Celestino Brasileiro.
Podem dizer-me que é legal. Podem dizer-me que todos o fazem. Podem ainda dizer-me que é absolutamente necessário.
Para mim, que não sou refém de qualquer partido, não existem "boys" bons e "boys" maus. Boys são boys, e todos subvertem na sua admissão os critérios de curriculum, competência, política de transparência.
São simplesmente BOYS (ou GIRLS) e o único critério para a sua admissão é porque a sua contratação obedece apenas a critérios partidários.
Numa altura em que jovens licenciados, alguns altamente competentes, ganham 500/600 euros por 12, 14 horas de trabalho, não consigo compreender como os próprios apoiantes dos partidos conseguem admitir isto.
A maioria do povo português ainda vê o Estado como uma entidade abstracta, que nada em dinheiro e que tem a obrigação de ser o "paizinho e a mãezinha" dos cidadãos.
O Estado pode dizer-se que é, ou pelo menos devia ser, uma cooperativa em que os contribuintes depositam os seus rendimentos para serem aplicados no bem comum.
Como retorno, os "dirigentes dessa cooperativa" deviam zelar para que as condições dos seus cooperantes fossem as melhores possíveis.
E, é aí que começa o problema. Podemos contratar muitos quadros directivos, muitos administrativos, ter uma sede muito bonita. Mas se usarmos o dinheiro nessas contratações, faltará na compra de tractores, em sementes, em adubos, em pivots de rega.
Não havendo produção, não haverá hipotese de pagar a água, a luz, o gaz, os ordenados dos cooperantes, e desenvolver a cooperativa.
Foi ai que chegamos! Como o dinheiro é limitado, usamos o pouco que tínhamos para pagar ordenados em vez de investir na produção.
Por isso, o nosso futuro é negro!
Se extrapolarmos este exemplo para a C.M.A de Alpiarça, concluiremos que o serviço que essa "cooperativa" devia desenvolver está posto em causa.
Gastamos os recursos em gente administrativa e dirigente, em vez de aplicar no desenvolvimento da autarquia.
O objectivo de uma autarquia não é a tal cooperativa agrícola que serviu de exemplo ao texto, mas a melhoria das condições de vida dos seus municipes.
É fácil verificar que por cada admissão dispensável, faltará dinheiro para desenvolver a produção (obras, apoios sociais,cultura, desporto, apoio aos jovens e à 3ª idade).
Independentemente dos partidos, quando teremos uma C.M.A. com uma estrutura leve e dinâmica que não gaste a maioria dos recursos em vencimentos?
Quando isso acontecer, acredito que os beneficiados não serão a CDU, PS, PSD, CDS, mas os munícipes e o concelho.
Mas pensam que o "Marito" se deixou embrulhar nestas historias?
AH AH AH
Ele sabia de tudo e participou na escolha do seu secretario. E se pensam que foi pela competencia, desenganem-se.
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