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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Quando o povo sai à rua!



Por: Anabela Melão
A classe média vai perder cerca de 3% a 6%, o que até Vítor Gaspar reconhece representa uma enormidade.
À sobretaxa de IRS de 4% juntam-se as mexidas nos escalões do imposto e cortes nas deduções, o que redunda num corte de salário/salário e meio.
Os trabalhadores a recibos verdes também terão o IRS agravado e prevêem-se novos cortes nas pensões.
O agravamento das taxas liberatórias vai penalizar as poupanças.
E, perante tudo isto, o Cardeal-Patriarca de Lisboa, Policarpo, afirma que as manifestações de rua corroem o sistema democrático, contrariamente às opiniões de bispo D. Manuel Martins e de D. Januário Torgal Ferreira. Houve até quem entendesse naquela afirmação algum saudosismo do protagonismo e aquiescência dos velhos tempos da influência do Cardeal Cerejeira também.
E depois de António José Seguro classificar  a subida de impostos como uma "bomba atómica fiscal". Ou um "maremoto fiscal" diz o PCP. E de Bagão Félix falar em "terramoto fiscal". E de Francisco Louçã falar em  "bombardeamento fiscal". Um antigo secretário de Estado de António Guterres se referir a um "massacre fiscal". E de um comentador aludir ao "tsunami fiscal". A que um outro comentador acrescenta as expressões e impressões de "ciclone fiscal", "raide fiscal", "furacão fiscal", "pandemia fiscal" e "chacina fiscal". Depois de tudo isto, vêm as afirmações da directora do FMI, Lagarde, apelar ao fim da austeridade excessiva em países como a Espanha – recomendação que serviria na perfeição a Portugal – fazendo mesmo um apelo para que se conceda mais tempo àquele país. Declaração que parece assinalar um ponto de viragem na perspectiva da crise, deixando a visão meramente clássica e apontando para um sinal de esperança por parte da Europa.
O Governo alheia-se, tanto quanto pode, destes sinais populares, em que, talvez pela primeira vez desde o primeiro 1º de Maio, o povo vem à rua, deixando de lado divergências políticas e reunido, numa só voz, diz “BASTA”!
Não chegam remodelações governamentais é preciso rever as políticas e o modus operandi do governo, senão a revolta cresce e o povo um dia acorda mal disposto!

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