Mário Pereira, responsável pelas rédeas do poder da autarquia alpiarcense está a esquecer-se de certas regras

Mário Pereira já tem dificuldade em dar respostas sóbrias e convincentes aos vereadores da oposição

Por: F. Mariano

Acabei de assistir ao vídeo da reunião de câmara de 20/02/2015 e, muito honestamente, tenho de dar o braço a torcer quanto à perda de qualidade institucional das reuniões de câmara nestes últimos tempos. O autor do artigo tem alguma razão quando diz que Mário Pereira está a perder pontos na sua performance enquanto chefe máximo da governação CDU no município de Alpiarça. Mário Pereira já esteve muito melhor, sem dúvida.
Quando Mário Pereira corta o raciocínio aos vereadores da oposição, interrompendo-os com observações, ao longo das suas intervenções está, obviamente a tentar condicionar as exposições dos eleitos, para que as suas mensagens não cheguem livremente aos ouvintes e expectadores interessados no debate de ideias que ali decorre. Mais grave ainda se torna, quando o presidente, a seu bel-prazer, interrompe a reunião sem motivo aparente que o justifique, e abusa desta forma da sua autoridade enquanto moderador e responsável máximo do órgão institucional, câmara municipal.
Mário Pereira e o seu executivo CDU para além de alguns sinais positivos de desempenho, têm deixado abertas algumas “brechas” consideráveis, ao longo dos 5 anos e alguns meses de mandato. Brechas essas que têm sido de modo inteligente e reiterado, aproveitadas pela oposição.

Mário Pereira já tem dificuldade em dar respostas sóbrias e convincentes aos vereadores da oposição, e a alguns sectores da população em particular, que não desarmam com questões incómodas para a CDU e, assim sendo, nas reuniões apenas resta ao presidente gesticular, fazer alguns trejeitos mímicos em sinal de enfado, chatice e desconforto emocional e, interromper as reuniões quando as coisas não lhe correm de feição.

A Mário Pereira está a faltar a calma, a firmeza e a postura correta, necessárias à condução das reuniões de câmara no século XXI, em que há eleitos de várias forças políticas que representam uma franja considerável da população do concelho de Alpiarça e, têm naturalmente toda a legitimidade democrática de intervir em nome de quem os elegeu. 

Mário Pereira, responsável pelas rédeas do poder da autarquia alpiarcense, parece esquecer isso. O presidente entende que a oposição deveria ter um papel mais passivo, de contenção interventiva, de não intromissão nos assuntos que dizem respeito ao executivo CDU em funções, de silêncio perante os assuntos sensíveis e complicados do município etc. 

Mário Pereira, Presidente da Câmara de Alpiarça

Comportamento que foi adotado, diga-se em abono da verdade, pela CDU ao longo de anos em que foi a principal oposição ao PS. Comportamento, que conforme temos visto, parece ter vindo a ser rejeitado pelos novos vereadores da oposição, que têm outra forma de fazer política. Esta nova oposição tem responsabilizado incessantemente a CDU de desleixo e falta de acompanhamento dos assuntos camarários no presente e enquanto força de oposição ao tempo do executivo PS. Que terá levado a própria força CDU, a dizer que foi colhida de surpresa pelo rombo de milhões nas finanças do município, quando tomou posse.
Ora, um sinal mais que evidente, de que esteve doze anos em Roma e não viu o Papa!
Isto é, o mais importante para a CDU não era a saúde financeira do município e o seu trabalho fiscalizador de oposição interessada no desenvolvimento sustentado de Alpiarça, mas antes as senhas de presença das reuniões a que tinham direito, e calmamente deixar cantar a carriça!...
Conceitos inadmissíveis que estão hoje completamente ultrapassados (e na altura já estariam) e fora de questão. Quer em termos políticos, quer em termos sociais e económicos. Daí, a preparação que deve ter qualquer autarca, para enfrentar a exigência de novos conceitos, propostas e desafios com que se depara no seu dia-a-dia.
Quem não evolui, não poderá estar conscientemente na política.
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