Passei esta manhã pela estrada do campo Alpiarça/Chamusca, junto ao bairro dos pescadores avieiros do Patacão, onde se encontra uma das praias fluviais do Tejo, outrora muito frequentada pelas gentes de Alpiarça e, senti curiosidade de ir ver o estado das casas. Tive ocasião de ver aquele lugar na altura da grande limpeza, há perto de dois anos, se não estou em erro. Estavam lá até na altura alguns jornalistas a acompanhar os trabalhos de recuperação, enquanto máquinas e homens removiam silvedos e figueiras bravas. Por lá andavam também alguns alpiarcenses empenhados no desenvolvimento e progresso da sua terra. Numa bela manhã soalheira, parando num quiosque da zona da baixa lisboeta, reparei numa revista com fotos e textos que falavam deste tão valioso património. Que enalteciam Alpiarça e o nosso Patacão. Confesso que na altura fiquei orgulhoso de tão louvável iniciativa. Hoje ao passar, fiquei com o coração partido vendo aquele estado de abandono do aldeamento.
Penso também que, depois de toda aquela trabalheira, era fácil controlar esta vegetação que até já mete medo. A Câmara Municipal, entidade que deve ter um especial carinho e interesse na preservação deste património que é de todos os alpiarcenses, com um custo mínimo, teria evitado esta situação, em que as silvas e figueiras estão de novo a ameaçar as casas e a contribuir para uma maior degradação do aldeamento. Compreende-se que não haja verba para uma justa recuperação deste património histórico de interesse local e até nacional, neste momento difícil de contenção orçamental. Mas, pelo menos, que se cuide minimamente das coisas para que não atinjam uma degradação tal, ao ponto de serem um dia irrecuperáveis.
Às vezes basta um pequeno gesto para tornarmos tudo bem mais fácil.
Por: Português.ptNoticia relacionada:
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7 comentários:
Eu também andeis na limpeza dessa area e os que mais criticam não os vi lá...Mas com estes actos abaixo descritos a cultura portuguesa, com governos assim não contem mais comigo, ganham milhões e nós os panconas andámos lá de graça
Medidas Pensionistas vão sofrer o triplo dos cortes
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou na sexta-feira um novo pacote de medidas de austeridade que visam equilibrar as contas públicas depois de o Tribunal Constitucional ter chumbado quatro normas do Orçamento do Estado para este ano. Os pensionistas são dos principais visados pelo Executivo, uma vez que vão perder 1,44 mil milhões de euros só em 2014 o que corresponde ao triplo dos cortes sofridos até agora, escreve o Jornal de Negócios.
O caso do Patacão é paradigmático.
É pena que as coisas terminem desta maneira rude e ingrata.
Da nossa identidade pouco ou nada irá sobrar para memória futura.
Ainda bem que Ricardo Hipólito e João Serrano, alpiarcenses com visão futura, que amam incondicionalmente a sua terra e as suas gentes, nos vão deixando alguns testemunhos escritos para que essa memória seja preservada.
Que aproveitem este exemplo aqueles que também têm a sua quota-parte na responsabilidade de zelar pela coisa pública.
M.C
É de inteira justiça recordar aqui também José João Pais, filho adoptivo de Alpiarça que nos deixa uma obra de pesquisa e investigação de inegável valor histórico que só engrandece Alpiarça.
Para todos eles, sinceros parabéns e votos de boa saúde para que possam produzir mais obras deste valor.
M.C
Mas o Patacão é propriedade privada, ou pública? É que se for privada, também quero que a camara venha arranjar uma casa velha que herdei da minha avó que secalhar até é mais antiga que as barracas do patacão,já tem mais de 100 anos
Todo o terreno onde estão as barracas é privado (pertença da casa Lico)
Então se o terreno é privado os donos que as recuperem se assim o entenderem, se não quizerem deixem-nas estar, que caiam se essa for a intenção dos seus proprietários, e não venham para aqui dizer a a camara isto ou aquilo, agora percebo do porque de não aceitarem a proposta de recuperação, só não concordo com a inclusão da recuperação em programas eleitorais que mais não servem do que encher papel.
Era da casa Lico...Agora é de um senhor de Torres Novas, que está disposto a negociar o terreno em redor das barracas, porque as barracas são dos herdeiros de quem as fez ou mandou fazer. Gostava que fossem visitar a aldeia modelo de Pfeihneim em Alsácia. estava situada num terreno inundável foi transferida para um terreno fértil e é um exemplo de qualificação a registar.Porque não fazer o mesmo às barracas do Toco da Torrinha e do porto da Goucha? requalificá-las por exemplo em volta da Barragem. Fica aqui uma ideia.
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