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domingo, 27 de abril de 2014

Discurso do Deputado Municipal da Bancada do Partido Socialista de Alpiarça Miguel Sá Pereira na Assembleia Solene do 25 de Abril

Miguel Sá Pereira, Deputado do PS na Assembleia Municipal de Alpiarça


Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Municipal
Exmos. Senhores deputados municipais
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal 
Exmos. Senhores Vereadores
Caros munícipes

Louvados sejam aqueles que na madrugada de 24 para 25 de abril de 1974 percorreram o caminho da conquista da liberdade a qual hoje nos permite estar aqui exprimindo o que nos vai na alma sem quaisquer condicionalismos.

Os valores perseguidos pelo 25 de abril, pelos seus grandes capitães com a ajuda incansável do grande povo português, provaram que o estado democrático é um bem superior e quando se conjugam e se referenciam as suas valências torna-se numa força sem precedentes.

A luta pela conquista de direitos e de um estado social igualitário, onde não existisse clivagens e discrepâncias entre pessoas, onde todos fossem iguais e todos tivessem os mesmos direitos perante o Estado, foi um dos grandes objetivos do movimento democrático do 25 de Abril.

O 25 de abril é um marco que cada vez mais alguns tentam fazer esquecer, é um referencial de valores que todos os dias está a ser colocado em causa, nomeadamente por um tipo de pensamento único ultra liberal a que assistimos e que nos tem conduzido a um aumento acentuado e escandaloso das desigualdades e das injustiças.

Cabe-nos a nós fazer que isso não aconteça. A força de um povo e o seu querer não podem ser subestimados, mas sim respeitados e admirados, sob pena de que aqueles que agora pretendem derrubar o que foi alcançado com o 25 de Abril venham a responder no Tribunal da História.
O respeito pela vontade de um povo é a base da Democracia.

Em 21 de agosto de 1973 em Bissau ocorre a primeira reunião clandestina dos capitães de abril na qual se inicia a origem do movimento das forças armadas concretizado em 9 de setembro desse mesmo ano, numa segunda reunião em Monte de Sobral (Alcáçovas). A 5 de março de 1974 surge o primeiro documento oficial do MFA, Intitulado “os militares, as forças armadas e a nação”. A libertação do povo estava em marcha. Em 24 de março de 1974 é decido colocar um ponto final no regime do estado novo que tanto oprimiu o povo português.

22h 55m 24 de abril de 1974 – “e depois do adeus, de Paulo de Carvalho” começava-se a ouvir nos emissores dos Associados de lisboa o primeiro sinal da libertação do Povo português musica esta emitida por João Paulo Diniz.

00h 20m – Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonso é transmitida pelo programa limite da Radio Renascença o fim da ditadura estava em marcha. 

No Norte do País uma força do CICA1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos de Azeredo toma o quartel da região militar do Porto recebendo logo depois reforços vindos de Lamego. Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam Aeroporto de Pedra Rubras. Forças CIOE tomam a RTP e RCP no Porto, o 25 de abril ganhava força.

O regime reage e o ministro da defesa ordena que as forças sedeadas em Braga avancem para o Porto, o que não é obedecido. As forças armadas estão unidas e empenhadas na libertação do POVO.

Faltava o maior marco de todos, A Ocupação do terreiro do Paço. Cabe à Escola Pratica de Cavalaria de Santarém comandada pelo Capitão Salgueiro Maia esse feito. Pelas nove Horas da manha o terreiro do PAÇO é do POVO PORTUGUES e a ditadura do estado novo chegue ao fim. Estamos livres e a DEMOCRACIA É REPOSTA.

25 de abril de 2014 – Portugal atravessa um período de grande ataque aos direitos e conquistas do 25 de Abril. 
O 25 de Abril de 1974 é a data histórica que nos ensina que o valor da democracia, a salvaguarda dos direitos sociais e a existência de um Estado Humanista em que todos tenham as mesmas oportunidades e que trate todos por igual, nunca deve ser esquecido.

O 25 de abril não deve ser esquecido, mal tratado, banalizado e colocado em causa, estamos aqui livres graças a esses grandes homens que lutaram pelo seu país e nunca desistiram dele. 
Cabe a cada um de nós, fazer valer os ideais de Abril e nunca desistir dos ideais fraternos que nortearam os Militares naquela madrugada heróica. 
Para isso é preciso lutar arduamente contra aqueles que estão, no dia-a-dia, a tentar derrubar esses ideais.
Com este (des)Governo, ultraliberal, os direitos de Abril estão a ser retirados todos os dias. Veja-se como é tratada a saúde, a educação e tantas outras áreas para o bem-estar do povo.
Não podemos, de forma alguma, compactuar com a corrupção e o compadrio, que vem minando o estado e as instituições. Não podemos compactuar com a falta de sensibilidade social que as medidas recentes de autoridade cega demonstram.

O 25 de Abril deu-nos a liberdade para mudar.
MUDEMOS AGORA.

BANCADA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DO PARTIDO SOCIALISTA DE ALPIARÇA
25 de Abril de 2014