«Foi no concelho de Rio Maior, mais concretamente na Marmeleira, que Octávio Pato, um dos mais destacados resistentes antifascistas portugueses, encontrou abrigo quando teve que passar à clandestinidade, para escapar à perseguição que lhe era movida pela polícia secreta de Salazar, a PIDE. Isto em Setembro de 1945.
Natural de Vila Franca de Xira, Octávio Pato tinha 16 anos de idade quando aderiu ao único partido que se mantinha activo na oposição à ditadura, o Partido Comunista Português. Fê-lo por intermédio de um irmão mais velho – que mais tarde seria assassinado pela PIDE. Estava-se em 1941, na fase inicial da 2ª Guerra Mundial, quando parecia que o fascismo ia conquistar o mundo. O jovem Octávio destacou-se na organização de uma greve que confrontou a ditadura em Maio de 1944, com a participação de dezenas de milhar de trabalhadores, nos concelhos de Lisboa, Loures, Vila Franca de Xira, Alenquer, Benavente e Arruda dos Vinhos.
A importância dessa greve, promovida pelo PCP, é reconhecida pelo historiador José Pacheco Pereira, que a descreve como “um momento único de simbiose entre uma organização política e uma parte importante dos operários da zona industrial e camponesa envolvente de Lisboa”.
Recorde-se que a oposição e o direito à greve tinham sido proibidos pelo regime de Salazar. Este respondeu à greve prendendo centenas de pessoas. À falta de espaço nas prisões, encheu as praças de touros de Vila Franca de Xira e do Campo Pequeno, em Lisboa, com mais de mil grevistas presos.
Com a derrota dos fascismos alemão e italiano na segunda guerra mundial, a sobrevivência do regime fascista português pareceu algo incerta durante algum tempo. Nesse período, Salazar, encenou algumas mudanças para manter o poder, e abrandou um pouco a repressão, permitindo à oposição, nas palavras de Octávio Pato, “certas possibilidades legais e semilegais”.
Nessa fase, o PCP impulsionou uma organização unitária semilegal de jovens antifascistas, o MUD Juvenil. Foi seguramente uma das maiores organizações políticas de juventude que já existiram em Portugal. Em 1947 terá chegado a contar cerca de 20 mil aderentes. Antes de soçobrar debaixo de uma renovada repressão salazarista.
Participaram no MUD Juvenil artistas como o pintor Júlio Pomar ou o escultor José Dias Coelho (mais tarde assassinado pela PIDE), futuros dirigentes do PCP como Carlos Brito ou Domingos Abrantes, futuros fundadores do PS como Mário Soares e Francisco Salgado Zenha, futuros líderes africanos como Amílcar Cabral ou Agostinho Neto.»
Por Luís Carvalho/RRM
Natural de Vila Franca de Xira, Octávio Pato tinha 16 anos de idade quando aderiu ao único partido que se mantinha activo na oposição à ditadura, o Partido Comunista Português. Fê-lo por intermédio de um irmão mais velho – que mais tarde seria assassinado pela PIDE. Estava-se em 1941, na fase inicial da 2ª Guerra Mundial, quando parecia que o fascismo ia conquistar o mundo. O jovem Octávio destacou-se na organização de uma greve que confrontou a ditadura em Maio de 1944, com a participação de dezenas de milhar de trabalhadores, nos concelhos de Lisboa, Loures, Vila Franca de Xira, Alenquer, Benavente e Arruda dos Vinhos.
A importância dessa greve, promovida pelo PCP, é reconhecida pelo historiador José Pacheco Pereira, que a descreve como “um momento único de simbiose entre uma organização política e uma parte importante dos operários da zona industrial e camponesa envolvente de Lisboa”.
Recorde-se que a oposição e o direito à greve tinham sido proibidos pelo regime de Salazar. Este respondeu à greve prendendo centenas de pessoas. À falta de espaço nas prisões, encheu as praças de touros de Vila Franca de Xira e do Campo Pequeno, em Lisboa, com mais de mil grevistas presos.
Com a derrota dos fascismos alemão e italiano na segunda guerra mundial, a sobrevivência do regime fascista português pareceu algo incerta durante algum tempo. Nesse período, Salazar, encenou algumas mudanças para manter o poder, e abrandou um pouco a repressão, permitindo à oposição, nas palavras de Octávio Pato, “certas possibilidades legais e semilegais”.
Nessa fase, o PCP impulsionou uma organização unitária semilegal de jovens antifascistas, o MUD Juvenil. Foi seguramente uma das maiores organizações políticas de juventude que já existiram em Portugal. Em 1947 terá chegado a contar cerca de 20 mil aderentes. Antes de soçobrar debaixo de uma renovada repressão salazarista.
Participaram no MUD Juvenil artistas como o pintor Júlio Pomar ou o escultor José Dias Coelho (mais tarde assassinado pela PIDE), futuros dirigentes do PCP como Carlos Brito ou Domingos Abrantes, futuros fundadores do PS como Mário Soares e Francisco Salgado Zenha, futuros líderes africanos como Amílcar Cabral ou Agostinho Neto.»
Por Luís Carvalho/RRM
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