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domingo, 11 de setembro de 2011

Se com Sócrates estávamos mal então com Passos Coelho ainda estamos pior

Para Passos Coelho o caso das “Secretas” não passa de mais um episódio de espionagem onde o sigilo profissional dos jornalistas é um mero acontecimento permitindo assim que os responsáveis pela violação dos mais elementares direito cívicos e democráticos continuem a exercer os cargos como se nada tivesse acontecido;
Passos Coelho entende que não deve aplicar um imposto especial sobre as “grandes fortunas” porque pode «originar fugas de capitais»;
Passos Coelho em vez de fazer “justiça de igualdade” começa a criar um enorme fosso entre os portugueses onde a classe baixa e média tem que sustentar e pagar a crise para excluir quem mais dinheiro tem.
Para o efeito autoriza que os «medicamentos com o prazo de validade a terminar» possam ser distribuídos e usados pelos “lares de dia” pelos idosos e pelos mais carenciados como se os mais idosos não tenham direito de usar os medicamentos nas devidas condições;
Dá instruções à ASAE para que não «exerça uma fiscalização rigorosa» quanto aos «restos de comida oferecida pelos restaurantes» como «tape os “olhos” a «produtos alimentares com o prazo de validade a terminar de forma que possam ser doados aos mais carenciados e aos centros de idosos».
Corta direitos adquiridos ao longo dos anos aos trabalhadores e penaliza-os com o aumento de impostos para continuar a subsidiar e a dar milhões de euros (bancos) a quem menos precisa.
Tudo isto porque o PSD/CDS quer mostrar que quer ir «muito além das exigências da troika».
Noutras palavras: «ser mais papista que o próprio papa».
Em vez de criar condições para que todos os cidadãos sejam iguais e tenham os mesmos direitos, com estas medidas - que são o principio daquilo que ainda não sabemos como vai acabar – deixa bem claro que destrinça os trabalhadores e os mais carenciados daqueles que mais podem como se em Portugal os cidadãos tenham que ser “ catalogados” por várias categorias e conforme os seus rendimentos.
Se com José Sócrates estávamos mal então agora com Passos Coelho o PSD/CDS ainda estamos pior.
Por: António Centeio

2 comentários:

Anónimo disse...

Devo confessar que concordo com o titulo do post, de facto com Sócrates estávamos mal mas já haveria uma situação clarificada o país já tinha entrado em default, os funcionários públicos estariam, no mínimo, a enfrentar o célebre curralito argentino, durante o qual os funcionários tinham dinheiro no banco mas não o podiam levantar, logo não podiam fazer a sua vida normal.
Com Passos Coelho ainda estamos na indefinição de quando entramos em default,arrastados pela Grécia, e pelos juros exorbitantes cobrados pelos investidores quer para manter a divida publica portuguesa que já possuem como pela que venham a adquirir em futuras emissões.
Com Passos Coelho, ao contrário de com Sócrates, que sabemos não iria cumprir o acordo assinado com a troika, se não vejamos o caso da TSU que deveria ter uma redução significativa, o que para Sócrates se traduzia em meio ponto percentual, no máximo, não sabemos quais os pontos do acordo que serão cumpridos e os que o não serão, sendo que para a troika, já escaldada com o incumprimento e chantagem da Grécia Portugal só tem que cumprir ou então sair da zona euro.
Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha não são obrigados, por força dos tratados europeus a sair do euro mas também, por força dos mesmos tratados, Alemanha, Holanda, Finlândia, Áustria não são obrigados em lá permanecer, poderão portanto sair e voltar ás suas antigas moedas ou criarem, entre si, uma nova moeda comum deixando o euro como o conhecemos entregues aos, por si designados, como incumpridores crónicos, que o levarão à extinção em pouco tempo.
Os sintomas de que o caminho será este com as declarações de altos responsáveis políticos holandeses, alemães, na esteira das derrotas eleitorais consecutivas da CDU na Alemanha, como o governo já estudar um plano de contingência para salvar os bancos expostos a activos tóxicos gregos, e com finlandeses e holandeses a reafirmarem que quem não cumpre as regras do jogo deve ser banido da sua prática!
Mas voltemos ao texto quando aborda a questão das secretas parece não viver em Portugal onde, por divergências politico partidárias,não existe acompanhamento da sua actividade por parte do parlamento e quando existe uma tentativa nesse sentido esbarra sempre com o celebre segredo de estado uma reminiscência de 48 anos de ditadura o que as torna um estado dentro do estado!
Quanto ao resto do texto destaco " originar fugas de capitais" e qual é a duvida?
Agora já não origina por que a fuga de capitais já aconteceu e os que restam no país depressa saem e as empresas também facilmente deslocalizam e os investidores externos face a uma tributação, de capitais em bolsa, depressa encontrariam mercados mais atractivos.
Depois fala de um estado social, que subscrevo, mas que tem de terminar quando não há dinheiro para o pagar.
"Corta direitos adquiridos ao longo dos anos aos trabalhadores" é verdade, mas não foram esses mesmos direitos, que usados indevidamente por aqueles que de trabalhadores só têm o nome pois só esperam, no local de trabalho, que os dias passem e o fim do mês chegue o ordenado e demais mordomias apareça na conta bancária, que contribuíram, e de que maneira, para o estado actual do país?

Anónimo disse...

A maioria dos portugueses que vive em Democracia, conforme é tantas vezes referido, entendeu nas eleições últimas (presidenciais e governativas) que desejava tomar este rumo de governação. A Direita que espera por este momento há mais de 30 anos, agradece, como é evidente.
Agora, muitos já estão a miar. Paciência! Decidiram...bem ou mal, está decidido!
Muitas coisas mais vão acontecer para espanto daqueles que um dia pensaram viver "à grande e à portuguesa". Era tudo " à la garder"!
Agora e daqui para a frente, vamos ver como é.
Os tais "abutres", já sonham com o colapso total da nossa economia para depois aparecerem como salvadores da Pátria, implantando os monopólios produtivos e económicos que antes detinham, (embora com outra roupagem) e assim fazer com que os trabalhadores lhes prestem vassalagem sem qualquer direito a reivindicações, como aconteceu no passado.
Como dizia a canção:" Nós fomos tão longe...e ficámos tão perto de sermos alguém...
Por muito esforço que façamos, não conseguimos passar disto. A menos que haja um milagre na evolução da mentalidade lusa!
Somos um povo triste e desnorteado. E parece ser este o nosso fado.

F. Soares