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sábado, 20 de fevereiro de 2010

ASSEMBLEIA MUNICIPAL APROVA ORDEM DE TRABALHOS

A Assembleia Municipal levou a efeito, ontem, sexta-feira, no Auditório da Câmara Municipal mais uma Sessão Ordinária onde foi aprovada a sua “ordem de Trabalhos” constituída por sete pontos.
Com a “sala cheia”, antes da discussão e aprovação dos respectivos pontos foram discutidos alguns assuntos de interesse, destacando-se: o tema de atribuições de medalhas para alguns alpiarcenses que se dedicaram à causa da liberdade e da democracia a fim se serem entregues nas próximas comemorações do “25 de Abril”. De todos os nomes apresentados a opinião do deputado do PSD João Brito não foi tomada em atenção, nomeadamente a atribuição de uma medalha em nome de “Dr. Raul José das Neves”
João Brito bem argumentou o que este homem «fez desinteressadamente em prol dos desfavorecidos» como tudo o que «fez por Alpiarça» mas a bancada da CDU por «unanimidade» recusou a proposta de Brito por entender que o Dr. Neves teve ligações com o passado.
Mereceu alguma discussão o Ponto 1 (Informação escrita apresentada pelo presidente da Câmara acerca da actividade do Município e da sua situação financeira). O assunto “Dívidas da Câmara” mereceu forte censura por parte da bancada da CDU e PSD onde ficou bem explicito que o anterior executivo socialista foi um “Caloteiro”. A bancada socialista praticamente não se pronunciou esta ridicularização que em nada dignifica Rosa do Céu e Vanda Nunes.
O Ponto 2: eleição de representantes da Assembleia Municipal no Conselho Municipal de Segurança elegeu para representantes: Rui Oliveira, Vítor Lopes e Celestino Brasileiro pela CDU; Celso Braz e Sónia Raposo pelo PS e Júlio Gameiro pelo PSD.
O Ponto 3: Eleição de um representante da Assembleia Municipal na Comissão Municipal de Instalação ou Modificação de Estabelecimentos de Comércio a Retalho e de Comércio por Grosso) foi proposto e aceite o nome de Paula Matias.
O Ponto 4: Eleição de representante da Assembleia Municipal na Comissão de Acompanhamento da Revisão do PDM de Alpiarça, conta com Inês Pimenta D’Aguiar.
O Ponto 5: Apreciação e votação do Empréstimo a Longo Prazo de 267.334,14 € não mereceu qualquer discussão e foi aprovado por unanimidade.
O Ponto 6: Apreciação e votação de um pedido de utilização do “Brasão da Vila de Alpiarça” pela “Pastelaria Venicien, Lda” também foi aprovado. Este ponto causou algum alarido porque o deputado e líder da bancada do PSD pediu aos restantes deputados municipais que pensassem bem na decisão que iam tomar porque o «“Brasão de Alpiarça” é um «ex-líbris do Concelho» não sendo assim «digno para ser colocado em caixas de bolos» ou algo do género, senão passa a haver a possibilidade de qualquer dia podermos ver o “Brasão de Alpiarça” «em chupa-chupas». Os argumentos deste “líder” e os conselhos que deu para com os outros deputados de nada lhe valeram porque a proposta foi aprovada com o voto contra de João Brito.
O Ponto 7: Apreciação do relatório anual da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Alpiarça que foi o último a ser discutido, mas não passou do que alguns esclarecimentos de uma responsável da Comissão ( Prof. Alzira) para com os deputados municipais.
Merecem destaque as intervenções da deputada Inês Pimenta D’Aguiar, “líder” da bancada da CDU que exprime com facilidade os temas que apresenta e sabe mais do que ninguém defender os interesses do partido que representa. Já o “líder” do PSD, João Brito, pouco lhe importa estar em representação de um partido da oposição quando o essencial é defender os interesses de Alpiarça. O suficiente para aprovar algumas das propostas da CDU

PROPOSTA da Bancada da CDU *


Alpiarça ficará na História pelo exemplo e coragem das suas gentes na resistência anti-fascista ao longo de mais de quatro décadas.

Por defenderem melhores condições de vida e trabalho, para conquistar a Liberdade e a Democracia, muitos homens e mulheres de Alpiarça enfrentaram a dura vida da luta clandestina, o afastamento da família, a prisão, a tortura e a morte, abdicando das suas vidas pessoais no período mais doloroso da nossa História recente.

Alpiarça não pode deixar de se orgulhar e lembrar às gerações futuras a contribuição abnegada que estes homens e mulheres deram para conquista da paz e da liberdade.


Uma forma de honrar e homenagear a História e os seus protagonistas é o reconhecimento público da sua luta e do seu papel determinante nos ideais consubstanciados na revolução do 25 de Abril.

Neste sentido, a bancada da C.D.U. da Assembleia Municipal de Alpiarça propõe que sejam homenageados, no âmbito das comemorações do 25 de Abril, todos os homens e mulheres de Alpiarça que se destacaram na resistência anti-fascista, iniciando-se no ano 2010 com as seguintes personalidades:

Carlos Augusto Pinhão Correia, nascido a 22 de Março de 1926. Membro dos corpos sociais da Sociedade Filarmónica Alpiarcense e do Clube Desportivo “Os Águias”, é um dos grandes impulsionadores em 1945, do MUD Juvenil (Movimento de Unidade Democrática) em Alpiarça. Adere ao PCP em 1946, com apenas 20 anos. É detido pela primeira vez em 28 de Julho de 1947, tendo voltado a ser preso em 1950 e 1958. De volta à liberdade, vive na clandestinidade, até 1972. Ainda na década de 70 parte para o exílio em França. Foi o 1º Presidente da Comissão Administrativa que regeu os destinos do concelho de Alpiarça após a Revolução de Abril. Foi deputado na I legislatura, entre 1976 e 1980, eleito pelo círculo eleitoral de Santarém, pelo PCP. Faleceu a 17 de Agosto de 1995.


Francisco Presúncia Bonifácio, mais conhecido por “Chico Galiza”, nasceu a 16 de Maio de 1928. Aos 18 anos ingressa no Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUDJ). Mais tarde filia-se no Partido Comunista Português e, em 1959, com 31 anos, era membro do Comité Local de Alpiarça. Perante uma vaga de prisões que se abate, nesse ano em Alpiarça, passa a viver na clandestinidade, tendo como missão a instalação e funcionamento de tipografias, para edição de jornais, tarjetas e demais imprensa clandestina do PCP. No início da década de 70, monta e mantêm uma estrutura de retaguarda (quinta paiol) à nova organização de combate armado ao regime, a Acção Revolucionária Armada (ARA).


Maria Albertina Agostinho Sabino, militante do Partido Comunista Português, parte para a clandestinidade, juntando-se ao seu companheiro, em 1963. No decorrer da sua luta antifascista, engravida, tendo dado à luz a 27 de Março de 1964. Faleceu a 18 de Abril de 1964, com apenas 23 anos, vítima de complicações pós-parto, não podendo receber assistência médica condigna por se encontrar na clandestinidade. O seu funeral foi um momento marcante na luta pela liberdade em Alpiarça, estando presentes mais de 2000 pessoas.


Manuel Mendes Colhe, ligou-se ao Partido Comunista em Alpiarça em 1957. Parte para a clandestinidade em Outubro de 1959 até Setembro de 1965, quando é preso. Durante este período assiste à morte da sua companheira, Maria Albertina Agostinho Sabino, não abandonando no entanto a sua luta antifascista. Esteve preso até 1970. Em 1972 participou na preparação e no próprio congresso da oposição democrática em Aveiro onde apresentou a tese em nome dos trabalhadores de Alpiarça “As condições dos assalariados, sua combatividade e democracia”.


Álvaro Favas Brasileiro, nasceu em Alpiarça a 2 de Março de 1935. Em 1958 apoiou a candidatura de Humberto Delgado à Presidência da República. Em 1963 é preso passando pelas prisões de Aljube e de Caxias. Em 1969 faz parte da comissão de apoio à campanha eleitoral do MDP-CDE. Ajuda a criar comissões de defesa dos seareiros de melão e tomate. Em 1972 participa no congresso da oposição democrática em Aveiro. Em 1973 é candidato à Assembleia Nacional nas listas do MDP-CDE. Depois do 25 de Abril foi eleito deputado do PCP na Assembleia da República. Foi ainda Presidente da Assembleia-geral da Coopvinhal, Adega Cooperativa de Alpiarça, presidente da Assembleia-geral da Associação “ Cantinho do Idoso”, Vice-presidente da Assembleia-geral da “Associação de Amigos da Casa Museu dos Patudos”, sendo sócio fundador destas duas associações. Foi membro da Assembleia Municipal de Alpiarça durante vários mandatos. Faleceu a 13 de Maio de 2009.


António Cavaca Calarrão – Nasceu a 21 de Abril de 1925. Trabalhou no campo como operário agrícola e desde cedo se destacou na luta por melhores condições de vida para todos os trabalhadores agrícolas. Em 1972 foi um dos fundadores da primeira associação de produtores de melão em Vila Franca de Xira. A sua casa serviu, como ponto de apoio a muitos que viviam na clandestinidade. Entre outros albergou Soeiro Pereira Gomes e Alves Redol. Foi preso em 1959 e de 1961 a 1962. Depois do 25 de Abril destacou-se pela sua actividade como dirigente do sindicato dos operários agrícolas do distrito de Santarém.


António Malaquias Abalada, nasceu a 24 de Novembro de 1927. Em 1959, integrou a organização de Alpiarça do PCP, como membro do Comité Local, sendo preso pela sua participação activa nas lutas de 1958 e enviado para a cadeia de Aljube e depois para Caxias. Sai da prisão em 1960 mas volta a ser preso em Abril de 1962, no seguimento de uma das maiores greves dos operários agrícolas por melhores salários. Em 1963 sofre a última e mais prolongada prisão, primeiro para a cadeia do Aljube, de onde é transferido para o Forte de Peniche, onde se manteve até 1969, altura em que sai com liberdade condicionada. Homem de grande coragem e convicção, continuou a participar nas lutas do operariado agrícola, integrado nas comissões de luta e de defesa dos trabalhadores nas praças de jorna de Alpiarça. Em 1972, é um dos fundadores da primeira Associação de Produtores de Melão em Vila Franca de Xira, participando também, em 1973, na negociação do horário de trabalho, único no País, feito em função da hora solar. A partir do 25 de Abril, prosseguiu o seu trabalho militante, já como funcionário do Partido e sempre ligado às questões do mundo rural. Foi deputado do PCP à Assembleia Constituinte pelo círculo de Santarém. Faleceu a 09 de Fevereiro de 2002.
Alpiarça, 19/2/2010
A Bancada da CDU na Assembleia Municipal de Alpiarça

J.A.

Foto: Mário Santiago, Presidente da Assembleia Municipal

* A PUBLICAÇÃO DA "PROPOSTA DA CDU" É UMA EXCLUSIVIDADE DO JORNAL ALPIARCENSE

4 comentários:

Anónimo disse...

salve o "António Cavaca Calarrão" senão até parecia que só filiados no pcp (como denotam os cv exostos) tinham tido algo a ver com o 25 de abril, salvo erro (e NUNCA RETIRANDO IMPORTANCIA AO CONTRIBUTO ESSENCIAL QUE TEVE) o 25 de abril não foi exclusivo de pessoas que detivessem o cartão do pcp

Anónimo disse...

O lápis azul existe, já que não colocou um comentário.
Enfim... sem mais comentários.

JA disse...

Não usamos nem usamos nenhum lapis azul, como informamos que não ficou nenhum comentário por publicar.Logo não o recebemos.
Só resta uma coisa: reenviar para que seja publicado.
JA

Anónimo disse...

ok, vou fazer de conta que acredito, pelo sim pelo não, ainda bem que apesar de não ter recebido o comentário,alterou o nome do Celso Braz.